quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Capítulo 70

AVISO: Esta é uma obra de ficção, portanto, qualquer semelhança
com pessoas ou fatos da realidade é mera coincidência!




   
Capítulo 70 – Livro dos Sumerianos... Última Parte
Últimos capítulos da temporada – 1 de 5

"O melhor profeta do mundo é o passado." – Lord Byron
 ------------------------------------------------------------------------------------


29 de Agosto de 1950 – Terça 




 
23h46min11seg – Alcides encheu mais uma vez o copo de Perseu com Whisky e sinalizou para as moças que até então faziam companhia que os deixassem a sós.

- Pra onde vocês vão?
- Calma Perseu... As pequenas precisam retocar a maquiagem, não é?
- Sim... Voltaremos daqui a pouco.
- Mas antes... Deixe-me dar um beijinho no rosto.

23h46min25seg – Uma linda morena aproximou-se de Alcides e deu um beijo. Ao mesmo tempo, de forma sutil, recebeu uma quantia em dinheiro para deixar os dois amigos sozinhos por alguns minutos.

- Perseu... Há quanto tempo nos conhecemos?
- Eu tinha sete anos.
- E eu cinco. É muito tempo não é?

23h46min25seg – Perseu tomou um gole e sorriu.

- Com certeza.
- É... Mas hoje eu tive a certeza que isso não importa para o amigo.
- Como não? Assim como Boccaccio entendo que "Os laços de amizade são mais estreitos dos que os de sangue e da família."
- Não parece.
- Por quê?
- O amigo me perdoe, mas confesso que estou chateado.
- Por quê?
- Como não ficaria? Perseu... Nos conhecemos há décadas e hoje você vai fazer uma viagem importante com sua família... Uma audiência com o Sumo Sacerdote, no Rio... E você me diz que simplesmente não pode me dizer o motivo.
- Alcides... É pra sua própria segurança.
- Não vejo assim Perseu... Pra mim é desconfiança.
- Se eu não confiasse no amigo... Sequer revelaria que estou de partida.

23h47min29seg – Alcides bebeu um pouco de Whisky e completou o copo do amigo.
 


- Desculpa Perseu... Mas não vejo assim.
- Alcides... Estou farto dessa vida de “Patési” e está mais do que na hora de sair. Além do mais foi o último desejo do meu pai... Devo a ele.
- Você vai requisitar o Zigurate? (ver 3h10min35seg)
- Não... Creio que não será preciso. Além do mais, como suplente “Patési” você assumirá o meu posto.
- Isso não importa... Até porque daqui a mais dez anos seu filho mais velho assumirá.
- Irmão Alcides... Se meus planos derem certo... Não deixarei substitutos e você me substituirá de forma permanente.
- Mas isso é impossível!
- Não se eu tiver uma carta na manga.





23h48min12seg – Ao constatar que a terceira garrafa de whisky tinha esvaziado, Alcides sinalizou pedindo mais. E assim que foi atendido arriscou:

- Perseu... Abra o coração. Confie no seu amigo-irmão... Você vai invocar o bônus “Dedicatione”? (ver 05h18min49seg do capítulo 54)

23h48min35seg – Perseu fez menção de falar, mas hesitou.

23h48min36seg – Alcides levantou o copo e sugeriu um brinde.

- A que se deve este brinde amigo?
- Você sabe...
 
23h48min39seg – Perseu sorriu e brindou.

- À inteligência do amigo.
- Ao Livro dos Sumerianos... A propósito, está com você?

23h49min40seg – Por estar bêbedo Perseu cedeu a pressão do amigo e de forma indireta acabou assumindo o motivo da viagem.

- Aqui? Agora?
- Sim?
- Claro que não... Está muito bem guardado.
- Você pegou no cemitério dos náufragos não foi?... Com o irmão nº 2?
- Hum... Hum...
- Ainda está lá?
- Você não participou das buscas ao longo do litoral? Estava lá?
- Não... Você tirou, não foi?
- Na mesma noite em que encontrei... Sabia que o mestre vasculharia tudo.
- E onde está?
- Num local seguro.
- Onde?

23h50min35seg – Mesmo sob efeito do álcool Perseu compreendeu a ansiedade de Alcides e interrompeu a conversa.
 

- O amigo não acha que está querendo saber demais?
- Mera curiosidade.
- Claro... Mas não posso te dizer... Não contei nem pra mim.

23h50min59seg – Perseu levantou-se cambaleante e disse:

- Vamos embora!




ALGUNS ANOS DEPOIS...




09 de Maio de 1995 - Terça

Lembranças de Adriano... (ver 05h38min01seg do capítulo 60)

Na mansão do “Sindicato”... Diante do jardim de pilares hexagonais, Adriano teve a última conversa com o Pai.
 
- O Senhor chegou a vê-lo? – perguntou Adriano ao pai (Alcides).
- Não.
- Ao menos disse onde estava?
- Não... Ele disse que estava farto da vida de “Patési” e que não queria que seus filhos seguissem tal destino. Queria afastá-los completamente... E usaria a revelação do paradeiro do “Livro dos Sumerianos” como barganha para sair ileso e garantir a proteção da família.
- Mas... Não morreram num acidente? E depois ele se matou?
- Adriano... Ele se matou porque fui visitá-lo no hospital e contei que ninguém tinha sobrevivido... Depois que ele começou a chorar e a repetir que queria morrer... Tirei do bolso uma pílula de cianeto e ofereci.
- Começo a entender... O Senhor certamente provocou o acidente?
- Correto... E na realidade somente a esposa morreu, os filhos sobreviveram.
- E porque o Senhor não os matou?
- Por causa do acordo... E da Roda de Samsara.
- Na mesma noite em que ele me revelou ter a posse do “Livro dos Sumerianos” fizemos um acordo, quando ele renunciasse, escreveria uma carta de próprio punho sugerindo que eu e meus descendentes fôssemos teu substituto direto. Em troca eu queimaria os dados de todos os descendentes dele... Ele queria se afastar totalmente do “Sindicato”... Ocultando os seus herdeiros... Disse que era o último desejo do pai... E eu garantiria nossa permanência como nº 1.
- Mas o Senhor não quis arriscar que ele voltasse atrás e providenciou o “acidente” com a esposa e os filhos dele?
- Isso.

05h55min12seg – Após fazer uma breve reflexão Adriano indagou:

 
- E os filhos? Nenhum encontrou o sinal?
- Não. O mais novo teve problemas mentais por causa do acidente e morreu. O outro, Theodoro Daciano, encontrou a primeira pista, mas não seguiu adiante.
- Que pista?
- Encontrou um diário de Perseu falando sobre o sindicato e o que deveria ser feito caso alguma coisa acontecesse com ele. Junto ao diário havia uma carta (ver 19h27min45seg cap 68) que trazia um pedido para que seus descendentes saíssem do sindicato.
- O que aconteceu com Theodoro?
- Também morreu antes de decodificar todas as pistas.
- O Senhor também o matou?
- Claro que não! Não seria tão estúpido de eliminá-lo sem encontrar o Livro... Morreu porque chegou a hora... Destino.
- Mas o senhor não anteciparia o Zigurate senão tivesse um Ás.
- Correto. Tenho sim... O neto mais novo de Perseu desenvolveu a mesma paixão do avô por enigmas, criptogramas, poesia, música e pintura... Tem comportamento semelhante de autista, mas nada diagnosticado. Pode ser apenas timidez. O fato é: É extremamente inteligente e está mais do que apto para lê os sinais “SAMSARA” do avô.
- E porque o senhor mesmo não cuidou dele?
- Por que ele só tem seis anos... Quero que você o acompanhe, que esteja o mais próximo possível e fique atento.
- Agora compreendo...
- Há o neto mais velho que está atingindo a maioridade... Também é bom prestarmos atenção nele.


06h01min13seg -  Adriano sorriu excitado com o desafio que lhe fora apresentado e disse:

- Entendo... Apesar de não querer mais vínculo com o Sindicato... Ele quis assegurar que o “Livro dos Sumerianos” não caísse em mãos erradas.
- Isso meu filho... Vejo que você será um “Patési” melhor que eu.
- Foi por isso que o Senhor antecipou o “Zigurate”?
- Sim... Um dos netos do meu querido amigo Perseu... Está atingindo a maioridade, e deve ter acumulado conhecimento suficiente para enxergar os sinais deixados pelo avô... Eu, entretanto, aposto minhas fichas no mais novo. Em todo caso, já temos uma pessoa infiltrada... Mas quero que você assuma esta missão, descubra o segredo, tome posse do “Livro dos Sumerianos” e exija a sua promoção a “Lugal”.
- Será feito!
- Não falhe Adriano... A nossa honra depende disso!

06h02min13seg -  Adriano pegou uma torre, moveu para posição d8 e dando um xeque-mate falou:

- Eu só entro num jogo pra ganhar.




CONTINUA...


Nenhum comentário:

Postar um comentário