quarta-feira, 9 de março de 2011

Capítulo 08

AVISO: Esta é uma obra de ficção, portanto, qualquer semelhança
com pessoas ou fatos da realidade é mera coincidência!
 

Capítulo 08 – Sete meses apenas... O Mundo. O Destino. A Força.

"Onde há sofrimento, há terreno sagrado." - Oscar Wilde
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De acordo com a numerologia, o número sete está ligado a três pontos muito importantes: O Mundo. O Destino. A força.

“... O Sete foi sempre, para todos os povos, muçulmanos, cristãos, judeus, idólatras ou pagãos, um número sagrado, por ser a soma do número três (que é divino) com o número quatro (que simboliza o mundo material)...” - MALBA TAHAN in “O Homem que Calculava”

“Pitágoras, por sua vez, chamava o número sete de “cadeia do destino”. Afirmava que quem fosse virtuoso, alcançaria fortuna, veneração, teria poder sobre os outros e teria oportunidades brilhantes. O sete é um número muito especial pois marca o destino. É associado ao planeta. É associado ao planeta Netuno, à nota si, à cor magenta, ao triângulo e ao quadrilátero. Favorece as coincidências para que as coisas aconteçam. Expressa-se pelas letras F,N,V.” – Graciela Skilton in “Numerologia: O futuro e a personalidade através dos números”

15 de Setembro de 1998 – Terça

17h10min – Shopping Riomar

Hélio encostou o ouvido no vidro da recepção do cinema, para ouvir melhor o que a atendente dizia...

- Qual o filme, senhor?
- “Código para o inferno”
- Este filme já começou há alguns minutos, senhor...

17h10min7seg – Hélio ficou pensando.

- Qual vai começar agora?
- “O Resgate do Soldado Ryan”...
- Vou querer.
- Quantos ingressos, senhor?

17h10min17seg – Maria Geeda apareceu de repente. Ela estava usando uma enorme bolsa verde-claro à tira-colo. Assim que chegou, ela tratou de cruzar seu braço direito com o de Hélio, segurar as mãos do mesmo, e dizer a atendente:
 

- Vamos querer dois ingressos.
- O que você está fazendo aqui Maria?
- É um local público sabia?
- Moço, vai querer quantos ingressos – Perguntou a funcionária do cinema.
- Um só...
- Um pra ele e outro pra mim.
- Você é louca, é? Me ignora durante sete meses... Você, sua mãe, seu primo... Não atende meus telefonemas... E me aparece assim... De repente... Como  se nada tivesse acontecido?

17h12min27seg

- Ô... Esta fila anda ou não anda? – Reclamou um cliente.
- Amor... Depois a gente conversa.
- Eu não tenho o que conversar com você!... Um ingresso só moça.
- Qual filme, senhor?
- O Resgate do Soldado Ryan.

17h12min47seg – Hélio, nervoso, pegou o ingresso e entrou, sozinho, no cinema.

- Eu também vou querer. – Pediu Maria Geeda, de forma delicada. Melhor: delicadamente programada... Ela gostava de causa esta impressão nas pessoas.

17h27min

Dentro do cinema, Maria Geeda Petrúcia Leal, procurou Hélio... Demorou alguns minutos porque, certamente, tentando se esconder dela, ele sentou na sétima fileira... Mas ela não se fez de rogada, e sentou-se ao lado dele.

17h30min07seg - Geeda tentou pegar na mão de Hélio, mas ele se desvencilhou.
 


- Por que você não me esquece? – Hélio Cochichou para Geeda que estava à sua esquerda.
- Não posso... Eu te amo.
- Me ama? Como? Desde aquele dia em que transtornado saí do hospital, peguei um táxi, e fui pra casa... Até hoje... Passaram-se sete meses!... Sete meses, apenas... Sabia?
- Desculpa. – Geeda começou a chorar. – Eu sei que não deveria ter vindo atrás de você, mas estou com o coração apertado... E precisava lhe falar.
- E tinha que ser no cinema?
- Você me ouviria em outro lugar?

17h34min17seg – Um cinéfilo reclamou:

- Silêncio...
- Tá vendo Geeda?... Vim ver um filme e estou levando bronca.
- Hélio...
- Veja o filme!...
- Hélio... – Geeda faz uma expressão de menina inocente, que era reforçada pelo  óculos de armação vermelha que usava sempre quando queria dar esta impressão. – Olha pra mim Hélio!... – pegou a mão do mesmo e encostou no peito (em seu pensamento passa a seguinte frase: Quero ver você resistir agora seu otário) – Amor... Veja... Estou com o coração apertado.
- Maria... Me deixe em paz... Eu estava muito bem sem você.
- Você não me quer mais... É isso?

17h47min – Outra pessoa protestou:

- Eu quero ver o filme!
- Ta vendo Geeda?... Vamos fazer o seguinte, quando o filme terminar vamos à praça de alimentação, e enquanto comemos alguma coisa a gente conversa, ta?
- Certo.

17h52min27seg – Maria sorriu... O sorriso que sempre dava quando pressentia que iria conseguir o que queria.

20h10min – Geeda e Hélio sentaram na praça de alimentação. Ela bebeu suco de manga, o seu preferido, e ele, acerola com leite.

 

- Hélio... Do fundo do meu coração... Desculpa!
- Desculpa? Você me faz de cachorro durante sete meses... Me faz sofrer... Me senti culpado... Me faz perder noite me perguntando onde foi que eu errei... O que quase me enlouqueceu porque não vi onde errei... E me pede desculpas?
­- Hélio... Eu estava confusa... Precisava me encontrar.
- E pra você se encontrar precisava me fazer tão mal?



20h11min – Geeda pensou: “Eita cara chato! Vai ser mais difícil do que eu pensava”.

20h11min07seg – Geeda roubou um beijo de Hélio, que não resiste.

- Eu te amo Hélio... Me deixa voltar a fazer parte da sua vida...
- Pra quê Maria? Pra me fazer sofrer mais? Não basta os sete meses que passei sofrendo querendo uma explicação sua?... Querendo saber porque você não confirmou a minha história?...  Não digo nem a minha história, digo: a verdade!
- Eu sei Hélio... Eu sei... –  Geeda começou a chorar e segurou as duas mãos de Hélio. – Eu sei que deveria ter dito a minha mãe e ao meu primo que lá no pré-caju você só comprou uma nevada, mesmo assim contra a minha vontade, e que as outras duas e os cinco ices...
- E o Bobó...
- E o bobó... Fui eu mesma que comprei. Você está certo! Mas eu fiquei com medo.
- E por isso me fez passar por mentiroso?... Saí do hospital me sentindo a pior das criaturas.

20h17min – Geeda deu língua com o seu típico jeito charmoso.


- Boboca! Não faça drama. – Deu outro beijo.
- Boboca?
- Sim... Um boboca que amo! – Geeda deu outro beijo.
- Geeda... Eu saí daquele hospital com fama de irresponsável!...
- Eu já falei com meu primo e minha mãe...
- O que você disse?... Você disse que entrou no Pré-caju com canivete? Que bebeu todas e comeu o bendito Bobó de livre e espontânea vontade?
- Não né?... Eu disse que estava confusa... – começou a chorar a ponto de ficar vermelha e com falta de ar, (era a técnica que ela usava para a sua Renite alérgica agir... era o seu xeque-mate) que precisava me encontrar..
- E eles acreditaram?
- Minha família sempre acredita no que eu digo, seu bobo!... – Deu outro beijo.
- Geeda... Começo a pensar que você é como uma droga... No início faz bem... Mas tende a enlouquecer...

20h27min – Geeda pensou: “Seu filho da p...”

- Ta vendo como você exagera?... Sua  sorte, Hélio... É que eu te amo.
- Você está falando sério?
- Hélio... Naquele dia eu fiquei muito abalada em ver seu amigo, e fiquei magoada com o fato de você não me contar o que vocês tanto conversaram... Fiquei triste por você ter me deixado sozinha... Depois disso eu estava praticamente bêbeda e não lembro mais de nada.
- É né?
- Eu não tenho culpa de ser sensível... De ser frágil – Desabou em choro. – Juro que eu não queria ser assim -  Geeda abraçou Hélio.
- Maria... Desculpa...

20h47min – Maria deu uma pausa numa longa sessão de choro, falta de ar, vermelhidão da pele, choro, choro e choro... Apesar de intimamente está vibrando por manipular Hélio mais uma vez, dali por diante tudo seria mais fácil... Por dentro ela gargalhava.

 
- Maria... Acho melhor nós irmos embora.
- Hélio... Posso voltar a fazer parte da sua vida?
- Você quer voltar?
- É o que mais quero!
- Sua mãe e seu primo sabem disso?
- Sim... Já conversei com eles.
- E eles? Meu primo foi contra. Minha mãe não.
- Não sei Geeda...
- Eu preciso de uma resposta.
- Outro dia...
- Tem certeza?

20h50min37seg – Geeda e Hélio saem do Shopping

- Geeda... Entenda meu lado.
- Que lado? Eu te amo... Você me ama... Pelo amor de Deus Hélio – Geeda deu um sorriso banhado em lágrimas – Desarme! Para que ficar tanto na defensiva?
- Geeda...
- Não diga nada... – Geeda tapou a boca de Hélio com a ponta do dedo indicador direito, de forma sensual, talvez mais sensual que Merilyn Monroe. Enxugou as lágrimas e de forma muito meiga pediu. – Só queria te fazer um pedido.
 - Que pedido?
- Deixe-me acompanhá-lo até a sua casa?
- À minha casa?
- Sim... Algum problema?
- É que hoje estou sozinho... Minha mãe viajou.
- E qual o problema? (Fingindo-se surpresa, pois já tinha conversado com a mãe dele no dia anterior e ficou sabendo que a mesma iria viajar) Ainda é cedo!
- Ta... Ta... Mas não pode demorar, certo?
- Certo... Eu só quero me recompor... Não quero chegar em casa com os olhos inchados de tanto chorar.
- Tudo bem.
- Posso pedir outra coisa?
- O quê Geeda? O quê?
- Eu só queria um abraço!

21h07min – Geeda e Hélio se abraçam no meio do estacionamento do Shopping Riomar.




21h09min17seg - Enquanto estavam abraçados mais uma vez Maria Geeda chorou... E enquanto lacrimejou, em pensamento dizia a si mesma:

 “Xeque-Mate meu amado Hélio... Há sete meses eu penso neste encontro... Sete meses... Você não imagina o que planejei para você!”


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Quer saber por que Maria Geeda se afastou de Hélio durante sete meses? Quer saber o que ela planejou para aquela noite em que os dois ficariam sozinhos na casa de Hélio? Quer saber a relação de Maria Geeda com os significados do número sete? Quer saber se Hélio, mesmo após todo o sofrimento decidiu voltar para sua amada? Quer saber se Lucas Andrei descobriu as cinco letras  da palavra cruzada implícita na marquise do Maria Feliciana? Quer saber o que o suposto suicida estava fazendo quando foi visto pelo moto-taxista e como andam as investigações do sumiço da arcada dentária? Que saber as novas descobertas e deduções do detetive Lucas Andrei?... Então confira estas e outras respostas nos próximos capítulos da sua novela on-line “MENINA VENENO”!

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