segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Capítulo 64

AVISO: Esta é uma obra de ficção, portanto, qualquer semelhança
com pessoas ou fatos da realidade é mera coincidência!



Capítulo 64 – De Volta a Torre... Parte 03

"Se o conhecimento pode criar problemas, não é através
da ignorância que podemos solucioná-los." – Isaac Asimov
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28 de Janeiro de 2009 – Quarta

01h39min01seg – Allan observou ao redor. Ao constatar que estavam absolutamente sozinhos, abriu a porta traseira do veículo.
 
- Andrei... E agora?
- Faça o que eu fizer.

01h39min05seg – O detetive pegou um pequeno bornal, o arpão mais a corda que recebeu de Hugo, correu na direção oposta à Praça General Valadão e escondeu-se atrás da primeira pilastra da “Caixa Econômica” da Rua Geru.

01h39min07seg – Sem pensar, Allan repetiu os gestos do amigo e perguntou:

- Pra que você trouxe seu bornal?
- Por quê?
- Sim!
- Por que vou precisar.

01h39min09seg – Lucas Andrei deu uma nova corrida com um pique mais forte que o anterior e abrigou-se atrás da sétima pilastra do banco, de onde ficou observando a banca de revista da Travessa Baltazar Goes.

 


01h39min15seg – Preocupado Allan indagou:

- E agora Andrei?
- Está ouvindo? A confusão ainda continua...
- Claro... Pelos cinqüenta reais e o relógio deveria durar a noite inteira.
- Concordo...

01h39min27seg – Lucas Andrei entregou o arpão e a corda para o amigo.

01h39min29seg – Pôs o bornal nas costas e correu na direção da banca de revista.
 
01h39min33seg – Allan seguiu.

- Andrei... Vamos entrar por onde? Ainda acho que seria melhor irmos pelo caminho mais fácil, eu me identifico para os bombeiros... Entramos e tudo fica resolvido.
- Nada disso!... Você quer ou não quer que eu resolva este caso?
- Claro! Afinal é o meu que está na reta...
- Além do mais o caso dos Náufragos foi bem mais complicado... E fiquei entre a vida e a morte... (Ver a novela on-line “O Mistério dos Náufragos”)
- É... Eu lembro.

01h39min41seg – Andrei virou-se para o amigo e quase num sussurro falou:

- Allan... Confie em mim.
- Eu confio.
- Bom... O Plano é o seguinte: Temos que ser rápidos! Está vendo aquela árvore?
- Aquela encostada na outra banca de revista?
- Epoche... Vamos até lá e me ajude a subir.
- E depois?
- A árvore está encostada no telhado do 3º andar... De lá vou subir na marquise da loja de móveis e escalar até o teto... Quando estiver sobre a loja vou atirar com o arpão em algum ponto de apoio... Não vai ser difícil. Tem no mínimo duas bases metálicas de cada lado que sustenta o sistema de refrigeração.
- Como você sabe disso?
- Digamos que eu sei o que me foi destinado saber...
- E eu? Vou subir como? Você sabe que não tenho muita habilidade de subir em árvores... Sou totalmente urbano...

01h41min12seg – Lucas Andrei começou a sorrir. Incomodado Allan perguntou:
 

- Está rindo de quê?

01h41min15seg – Rindo ainda mais o detetive respondeu:

- Foi pra isso que trouxe a corda.
- Como assim?
- Quando eu estiver no telhado... Amarre a corda na cintura que te puxo... Certo?

01h41min57seg – Allan balançou a cabeça em sinal de aprovação.

01h42min39seg – O detetive Lucas Andrei correu na direção da árvore. Allan o seguiu.



 Em seguida o detetive sinalizou que precisava de um impulso para conseguir agarrar-se no galho. O amigo perito agachou-se e Lucas Andrei segurou o tronco da planta e colocou os pés sobre os ombros do amigo que deu um pulo arremessando-o para o alto.

 

Fazendo muito esforço o jovem detetive lançou os pés de um lado para outro com o intuito de prendê-los para ter apoio e girar de tal forma que pudesse ficar “de cabeça pra cima”. Só conseguiu após quatro tentativas.
 
01h43min11seg – Uma viatura da Rádio Patrulha que vinha pela Avenida Rio Branco no sentido Sul-Norte entrou de vez à esquerda da Praça General Valadão e seguiu em alta velocidade até o “Bar do meio” aonde parou de forma brusca.

01h43min50seg – Os policiais desceram fortemente armados e separam “Lady”, “Gaguinha” e o atendente que estavam trocando socos.

01h43min52seg – Apavorado Allan falou:

- Vamos embora Andrei!
- Epoche que não! Esconda-se... Quando estiver pronto pra te puxar dou um sinal.
- Certo.

01h43min54seg – Andrei deitou-se na marquise e estendeu os braços para pegar o arpão e a corda.

01h43min55seg – Allan jogou o material.

01h44min22seg – Lucas Andrei deu um pulo e agarrou-se no teto da loja de móveis. Com muita dificuldade subiu.

Do ponto em que estava o detetive conseguiu visualizar três possíveis pontos em que poderia atirar o arpão: Uma imensa pedra de concreto com uma alça de ferro, o ar condicionado encostado na janela e a barra metálica do sistema de refrigeração que era o ideal... Por causa dos “visitantes” inesperados ele sabia que não poderia demorar... Que só teria uma chance.

 


01h45min03seg – Andrei armou o arpão...

01h45min05seg – Mirou no meio da estrutura de ferro, mas errou.

01h45min11seg – Atirou uma segunda vez e sem querer atingiu no ferro maciço que entortou a ponta...

01h45min25seg – Lucas Andrei respirou fundo e fez uma nova investida. E conseguiu! O arpão bateu de leve no metal e desviou para a madeira do pequeno telhado que protegia o grande ar-condicionado.

01h45min32seg – O detetive segurou firme a corda, amarrou-a em torno do braço direito, caminhou até a beira do teto da loja de móveis... E como Tarzan lançou-se no vazio deslocando-se até a parede do edifício Maria Feliciana.

01h45min37seg – Andrei apoiou os pés sobre o ar-condicionado da janela, e escalou até o telhado.
 
01h45min48seg – Allan saiu da penumbra da banca de revista e muito nervoso falou:

- Andrei... Me puxa logo!... Parece que a RP vai levar os briguentos e tem gente vindo pra cá.

01h45min56seg – Lucas Andrei lançou a corda. Allan pôs em torno da cintura.


01h46min09seg – Os que estavam envolvidos com a briga no “Bar do Meio” chegaram a um acordo e a polícia foi embora.

01h46min12seg – Com a ajuda do amigo Allan conseguiu subir no telhado do edifício “Maria Feliciana”. Um pouco tenso questionou:

- Já estamos no teto... E agora?
- O pior já passou... Acredite!
- Espero que sim.

01h46min19seg – Andrei soltou o arpão, amarrou a corda em torno e entregou para Allan que protestou.

- Ainda vou ter que carregar este troço?
- Epoche! Podemos precisar!
- Você me arranja cada uma.
- O pior já passou... Agora se abaixe e me siga.
- Você sabe como entraremos?
- Epoche!

01h46min30seg – Arrastando-se em sentido anti-horário, o detetive e o perito caminharam até a porta “corta-fogo” de aço maciço que dava acesso ao interior do prédio. Ao vê-la fechada Allan pensou que tudo estava acabado e desabafou:

- E agora? Vamos atravessar a parede?

01h46min35seg – Lucas Andrei deu um pequeno sorriso e num gesto provocador empurrou a porta com a mão esquerda dando um toque muito leve.

 

- Não entendi – Comentou Allan.
- Está em reforma... Não estão trancando.
- Caramba Andrei... Você pensou em tudo!
- Epoche meu amigo... Epoche!

01h47min04seg – Lucas Andrei tirou do bornal uma lanterna e um dispositivo que acionava uma luz negra. A primeira ficou com o perito.

01h47min05seg – Assim que entrou, o detetive passou a luz negra no chão e visualizou a marca de pegadas que se dirigiam para os andares superiores.

- Nossa primeira pista? – Perguntou Allan.
- Epoche.

01h47min13seg – Os dois amigos começaram a subir. Ao passar pelo sexto andar tiveram um susto.

- Andrei... Você viu aquilo?
- Aquilo o que?

01h54min22seg – Andrei passou a luz sobre a parede e viu uma palavra escrita com uma tinta que só era visível com luz negra: “BEWARE”

 

- Beware?
- Beware...
- “Ter cuidado”... Não é?
- Epoche!
- O que será que o morto quis dizer?
- Que certamente não estamos sós...
- E por isso devemos ter muito cuidado.

01h55min01seg – Allan sacou a pistola e deu um golpe. Andrei que prosseguiu vasculhando o local anunciou:

- As pegadas continuam... Mais pra cima!
- Vamos seguir... – Falou Allan com a arma em punho.

02h29min12seg – Lucas Andrei e Allan chegaram no 26º andar. Assim que entraram viram outra palavra escrita com a tinta especial. O detetive passou a luz negra e mostrou ao perito: “SEE”.

- See...
- “Veja”, “imagine”,”pense”, “reflita”, “verifique”, “suponha”, “compreenda”... “Não desistir”...
- Epoche!
- Será que ele nos atraiu até aqui só para dizer isso?
- Epoche que não! Lembre-se: “No dia de Agol... Esteja às 2h30min no 26º andar do edifício “Maria Felicina”
- Que horas são?
- Duas horas e trinta minutos, exatamente.
- Então algo vai acontecer...
- Epoche!

02h30min06seg – Os dois investigadores passaram os olhos em todas as direções. Num determinado instante Allan visualizou algo inusitado.

- Andrei...
- Fala Allan...
- É impressão minha ou aquele pontinho de luz que está saindo da janela está se movendo?

02h30min07seg – Lucas Andrei acompanhou com os olhos o ponto de luz que vinha do movimento da lua. Lentamente o feixe se movimentou e parou sobre uma área descascada do reboco.

02h30min59seg – Os instintos aguçados do detetive o fizeram ficar eufórico.
 
- Allan... Eis o motivo de estarmos aqui!
- O que? Por causa de um papel de parede descascando?
- Aqui não tem papel de parede amigo...
- Então... Foi o morto que colou isso?
- Epoche!... Me ajude aqui.

02h31min04seg – Allan segurou o pé direito do detetive e ergueu.

02h31min07seg – Com muito cuidado Andrei raspou o papel que estava colado no teto, desgrudou-o e desceu. Ansioso Allan perguntou:

- O que é?
- Cadê a lanterna?
- Está aqui... – Allan apontou na direção da folha que o detetive segurava.
- Fascinante... Fascinante!
- O que é isso?
- Uma boa e má notícia...
- Como assim?

02h33min51seg – Lucas Andrei encostou-se na porta do elevador e apontado para uma série de estranhos símbolos falou:
 

- A boa notícia é que esse papel traz uma espécie de “criptograma”... E para nossa sorte não é dos mais difíceis.
- E o que tem de ruim nisso?
- Está vendo este outro símbolo?
- Esse das setas logo acima?
- Sim... Faz parte de uma escrita antiga... Lendária... Que não há provas concretas de existência...
- Peraí Andrei... Você quer dizer encontramos algo que não existe?
- Epoche!
- Mas isso é impossível!
- Meu amigo Allan, não foi você que disse que seria impossível entrarmos no “Maria Feliciana” sem sermos vistos? Não estamos aqui?


02h36min08seg – Dando um longo suspiro Allan falou:

- Andrei... Este caso está me deixando cada vez mais confuso.
- Não desanime amigo...
- Me dê uma boa notícia... Você conhece essa escrita antiga?
- Via de regra ninguém conhece... Por que não existe... Entretanto há uma possível codificação que por acaso aprendi há alguns anos... Trata-se de um fragmento da língua dos sumerianos... E se realmente for, posso dizer que existem mais onze pedaços iguais a esse.
- Então quando juntarmos todos os pedaços e você decodificar a mensagem teremos solucionado o mistério?
- Epoche!
- Seria simples se não fosse por um detalhe.
- Qual?
- Como encontrar os outros pedaços do criptograma?
- Tenho uma idéia.
- Qual... Como o criptograma começa com um código sumeriano... E considerando que  para eles o número 12 é sagrado... Por dedução lógica onde estaria a próxima pista?
- No 12º andar?
- Epoche! Exatamente o ponto em que desde o início da investigação deduzi ser o ponto da queda... (Ver 11h08min capítulo 03)
- Realmente... Tenho que lhe dar mais ouvidos... O que estamos esperando?... Vamos descer!
- Epoche!

02h45min18seg – Allan ouviu um barulho de estalar de ossos vindo do 25° andar. Assustado sussurrou:

- Você ouviu?
- Epoche!... Beware...
- Ter cuida...
- Epoche!... Não estamos sós.

02h45min21seg – Allan entregou a pistola extra que sempre trazia consigo para o detetive Lucas Andrei.

02h45min25seg – Ouviu-se novo estalo.

02h45min27seg – Allan olhou para escada e enxergou o vulto de um homem. Ao ter certeza que estava sendo seguido disparou em perseguição dizendo:

- Pegue a próxima pista que eu cuido da visita!
- Epoche!

02h45min33seg – Lucas Andrei deu um golpe na pistola, guardou o primeiro pedaço do criptograma com cuidado no bornal e desceu para o 12º andar do edifício Maria Feliciana.

- A noite vai ser longa... – Pensou o detetive.



CONTINUA...




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Será que Allan vai conseguir capturar a pessoa que o seguiu? Qual será a mensagem criptografada pelo morto? Será que novas pistas estão escondidas no 12° andar? Será que Lucas Andrei conseguirá relacionar o mistério a lendária cultura dos Sumerianos? Será que assim como entram Allan e Andrei conseguirão sair do edifício Maria Feliciana sem serem vistos? Para saber estas e outras respostas não perca os próximos capítulos da sua novela on-line “MENINA VENENO”!

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