quarta-feira, 2 de março de 2011

Capítulo 03

AVISO: Esta é uma obra de ficção, portanto, qualquer semelhança
com pessoas ou fatos da realidade é mera coincidência!
 
 


Capítulo 03 – Perguntas sempre pedem respostas

 “Como são admiráveis as pessoas que não conhecemos...” – Milor Fernandes.


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11h02min – 26 de Janeiro de 2009 – Segunda

Local em que Allan e Andrei almoçaram.




Assim que a equipe do IML retirou o corpo do local, Allan e Andrei decidiram almoçar num restaurante popular que fica em frente ao edifício “Maria Feliciana”. Foi sugestão do detetive, pois segundo ele, as idéias são melhor discutidas no calor dos eventos... E com a barriga cheia.



Uma pausa para Lucas Andrei...


Lucas Andrei é filho da cidade Aracaju. Tendo toda a sua base familiar e educacional típica de um morador de capital. Com trinta e cinco anos, Andrei é um moreno forte, adepto de malhação à caseira. Diariamente, de forma religiosa, assim que acorda, faz à cabeceira da cama uma série de “flexões” e exercícios abdominais.

Em termos de aparência, é uma versão morena de “Christian Bale”, com o mesmo rosto inexpressivo, dotado de comuns desligamentos reflexivos, fruto da sua paixão por filosofia, em especial a corrente “Fenomenológica”, cuja linha de raciocínio sempre tem sido a base lógica para resolução dos casos policiais em que trabalhou. É uma pessoa amiga, fiel, com quem se pode contar a qualquer hora do dia e em qualquer circunstância... Uma pessoa que dá orgulho de dizer que se conhece, que se é amigo.


11h08min – 26 de Janeiro de 2009 – Segunda

Enquanto Allan desfruta o almoço; Andrei, entre uma colherada e outra, faz uma pesquisa no “google” com seu notebook posto à sua direita.

- Lucas... Desligue esse negócio! Almocemos... Depois conversamos...
- Podemos fazer os dois.
- Você não tem jeito... Sabia que você iria gostar deste caso. Mas sinceramente, você não acha que talvez estejamos exagerando?
- Como assim?
- Talvez se trate de um simples suicídio de alguém que tinha alguns desenhos pelo corpo.
- Simples suicídio? Certo... Continue...
- Sim... Pois o cidadão pulou do teto do Maria Feliciana e não há indícios que tenha procurado em algum momento deter a queda, caindo como um peso morto... E no local não foram encontrados indícios de luta... Ou seja, fato típico de alguém que pulou intencionalmente.
- É... Mas no corpo dele faltava um botão na camisa, e o bolso traseiro esquerdo estava um pouco rasgado...
- Ele pode ter se enganchado em algum lugar...
- Pode ser ou não... “epoche” – temos um fato: um cara apareceu morto do edifício... Certo?
- Certo. E o corpo não está tão distante do perfil da construção como poderia se esperar de alguém que saltou para a morte...
- Certo... Mas isto é variável.
- Tudo bem, consideremos que seja variável... Vamos pensar que ele tenha pulado... Então por que ele se deu ao trabalho de ir ao teto... E por que pulou de madrugada?
- Andrei... O cara pulou... Este é o fato.
- É? Como você explica as queimaduras nas mãos com resquícios de ferrugem do pára-raios? E porque as impressões digitais estavam raspadas?
- Sei lá... O cara era um doido... Afinal se pintou um “ss” na mão, no coração e nos pés!
- Certo... Se ele saltou... Por que ele simplesmente não chegou na beira do teto e pulou? Por que cargas d’ água ele desceu até o 12º segundo andar escalando pelo fio do pára-raios...
- Isto é uma tese sua...
- Que logo mais será comprovada, um amigo do bombeiro vai descer fazendo rapel para colher algumas provas...
- Sim... Se isto for verdade só prova que o cara realmente era louco.
- Não acho. Como disse, ele quis deixar uma mensagem. E tinha uma razão muito forte pra isso.
- Certo. Então vamos admitir que ele não pulou... Que foi assassinado. Para isso o corpo teria que apresentar sinais de luta... Vamos considerar que o bolso rasgado e o botão que falta sejam este sinais... Mas aí falta o detalhe que nem no teto, nem nas escadas por onde ele passou cuspindo sangue, há indícios de uma segunda pessoa...
- E se esta pessoa apagou tais provas?
- Sim... Então cerca de 765 pessoas que trabalham no local seriam suspeitas... Sem falar dos 1800 flutuantes...
- Pois é... – Andrei dá um leve sorriso.
- Você tem noção do problema que está para criar?
- Epoche... – Sorri novamente.
- Ok... Vamos por este lado: Foi assassinado. Tem a marca no corpo de uma possível luta, ainda falta a distância horizontal que o corpo tende a apresentar em caso de assassinato... Sem falar na hipótese absurda que sim... ele, o assassino, forçou o morto a descer pelo pára-raios... Mas por quê?
- Aí só os dois sabem.
- Não creio.
- Tudo bem... Falta a hipótese de acidente. Neste caso a queda se daria num sítio muito próximo do prédio... Isto me leva a me perguntar: o morto estava atrás de quê? De adrenalina? Ele foi pra lá só para escalar? E sem querer teve um descuido e caiu?  
- O fato meu querido Allan, é que até agora todas estas hipóteses são possíveis.
- Olha... – aborrecido – vamos comer que é o melhor que fazemos.

11h28min – 26 de Janeiro de 2009 – Segunda

Após alguns minutos de refeição, Andrei interrompe o silêncio com uma interessante descoberta.

- Epoche!
- Ô meu pai... Apesar de te conhecer a tanto tempo não me acostumei com esta sua expressão.
- Um dia você acostuma...
- Diga logo a razão do “epoche”!

- Veja isso! – Andrei vira o notebook para Allan. - Está no site google, há uma série de itens sobre ss.
- Ok... Tem milhares de pesquisas...
- 338.000.000 precisamente.
- Sim... Você vai analisar todas?
- Não precisamos... O morto repetiu “ss” três vezes não foi?
- Foi.
- Então. Este é o nosso guia!
- Como assim?
- Três informações nos guiarão... E eu já sei qual é a primeira.
- Qual?
- Bem... Meu querido Allan... A maior parte está relacionada ao “SS” da Waffen-SS, derivada da chamada Schutzstaffel (SS), guarda pessoal de Hitler... Essa divisão era caracterizada por ter uma moral extremamente alta e habilidade no combate.
- E o qual a relação com os esses?
- Os dois esses eram a logomarca... O símbolo deles.
- Só isso?
- Se ele foi vítima de alguém foi um alguém de extremo conceito, com respeitabilidade... e admirável desenvoltura no combate, como os Waffen-SS.
- Só isso?
- Não... Tem mais.
- O principal comandante da Waffen-SS foi Heinrich Luitpold Himmler, comandante Himmler...  ele também cometeu suicídio.
- Mas o que isso tem a ver com o nosso morto?
- Himmler morreu envenenado...
- É... Se o laudo confirmar algum indício de envenenamento em nosso morto,  realmente será uma grande coincidência...
- E tem mais: Himmler se envenenou com Cianeto quando estava para ser interrogado por seu passado, seus crimes, ou seja, estava sob forte pressão...
- Será o caso do nosso morto?
- Quanto a ser criminoso acredito que não... Mas quanto à pressão, com certeza.
Himmler morto

- E o veneno? Será que foi cianeto como Himmler?
- Epoche... Com certeza não.
- Por que você diz isso... Já sabe qual foi, sem o laudo?
- Claro que não meu amigo... Mas suspeito de alguns prováveis.
- Quais por exemplo?
- Depende...
- Depende de que?
- Bem... Se tivermos prova que ele foi assassinado temos duas possibilidades: Antimônio e Arsênico.
- Por que estes dois?
- Porque os dois podem ser ingeridos por semanas sem que a vítima perceba.
- E se foi suicídio?
- Bem... Se foi suicídio, acredito que ele ingeriu Digitalina, Ricina ou Estricnina.
- Hum... Todos provocam vômitos?
- Sim... Além de náusea, alterações na visão, inconsciência e morte... E a depender da quantidade levam horas para fazer efeito.
- É... Mas ele caiu. Será que já caiu morto?
fio pára-raios edf. Maria Feliciana

- É uma possibilidade... Pode ter descido pelo fio do pára-raios e ao chegar no 12º andar ter morrido, e então, despencado.
- Esta teoria é muito absurda.
- É um caso difícil... Mas não é impossível.
- Pôxa... Se o rosto não tivesse ficado desfigurado, se as impressões não estivessem raspadas ou ele estivesse com algum documento... A esta altura já saberíamos a identidade dele.
- E pela arcada dentária?
- Não sei... Vai ser difícil... Foi praticamente destroçada... Vai levar muito tempo.
- Temos que ter muita calma... O caso é muito complexo, mas iremos descobrir todo o mistério.
- Você acha? Então me diga: se esse tal Waffen-SS tem a ver com o morto... O que um grupo militar alemão tem a ver com um suicida sergipano? Você não acha que é forçar a barra não?
- Não... Acho que é o mapa da resolução do mistério... Vou estudar mais o assunto, mas não tenho dúvida de que é nosso ponto de partida.
Vista aérea do restaurante
em que Allan e Andrei almoçaram.
- Então você espera mais surpresas?
- Com certeza... Esta investigação está apenas começando.
 
11h41min – Allan sinaliza para um garçom trazer a conta




- Andrei... Sei que você é bom... Mas este caso é muito louco.
- Não diria isto.
- O que você acha então?
- Diria que... Sem dúvida cada “ss” aponta a razão para o pulo, o assassinato ou acidente... Indica qual foi a última mensagem do nosso morto... E principalmente: porque estou aqui.



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Quer saber a relação do morto com o ss da “Waffen-SS”? E se ele tem algo em comum com “Himmler”? Quer saber o porquê da escolha dos locais marcados com “ss”? Quer saber a ligação da saga dos 11 anos da vida de Maria Geeda com estes eventos?... Então confira estas e outras respostas nos próximos capítulos da sua novela on-line “MENINA VENENO”!


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