terça-feira, 26 de julho de 2011

Capítulo 59

AVISO: Esta é uma obra de ficção, portanto, qualquer semelhança
com pessoas ou fatos da realidade é mera coincidência!


Capítulo 59 – Acerto de Contas... Parte 02

"Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo,
não precisa temer o resultado de cem batalhas” - Sun Tzu
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07 de Novembro de 1998 – Sábado


21h12min19seg – Maria Geeda Petrúcia Leal desmaiou.
 

21h12min31seg – Cinco encostou uma pedra de Safira de formato hexagonal (que estava presa em seu chaveiro) na fechadura da porta que apesar de ter aparência de madeira era constituída de aço puro. Era uma forma de camuflagem ( proteção) em caso de alguma visita indesejada.

21h13min05seg – O gesto do Cinco acionou um dispositivo mecânico, e após alguns sons de engrenagens funcionando, o chão começou a mexer... Uma espécie de elevador tinha sido ligado.

21h13min37seg – Adriano, Cinco e Sete desceram mais 15 metros e pararam em frente a um imenso túnel. Ao lado direito havia uma réplica da estátua da moça de joelhos da Praça General Valadão (Era um sinal que estavam a cerca de 60 metros abaixo daquele ponto). À esquerda, um imenso painel luminoso mostrava um segundo mapa: um hexágono inscrito num círculo com uma placa que dizia: 1QHx.

21h14min19seg – Adriano deu alguns passos à frente e o elevador voltou à superfície.

21h14min21seg – Adriano ouviu uma voz conhecida:

- Chefe...

21h14min26seg – Adriano olhou para seu lado esquerdo e viu Oito e o Nove que segurava uma cadeira de rodas.

- Prossiga Oito.
- Estamos prontos...
- Ótimo.

21h14min40seg – Cinco e Sete puseram Maria Geeda Petrúcia Leal na cadeira de rodas.

- Cinco e Sete... Façam o relatório, me entreguem e depois tirem um folga.
- Obrigado Chefe. – Cinco e Sete agradeceram.

21h14min49seg – Assim que Adriano fez menção de sair, Nove o chamou:
 
- Chefe...
- Espero que você tenha uma boa razão para interromper meu descanso...
- Claro Chefe... O Dois disse que quer falar com Senhor.

21h14min57seg – Adriano ficou em silêncio por alguns segundos e depois se pronunciou:

- Hum... Diga ao Dois que me encontre no “Sexto QH”, nos meus aposentos...
- Certo Chefe... Bom descanso.
- Obrigado... Ah!... Quando a mocinha estiver pronta me avisem, entenderam?
- Sim Senhor.


21h15min01seg – Oito e Nove conduziram Maria Geeda Petrúcia Leal para o último quadrante hexagonal daquele sistema de túneis, que ficava exatamente 60 metros abaixo da sede da SSP.

21h28min43seg – Ao chegar na salão em que se costumava realizar interrogatórios, Nove posicionou Maria Geeda ao Centro.

Apesar de estarem há vários metros abaixo do nível do solo, o ambiente do salão de interrogatório e de todos os sete quadrantes hexagonais que começava sob o antigo prédio da Alfândega e findava na sede da SSP, fisicamente, não era perceptível, pois toda extensão era bem iluminada e ventilada.

 

As paredes eram revestidas de uma placa de cerâmica de cor clara, dispostos de forma espaçada que possibilitavam um constante refluxo de ar, além de um considerável isolamento acústico...
 

21h30min01seg – Geeda, que ainda estava desacordada sobre uma cadeira de rodas, teve os olhos vendados com uma fita crepe.

21h30min05seg – Oito pôs uma bacia cheia d’água, conectada a dois eletrodos que estavam ligados a um painel de controle.

21h30min09seg – Nove amarrou os pés e as mãos de Maria Geeda.

21h30min11seg - Oito acoplou três seringas a um estranho dispositivo que quando acionado deixaria as agulhas destas há pouco centímetros do lindo rosto de Maria Geeda Petrúcia Leal... A intenção era impor uma longa postura estática.

21h38min50seg – Adriano Kelsen tinha acabado de sair do banho quando o interfone proferiu uma voz eletrônica:

- Chefe... Sou eu, Dois.
- Entre Dois... Me aguarde na sala... Ah! Na adega tem um “Chateau Petrus”...
- “Chateau Petrus”?
- Isso... Pegue a safra de 1947.

21h38min55seg – Dois, cauteloso, caminhou em direção à adega. Pela primeira vez algum subordinado ao nº 1 tinha acesso... Significava que o Chefe tinha algo importante para comemorar.

 

Logo que entrou na famosa adega de Adriano Kelsen, sob pouca iluminação e climatizada a 10 graus, Dois ficou impressionado, pois de cara visualizou três dos dez vinhos mais caros do mundo: “Cheval Blanc 1947”, “Romanée Conti 1934” e “Château Lafite Rothschild 1787”... Numa rápida olhada podia chutar que existia pelo menos 100 unidades diferentes, entre nacionais e importados.

21h39min34seg – Adriano terminou de barbear-se e perguntou ao Dois:

- Achou?

21h39min35seg – Dois despertou da contemplação e respondeu:

- Sim... Encontrei a adega...
- O “Chateu Petrus” está no terceiro losango vizinho ao ponto de luz... – Falou Adriano enquanto vestiu uma calça jeans e uma camisa.

21h40min19seg – Dois encontrou a garrafa que procurava e voltou à sala.

21h40min20seg – Adriano entrou, pegou duas taças, e enquanto abriu a garrafa perguntou:

- Você queria falar comigo, Dois?
- Sim... Senhor...
- O que é?
- Chefe... Sei que não devo questioná-lo.
 - Mas com todo respeito...
- Vá direto ao ponto Dois... Mas antes...

21h40min58seg – Adriano estendeu a mão e entregou para Dois, que foi impedido de tomar de vez pelo chefe...
 
- Dois... Esse é um “Chateu Petrus”... Não pode ser saboreado de qualquer maneira.
- Como assim?
- Não pode haver interferência no paladar... Seja de fumo ou qualquer bebida...
- Eu não fumei.
- Bom... Muito bom... Então analise o liquido, observe a cor, o reflexo, a limpidez... O brilho...

21h41min07seg – Adriano aproximou a taça do nariz e continuou...

- Concentre-se no aroma que um vinho desta qualidade exala... Gire lentamente... Suavemente... Você vai perceber novos aromas se desprendendo... Agora sorva um pequeno gole.

21h41min09seg – Dois obedeceu...

- Permita que o vinho entre em contato com as diferentes regiões da língua... Tente decifrar o vinho... Sua linguagem... Cada traço que o compõe.
- Isso demora muito, Chefe.
- Eu não estou com pressa... Você está?
- Não Senhor.

21h45min33seg – Adriano sentou-se na sala de estar com Dois. E enquanto saboreou o “Chateau Petrus” quis saber.
 
 - Então Dois... Hoje estou feliz... Pode perguntar o que quiser... Não vou repreendê-lo... Afinal... Só estamos nós dois... E somos amigos, certo?
- Sim Senhor.
- Então fale homem!
- Senhor... Os homens não comentaram nada... Mas acho que também podem estar pensando o que vou perguntar...
- Vá direto ao ponto Dois!
- Chefe... O Senhor está gostando desta mocinha?
- Por que diz isso?
- Por muito menos já vi o Senhor se livrar de outras pessoas... E teve toda aquela complexa missão do “Ponte da Coroa do Meio”.
- Dois... Só vou te fazer uma pergunta.
- Pergunte Chefe.

21h47min10seg – Adriano apoiou a taça que segurava numa pequena mesa de centro e encarando o Dois perguntou de forma incisiva:

- Você acredita no meu bom senso?... Confia em mim?
- Claro Chefe! Nunca duvidei e nunca vou duvidar!
- Bom... Dois... Essa mocinha não morreu ainda porque é peça fundamental para eu cumprir uma promessa e cumprir a nossa missão.
- O Senhor fala do “Livro dos Sumerianos”?
- Isso Dois... Não me pergunte como e porque... Mas ela é a chave... Através dela vamos reavê-lo.
- O Senhor tem certeza disso?
- Você pode afirmar com certeza que se eu pusesse cianeto em sua taça, em menos de trinta segundos você estaria morto?
- Com certeza...


21h49min04seg – Dois, trêmulo também pôs a taça sobre a mesa de centro. Adriano sorriu e disse:

- Não tenha medo... Foi só um exemplo... Não está envenenado... Só queria dizer que posso dizer com a mesma certeza... Maria Geeda é a chave... E depois que conseguirmos cumprir a missão... Livramo-nos dela.
- Obrigado Chefe... Posso passar essa informação aos outros?
- Não! Eles devem me seguir independente das minhas razões entendeu?
- Sim Senhor...

21h53min45seg – O interfone tocou, uma luz indicava que o chamado vinha do Sétimo quadrante hexagonal, a sala de interrogatório. Adriano se afastou do Dois e perguntou:
 - Quem é?
- Nove Chefe.
- Diga Nove.
- A mocinha está pronta... Vamos iniciar o procedimento.
- Não!... Esperem eu chegar!

21h53min56seg – Adriano desligou o interfone e seguiu para a porta dos seus aposentos. Dois o acompanhou abismado e indagou:

- O que houve? Ela não vai passar pela sessão de interrogatório?
- Claro que vai... – Adriano deu um sorriso perverso – Só que dessa vez... É pessoal... E eu mesmo cuidarei disso.





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 Que surpresas Adriano preparou para se vingar de Maria Geeda? De que forma ela poderá contribuir para Adrian Kelsen e a Sociedade Secreta cumprir a misteriosa missão? Será que Maria Geeda vai aceitar? Ou vai negociar algo em troca? Para saber estas e outras respostas não perca os próximos capítulos da sua novela on-line “MENINA VENENO”!

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