segunda-feira, 7 de março de 2011

Capítulo 07

AVISO: Esta é uma obra de ficção, portanto, qualquer semelhança
com pessoas ou fatos da realidade é mera coincidência!
 

Capítulo 07 – Um sono que acorda...

 "Procurai suportar com ânimo tudo aquilo que precisa ser feito.” – Sócrates
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26 de Janeiro de 2009 – Segunda

13h26min – Allan começa a sorrir e fala em tom de brincadeira.

 
- SS – de Silvio Santos... – Dá uma grande gargalhada. Andrei permanece sério.
- Hum... Pode ser também... Pelo menos um dos “SS”.
- Não me diga que você vai levar isto a sério?
- Por que não? Silvio Santos é um comunicador, não é?
- Sim.
- E o que há no teto do edifício Maria Feliciana?
- Muitas antenas!
- Isso. Antenas para rádio-comunicação que são usadas pela polícia.
- Certo.
- Pense: E se esta pessoa “manipuladora” que procuramos não estiver relacionada com comunicação e polícia, ao mesmo tempo?
- Será?

13h32min – Lucas Andrei, ainda sentado no sofá do vigésimo sétimo andar,  pesquisa mais alguns itens no google, a partir de “ss”, e faz algumas reflexões:

“É... Será que a chave do mistério está na comunicação e na polícia? Mas como?... Os “esses” podem ser parte de um complexo jogo de palavras"...

13h33min02seg

Entre milhares de sites oferecidos após digitar o “ss”, Andrei clica por acaso no site http://www.ssfiberglass.com.br e encontra algumas frases interessantes, por isso, imediatamente, trata de copiar para o Word e realçar com a cor vermelha o que achou relevante... Porém, não consegue ler tudo que gostaria, pois é vencido pelo sono típico de pós-almoço.
 

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13h39min – Andrei, mesmo sentado, não resiste ao cansaço e cochila.

13h55min – Andrei entra num grau de sono mais profundo.

Uma pausa para um sono que acorda...

Banca de revista

Andrei, adolescente, fugindo de tiros que são disparados em sua direção, corre desesperado zigue-zagueando pela rua Itabaianinha, entra à direita da rua Geru e se esconde atrás da banca de revista da travessa Baltazar Goes. Ouve passos se aproximando de onde está, e o som de tiros que são disparados para o alto. A rua está deserta. Pega um paralelepípedo que está ao alcance das mãos, fecha os olhos para aguçar a audição... E quando sente que quem estava tentando matá-lo está muito próximo, ergue-se, abre os olhos e parte para o ataque!... Porém, tem uma surpresa:

Andrei se vê num quarto totalmente escuro, impossível de se enxergar um palmo diante dos olhos. Tateando as paredes da sala misteriosa se depara com uma maçaneta e aos poucos fica exposto a um feixe de luz e uma corrente de ar que fica cada vez mais forte.

Ao passar pela porta, instantaneamente, se vê no teto do edifício “Maria Feliciana”, ao lado da maior antena. Está ventando muito. Em alguns momentos ele cambaleia.

Sem saber o porquê, sente vontade de se aproximar cada vez mais da beira do topo do prédio. Fica contemplando durante vários minutos muitos “pontinhos” indo e vindo, pegando táindo e vindo, pegando t vada vez mais da beira do topo do prndo o equs poucos se depara com um feixe de luz e uma corrente de axi, outros entrando no prédio, outros simplesmente conversando. De repente... sem saber se por vontade própria ou desequilíbrio, Andrei pula.

No instante em que o detetive pula, uma imensa corrente de ar, como um pequeno ciclone, o sustenta fazendo-o descer de forma bastante lenta. Tanto que ele observa atentamente a face externa do prédio, andar por andar.
Ao fitar o décimo segundo andar, que era o ponto chave do seu raciocínio de como aconteceu o pulo do suposto suicida, fica totalmente cego diante de um imenso brilho que percorre todo aquele andar. Tal ofuscamento o faz perder o controle e aumentar a velocidade da queda.

A medida que ele cai, fica mais inquieto, e esta inquietação se deve muito mais ao fato dele ter perdido a visão minuciosa de cada andar.

Após alguns segundos, Andrei cai em cima de uma espécie de ferro velho, um amontoado de placas de ruas e avenidas que começam com a letra "SS": Avenida Sete de Setembro, Rua Siriri, Rua Simão Dias, Rua Silvio Silveira, Av. Simeão Sobral, Rua Socorro, Rua Stanley Silveira, etc.

Depois de girar para todos os lados tentando entender a lógica daqueles nomes e endereços, Lucas Andrei é acometido de uma forte dor. E ao tentar se levantar, percebe que duas placas estão enfiadas nos seus dois pés... Ele grita!

17h58min - Síndico acorda Andrei.

- Moço acorde!
- Ahn!
- O Senhor adormeceu.
- Estou aqui há quanto tempo? - Andrei olha para o relógio.
- Não sei dizer Senhor. Subi para fazer uma ronda de rotina e vi o Senhor cochilando.
- Caramba... Dormi demais.

17h59min - Andrei dirige-se ao elevador do 27° andar com o Síndico.

No último degrau da escada, Andrei tem uma grande surpresa. Ele aponta para um cartaz e pergunta:
 

- Sabe dizer quem foi que pôs este cartaz aqui?
- Não... Apareceu aí.
- Sabe dizer desde quando?
- Sinceramente não... Sabe como é... Muita responsabilidade... Muita gente...
- Entendo... Fica difícil perceber qualquer mudança de cartaz.
- Exato. Mas por que o Senhor está perguntando isto?
- Sabe dizer se alguém viu quem pôs?
- Muito difícil... Mas por que o senhor está perguntando?
  
18h00min - Chega o elevador.



- É bobagem.

Não era bobagem. Andrei viu o cartaz do anúncio da banda cover "Lágrimas Psicodélicas", oriunda da Suécia. Conhecida como Crude SS. Era uma pista muito importante e ele não deixaria passar, pesquisaria mais a respeito.


18h03min - Na frente do prédio Andrei encontra o mesmo moto-taxista que conversou no início da tarde.

- Olha só quem voltou! - Estendeu a mão e sorriu.
- Ôpa! - Andrei também sorri. - Seu amigo já chegou?
- Sim!... - Vira-se para direita e grita: Boquinha! Boquinha! Chegue aqui!

18h03min03seg – Boquinha, enquanto se aproxima, grita:

- Boquinha é a senhora sua mãe!
- Liga não moço... Ele é esquentado assim mesmo.
- É... Normal.
- Mas é gente boa.

18h005min - Andrei conversa com Boquinha

Após algumas formalidades e minutos de conversa, Boquinha pergunta:

- O Senhor é parente do cara que pulou hoje?
- Não...
- O Senhor é o quê?
- Digamos que um curioso.
- E o que sua curiosidade quer comigo?
- Soube que o Senhor trabalhou ontem.
- Sim trabalhei.
- Até que horas?
- Até umas 3h30min.
- Tinha mais alguém com você?
- Não... Apesar de a noite, normalmente, além de mim trabalhar Pepeu e Fofão.
- Eles não vieram ontem?
- Para o "Feliciana”, não... Eles preferiram trabalhar no pré-caju... Eu não gosto de barulho.
- E o Senhor não pegou corrida?
- Não... Fiquei bebendo umas cervejas e depois de ver uma coisa estranha pensei que tinha bebido demais e capei o gato.
- Que coisa estranha?
- Deixa pra lá...
- O Senhor já jantou... Vamos lanchar... Eu pago.

18h10min00seg - Boquinha e Andrei lancham no "Bar do meio"

- Então... Que coisa estranha o senhor viu?

Após dar uma grande mordida num X-tudo gigantesco (Agora Andrei entendia a lógica daquele apelido: o homem tinha fome de leão.) com bastante mostarda, Boquinha respondeu:

- Eu tinha pedido a saideira, sabe...
- Certo... E?
- Aí teve uma hora que olhei pro céu e vi uma pessoa no topo do Maria Feliciana olhando pra baixo... Até tive a sensação de que nossos olhares se cruzaram... E o pior que a pessoa me deu até um thauzinho... – Dá um sorriso nervoso.
- E?
- Espantado, esfreguei os olhos e perguntei se alguém mais tinha visto... Todo mundo disse que não.
- E?
- Aí fui embora... Deixei chave da moto com o dono do bar que é meu amigo e peguei um táxi.
- Epoche!... Fora essa visão do thauzinho... E o suicídio... Nos últimos dias viu algo mais de estranho?
- Sim. E isto não é coisa da minha cabeça não... Pode perguntar a qualquer moto-taxista, prostituta, travesti... A qualquer um que passa por aqui à noite, viu!
- Viu o quê?
- De vez em quando aparece por aqui um carro, com vidro fumê, todo prateado. Este cidadão ou cidadã... Não sei dizer... Aparece algumas noites e estaciona ao lado das Lojas Americanas. Lá, fica por alguns minutos, às vezes horas, observando o prédio e fazendo rascunhos...
- Muito estranho.
- Isto não é o mais estranho.
- Tem mais?
- E como tem! A gente sempre achou estranho o fato de que sempre que alguém se aproximava do carro, a pessoa ia embora. Às vezes até saia cantando pneu.
- Essa pessoa vinha sempre sozinha?
- Não dá pra dizer... Como disse, o vidro do carro era fumê.
- Epoche!

18h39min - Andrei se despede do moto-taxista.

18h41min - Andrei olha para o alto do Maria Feliciana e repassa metalmente tudo o que ouviu, enquanto bebe um suco de acerola com leite.

"Epoche! Se esta pessoa misteriosa era o próprio morto... ou o seu assassino... Ambos vinham planejando este pulo há muito tempo... Epoche!  E com certeza o fato dele ter ido até o teto, descido pelo fio do pára-raios e só ter caído do 12º andar... Epoche... não foi por acaso!... Não foi por acaso"

18h54min - Andrei paga a conta.

 


 Quando estende a mão para pegar o troco, Andrei percebe que preso à barriga do dono do bar havia um pequeno livro de palavra cruzadas... E pelo angulo de visão, vislumbrou no emaranhado de letras dispostas nos retângulos do livrinho, um pequeno prédio, onde cada letra poderia ser a representação de uma janela...



18h55min - Andrei retira do seu Bornal e o seu notebook e faz uma rápida montagem com uma foto que fez do alto do prédio. Enquanto desenha reflete:

"Epoche... Talvez a chave do mistério esteja num complexo jogo de palavras com inúmeras possibilidades de  significados... Eu preciso da chave... Será que Waffen-SS  e o “Crude SS” são a chave?... E o meu sonho? O que é que meu inconsciente quer me dizer?"

19h21min - Andrei termina a montagem que fez na foto da investigação. Enquanto observa murmura.
Criptograma de cinco letras sobreposto na marquize do "Maria Feliciana".
 


- Cinco Letras... Epoche!... Pode ser qualquer coisa... Qualquer palavra: Nome de pessoa, de País... De siglas... - Sorri excitado - A coisa está ficando cada vez mais divertida!

19h21min32seg - Allan liga pra Andrei.

- Andrei!
- Fala Allan!
- Rapaz...
- Que aflição é essa rapaz? Algum problema?
- Problemasso! Sabe a arcada dentária?
- Já tem o resultado?
- Não.
- Normal rapaz... Demora mesmo, ainda mais da altura que caiu! Afinal, despedaçou-a quase por completo.
- O problema Andrei... É que todos os dentes sumiram!
- Como?! Mas eu vi o pessoal recolhendo os dentes, pedaços da mandíbula...

- Eu também vi.
- Epochê meu amigo... Então o seu "SS" ligado à comunicação e à polícia não é tão absurda.
- Alguém não quer que a verdade apareça.
- Epochê meu amigo. Epoche!
- Sem dúvida esse alguém goza de acesso na SSP...
- Uma mente perturbada acima de qualquer suspeita...
- Um lobo em pele de cordeiro.
- Epoche meu amigo. Epoche!


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Quer saber a relação do “ssfiberglass” e do “Crude SS” com o mistério do suposto suicídio? Quer saber o significado do sonho de Andrei? Quer saber a relação do nome das ruas que começam com a letra “S”? Quer ver o testemunho de outras pessoas que passaram pelo Centro da cidade na madrugada daquele dia? Quer saber mais sobre o misterioso sumiço da arcada dentária do morto? Quer saber como anda o plano de vingança de “Maria Geeda Petrúcia Leal” e sobre as maldades que ela tem feito ao longo de onze anos?... Então confira estas e outras respostas nos próximos capítulos da sua novela on-line “MENINA VENENO”!

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