domingo, 27 de fevereiro de 2011

Capítulo 01

AVISO: Esta é uma obra de ficção, portanto, qualquer semelhança
com pessoas ou fatos da realidade é mera coincidência!

 


Capítulo 01 – Um crime mais que perfeito

“Os fatos explicam tudo...” – Machado de Assis in “O Espelho”.


23h12min05seg – 25 de Janeiro de 2009 - Domingo


Depois do Bloco “Caranguejo Elétrico”, o “Cerveja & Coco”, com Ivete Sangalo, agitava a noite Aracajuana na altura da Avenida Francisco Porto. Enquanto os foliões da pipoca e do bloco se despediam da maior prévia carnavalesca do Brasil, há poucos quilômetros dali, no coração do centro da cidade, no Edifício Estado de Sergipe, conhecido popularmente como “Maria Feliciana”, um desconhecido se despedia da vida...

02h30min54seg – Um estranho “objeto” caiu do alto do edifício.

02h34min12seg – Um jovem desconhecido deu seu último suspiro.


08h21min27seg – 26 de Janeiro de 2009 - Segunda




Seu “Zé” era mais um “Zé” de tantos operários que estavam trabalhando na reforma do telhado da base do “Maria Feliciana”, visto de cima era o primeiro antes de começar o “espigão” que se prolongava até o 28° andar.







Naquele dia, como em tantos outros, Seu “Zé” passou pela recepção, cumprimentou os dois homens que sempre via à esquerda da entrada e esperou o elevador. Não era um dia comum... E sabe-se lá por quê ele impacientou-se e decidiu ir para o quarto andar pela escada mesmo. Assim que começou a subir sentiu um cheiro estranho, viu uns pingos de sangue... Mas não deu muita importância... Talvez fosse efeito da cachaça que tomou na noite anterior, pensou.


08h27min00seg

No quarto andar, viu mais um sinal de sangue próximo ao primeiro andaime. Eram pingos espaçados. E próximo do fio do pára-raios, viu a imagem que iria mudar pra sempre a sua vida: Um corpo... Um corpo de alguém que pulou para morte.

10h03min06seg

O detetive Lucas Andrei chegara acompanhado do perito, que o chamou assim que soube de algumas particularidades estranhas do caso, e sabendo da predileção do mesmo por “enigmas” e “quebra-cabeças” teve a certeza que seria de grande ajuda... E foi.

10h25min11seg

Lucas Andrei terminou a voltinha rápida que costuma dar sempre que chega em algum local em que tenha ocorrido um crime. Naquela circunstância “a voltinha” demorou mais que o tempo habitual, afinal o corpo não apareceu num espaço qualquer... Ele apareceu no edifício mais alto do Estado de Sergipe e segundo a sua experiência, com certeza não se tratava de uma escolha aleatória. Outra particularidade que chamava a atenção do detetive é que apesar do prédio ser o mais alto, desde a sua construção apresentava um histórico de poucos saltos... Segundo informações apenas dois casos foram registrados até hoje: O primeiro aconteceu na década de 80, foi cometido por um funcionário do próprio Banese e foi fatal... E a causa até hoje é um mistério. O último ocorreu antes do carnaval de 2004, mas não trouxe muitos problemas para o adolescente que saltou, pois o mesmo teve apenas o punho quebrado.

Uma coisa intrigava Andrei: Como o foi possível o cidadão pular... E do teto? Afinal todas as janelas são fechadas, e o local é vigiado diuturnamente por funcionários e por integrantes da brigada de incêndio do Corpo de Bombeiros de Sergipe, dia-a-dia com um turno das 7 horas da manhã às 19 horas e outro das 19 horas às 7 horas... Como foi possível driblar a segurança? E por que havia manchas de sangue por onde ele passou enquanto subia? Será que realmente ele pulou? Por que o “Maria Feliciana”? Por que aquele dia? Havia muitas perguntas que pediam respostas... E algo lhe dizia que encontra-las não seria uma tarefa muito fácil... Com certeza estava diante do caso mais difícil da sua vida.

10h28min43seg – Lucas Andrei chega ao ponto em que o corpo foi encontrado.


Àquela altura a cena já tinha sido bastante contaminada pela imprensa, curiosos e alguns policiais. Mas mesmo assim, deu pra perceber alguns detalhes que ainda não tinham sido notados.

10h30min00seg

Allan, renomado perito criminal, e amigo de longa data do detetive recolheu-se num canto e argüiu:

- E então Andrei? O que você acha?
- Você viu as manchas de sangue na escada?
- Sim... sim... Vi. Nas escadas, no teto, na parede, no fio do pára-raios.
- Acho que ele estava cuspindo sangue... Seria bom tentar recolher alguma amostra, talvez seja possível  detectar alguma substância...
- Você está insinuando o quê? Que antes de pular ele estava... Envenenado?
- Não sei... Mas acho que seria bom verificar.
- Mas por quê?
- Você não percebe? O corpo diz que ele se suicidou... Mas as pistas não.
- Acho que era um doido... Você viu os desenhos que fez à caneta no dorso da mão direita, no coração e nos pés?... Talvez fosse esquizofrênico... Que acha?
- Não acho que seja um caso de esquizofrenia...
- E então?

10h35min21seg

Allan e Lucas se aproximam do morto e olham bem de perto o desenho tatuado à caneta no dorso da mão direita.



- O que você vê? – perguntou Lucas Andrei.
- Veja um louco suicida com um “SS” desenhado.
- Sabe o que vejo?
- Não o quê?
- Alguém querendo falar conosco.
- Você acha que esse "SS" é algum recado?
- Não acho... Tenho certeza. Ele deixou uma mensagem.





 
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Quer saber qual é a identidade do morto? Se ele realmente pulou ou foi assassinado? Por quê entre tantos e tantos prédios ele escolheu pular, se é que pulou, justamente do “Maria Feliciana”?  Quer saber o significado do SS?... Então confira estas e outras respostas nos próximos capítulos da sua novela on-line “MENINA VENENO”!
 

INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES:

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