segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Capítulo 62

AVISO: Esta é uma obra de ficção, portanto, qualquer semelhança
com pessoas ou fatos da realidade é mera coincidência!




Capítulo 62 – De Volta a Torre... Parte 01

"A Verdade jamais é pura e raramente é simples." – Oscar Wilde 
----------------------------------------------------------


27 de Janeiro de 2009 – Terça

21h38min51seg – Lucas Andrei deu um clique no notebook e maximizou uma janela que continha uma pesquisa feita sobre datas de eventos astrônomos... (Ver capítulo 43)
 
22h00min01seg – Allan conferiu as horas e falou:

- São dez horas... O enigma diz pra onde devemos ir?
- Epoche!
- Aonde?
- Calma... Quero ver se você consegue adivinhar.
- Deixe de brincadeira Andrei... Diga logo!
- Não... Como te disse... É de suma importância que você entenda como cheguei às conclusões.
- Como você diz... Epoche.
- Epoche. Veja: Toda estrela tem uma órbita específica, certo? Uma posição mapeada pelos astrólogos, correto?
- Correto... Inclusive os primeiros aventureiros se orientavam pelas estrelas... Com o cruzeiro do sul, por exemplo.
- Epoche.
- Prossiga!
- A posição da estrela Agol está projetada na eclíptica correspondente a 26º de Touro... A eclíptica, antes que você me pergunte, é uma circunferência imaginária correspondente à trajetória aparente do Sol na esfera celeste. O eixo da eclíptica é uma reta perpendicular à eclíptica e passa pelo centro da Terra... Captou o recado?
- Bem... Está claro que o 26 se refere a uma posição... Uma marca... Mas de onde?
- A eclíptica marca posições tendo como referência o centro da Terra... Aí eu te pergunto: Qual é o centro da nossa investigação? Onde o suposto suicídio aconteceu?
- Caramba!... Está claro! No centro da Cidade... No edifício “Maria Feliciana”... Então... 26 se refere ao 26º andar do Maria Feliciana?
- Epoche! O morto deixou um recado lá.
- Fascinante!... Quem diria que tão cedo voltaríamos ao “Feliciana”?... Quem diria?...
- Epoche... Creio que... Ou vai começar uma reunião por volta das 2h30min ou ele deixou alguma pista que só é visível à noite.
- Ufa... Finalmente foi desvendado o enigma do espelho!
- Qual seria?
- Próximo passo: No dia de Agol... Esteja às 2h30min no 26º andar do edifício “Maria Feliciana!”
- Epoche!

Perito Allan
22h10min18seg – Allan levantou ansioso e dirigiu-se para saída...
 


22h10min24seg – Olhou pra trás e viu Lucas Andrei desligando o computador sem nenhuma pressa.

- O que estamos esperando? – Indagou Allan muito impaciente.

22h10min26seg – Dando um sutil sorriso, Lucas Andrei falou:

- Meu caro Allan...Certa vez Isaac Newton disse: “Se fiz descobertas valiosas, foi mais por ter paciência do que qualquer outro talento”.
- Foi mesmo? Por acaso Isaac Newton tinha um “Dr. Uziel” no pé dele? Estava sob suspeita de ter sumido com provas de um crime? Estava sendo perseguido por uma misteriosa Sociedade Secreta?
- Allan? Vejo que você não prestou atenção ao recado do morto.
- Como assim?
“No dia de Agol... 2h30min... Percebeu? Duas horas e... Trinta minutos. Ou seja, se houver alguma pista... Só veremos por volta das duas da manhã... Por hora, o melhor que temos a fazer é descansar...

22h14min01seg – Allan voltou para o interior do restaurante.  E falou em tom de protesto:

 - Não vou conseguir dormir... Estou muito... Muito ansioso.

22h14min05seg – Lucas Andrei guardou o notebook na mochila e argumentou:
 

 


- Allan... Minha mente está cansada... Precisa de repouso... E sem ela funcionando direitinho... Entraremos num labirinto sem saída... E aí... O que está ruim, vai piorar.
- É só um cochilo, então?
- Epoche!






22h14min08seg – Hugo puxou uma cortina e apagou a luz da recepção do restaurante...

22h14min09seg – Em seguida subiram uma escada em espiral e entraram num pequeno quarto.

- É pequeno... Mas dá pra vocês descansarem um pouco.
- Hugo... Não queremos incomodar.
- Não se preocupe Andrei... Além do mais... Vocês só vão relaxar um pouco... E eu não costumo dormir cedo... Estarei na sala vendo um filme, e então os acordarei... Uma hora está bom?
- Ótimo. – Lucas Andrei agradeceu dando um aperto de mãos.

22h17min30seg – Ao constatar que Hugo não podia ouvi-lo, Allan perguntou:
 
- Andrei... Este seu amigo é confiável?
- Igual a você.
- Se você diz...
- Epoche! Do contrário não viria aqui.
- Estive pensando...
- Fala Allan...

22h19min04seg – Andrei deitou no chão e observando o ventilador do teto sinalizou para o amigo prosseguir.

- Será que nos seguiram?
- É possível.

22h29min51seg – Allan que tinha acabado de sentar-se numa poltrona acolchoada, deu um sobressalto, fitou o amigo e resmungou:
 

- E você diz isso assim? Com essa calma?
- Epoche... Pense: Se eles quisessem nos matar... Já o teriam. Oportunidades não faltaram.
- Então por que não o fizeram?
- Epoche... Certamente... Não conseguem “ler” os recados do morto.
- Não tinha pensado nisso... Talvez o morto tenha escondido algo muito valioso para eles...
- Epoche... Eu já tinha pensado nisso.

22h31min12seg – O detetive sentiu as pálpebras pesarem e finalmente entregou-se ao sono, mas foi interrompido por Allan que sentado numa poltrona próxima começou a falar:

- Andrei... Será que...


22h31min14seg – Virando a cabeça na direção do amigo Andrei interrompeu:

- Allan... Allan...
- Que foi Andrei?
- Preciso descansar... Faça o mesmo!

22h31min18seg – Depois de muito se mexer, Allan conseguiu encontrar uma posição confortável e finalmente relaxou.

22h31min19seg – Andrei adormeceu.

Mais um sonho...

Quando atingiu o sono profundo... Uma voz doce e meiga, vinda do subconsciente do detetive, sussurrou:
 
“Andrei... Andrei... Não tenha medo.”

Repetiu de forma mais lenta e dengosa:

“Não tenha medo...”

De repente, Lucas Andrei sentiu o dedo dos pés gelando... Observou ao redor e percebeu que estava no meio de uma tempestade. Trovejava e relampejava muito. Nunca tinha visto aquilo!

“Será um sonho?” – Pensou, mas não teve tempo de racionalizar a resposta, pois o quarto foi invadido por uma torrente d’água.

Em poucos minutos a água tomou conta do ambiente. Tentou se mexer, mas não conseguiu... Sem entender o porquê, constatou que não tinha domínio sobre os músculos do seu corpo. Encontrava-se a mercê da própria sorte. Depois de alguns segundos, começou a se afogar por causa da grande quantidade de líquido que engoliu.

 No limiar de perder os sentidos, quase desfalecendo... Misteriosamente uma corda foi jogada e sem hesitar, com muito esforço, Andrei pegou. Porém, ao sair da água viu-se pendurado no último andar do edifício “Maria Feliciana”... Olhou para baixo e quase vomitou de vertigem. Apavorado tentou subir. Num dado instante olhou para o longínquo asfalto e as pessoas que pareciam formiginhas de tão pequenas... E mais uma vez, passou mal. Ao retornar a visão para o alto, levou um susto: Percebeu que a corda estava se partindo... Num golpe rápido deu um salto, segurou outro pedaço e descobriu que estava sendo sustentado por uma cobra da espécie “muçurana”, tratava-se de uma das muitas serpentes que havia na cabeça da medusa...

Ao encarar a Medusa Lucas Andrei foi petrificado e caiu do alto do edifício Maria Feliciana.

Quando atingiu o 12º andar subitamente parou de cair e ficou flutuando. Em seguida, como se estivesse sendo atraído por algum tipo de ímã, começou a ser puxado na direção do Sol... E cada vez mais adquiria velocidade.

Veloz... Veloz... Extremamente veloz... Lucas Andrei seguiu viagem até sofrer um forte impacto ao colidir com uma mega escultura metálica do “Caduceu”.
Após um vento forte, as serpentes ganharam vida e apertaram Lucas Andrei que ainda sob o efeito do olhar da Medusa viu-se quebrando em vários pedacinhos... Restando somente a cabeça.

Uma garota bonita e atraente recolheu a cabeça de Lucas Andrei e gotejou um liquido que o fez ter alucinações. Começou a enxergar uma sucessão de luzes psicodélicas... Por último, surgiu uma muito forte que o cegou completamente e o envolveu por inteiro.

Após um breve tempo a luz sumiu o ao recuperar a visão o detetive percebeu que estava num novo cenário: Um imenso tabuleiro de xadrez formado pelos principais prédios de Aracaju: “Secretaria de saúde”; “Maria Feliciana”; “Praça General Valadão, Olímpio Campos e Fausto Cardoso” e o prédio da “SSP”.

Do interior das instalações do prédio da “SSP” surgiram duas grandes serpentes que se aproximaram como se fossem dar um bote fatal ou devorá-lo. Lucas Andrei teve vontade de chorar, era o fim!... Contudo, antes de ser comido pelas serpentes um bebê gigante pegou as duas cobras e as estrangulou com as próprias mãos.

Emocionado Andrei tentou ver o rosto do bebê que o salvou, mas ao fitar os olhos foi atingido por uma forte luz mais uma vez o ofuscou por segundos e o transportou para outro cenário: A “Rodovia dos Náufragos”.

Ao olhar para o bebê, teve uma grande surpresa... Observou que estava se transformando num homem sem rosto, foi quando ouviu uma voz de homem:

“Lembre o meu nome...”


O detetive Lucas Andrei tentou ver o rosto, mas foi inútil. A única coisa que dava para identificar era um espelho de formato hexagonal que aquela estranha criatura segurava...

Ao fitar o espelho, compreendeu que através dele uma cena estava se reproduzindo várias vezes seguidas. Movido pela curiosidade se aproximou e reviu uma conversa que tivera momentos antes com o amigo Allan:
 
“O que enxergamos aqui, é o reflexo do passado”...

Lucas Andrei olhou mais uma vez e visualizou o homem sem rosto dentro de um túnel cheio de cordas...

Estranhamente... Começou a se desintegrar e uma voz que repetiu várias vezes seguidas:

Reflexo... Reflexo... Passado...


28 de Janeiro de 2009 – Quarta

 
01h01min25seg – Lucas Andrei sentiu um puxão, era Hugo que acabava de acordá-lo.

- Uma da madrugada...
- Cadê Allan?
- Foi ao banheiro... Já volta.
- Eu estava mais cansado do que supunha... Até sonhei...
- Você está bem?
- Epoche! Melhor... Na medida do possível.
- O que houve?
- Nada... Só um sonho... Ou aviso.

01h03min47seg – O detetive pegou papel e caneta...
 

01h03min51seg – Começou a anotar as lembranças imediatas do sonho que tivera, pois algo lhe dizia que seu inconsciente queria lhe dizer alguma coisa.

01h06min32seg – Allan surgiu ainda mais ansioso:

- Descansou? Já podemos ir?
- Epoche!


01h06min35seg – O detetive teve um insight:


- Hugo... Você já me ajudou muito... Mas posso pedir mais uma coisa?
- Claro!
- Você ainda tem aquele equipamento de mergulho?
- Andrei... Você enlouqueceu? Não vamos mergulhar, vamos subir um prédio. – Aborreceu-se Allan.
- Calma Allan... Hugo... Eu só preciso de uma corda e do arpão... Você tem?
- Pra sua sorte... Tenho sim.
- Veja no que você vai me meter! – Reclamou Allan.

 
01h09min58seg – Lucas Andrei se despediu de Hugo e junto com Allan partiu para retomar as investigações aonde tudo começou, o marco zero: o edifício “Maria Feliciana”

- Andrei... Você sabe o que está fazendo, não sabe? – Perguntou Allan, muito inquieto.
- Epoche... Meu amigo... Epoche.


           
----------------------------------------------------------------------


O que será que o detetive Lucas Andrei fará com o arpão e a corda? E que mensagem o subconsciente ou o morto do Feliciana mandou para o detetive? Será que ele vai descobrir a tempo de cumprir o acordo com Dr. Uziel? Será que a suspeita de Allan que a misteriosa Sociedade Secreta estava seguindo-os procede? Será que finalmente Lucas Andrei conseguira descobrir a identidade do morto e porque ele morreu? E qual a ligação com Maria Geeda Petrúcial Leal, será que tais eventos têm relação com o plano de vingança que ela levou anos para concluir? Para saber estas e outras respostas não perca os próximos capítulos da sua novela on-line “MENINA VENENO”!

Nenhum comentário:

Postar um comentário