quinta-feira, 14 de julho de 2011

Capítulo 51

AVISO: Esta é uma obra de ficção, portanto, qualquer semelhança
com pessoas ou fatos da realidade é mera coincidência!
 

Capítulo 51 – Déjà Vu... Parte 04

"Não existem erros, coincidências. Todos os eventos são bênçãos dadas a nós para aprendermos através deles." - Elizabeth Kubler-Ross
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07 de Novembro de 1998 – Sábado (Ver capítulo 37)

00h12min39seg – Assim que Adriano desembarcou do Táxi com a namorada, o Três fez uma ligação:
 
- Dois?
- Prossiga Três.
- Acabei de deixar o Chefe e a mocinha.
- Estou sabendo... O Cinco os acompanhou.
- O Chefe sorriu ao se despedir.
- Significa que está no controle da situação.
- Sei não Dois... Aquela mocinha parece ser muito esperta... Do tipo que dá nó até em jornalista policial... No lugar do Chefe tomaria cuidado.
- O Chefe sabe o que está fazendo.
- É... Ele sempre sabe.
- Três... Quero que você estacione o táxi em frente ao mirante, desça para o mangue e fique de vigília... Entendeu?
- Dois... Não seria mais fácil eu me livrar do vigia daquela área e vigiar de cima do mirante?
- Três... Vou fingir que não ouvi isso! Não se lembra do porquê você está aqui hoje na equipe não?
- Jamais esqueceria Dois... Já-mais... Vou descer pro mangue... Já... Agora...


Uma breve viagem no tempo...
Um ano, cinco meses e dois dias atrás...

 

Sob o sol escaldante, no meio do mato de algum ponto de Sergipe, Adriano acompanhou o treino do veterano Três, num dos postos mais cobiçados daquela Sociedade Secreta.

O “status Três”, também chamado de “Chacal” era uma espécie de agente secreto e trabalhava diretamente com o Chefe em missões arriscadas, sempre estava disfarçado, de tal forma que somente o Chefe conhecia a real identidade.

A prova daquele dia era uma das mais simples: Com um revólver calibre 38 o indivíduo que ostentasse o “status Três”, deveria ficar no centro de um hexágono inscrito com pedras...

Num determinado momento, seis serpentes venenosas, de diferentes espécies cada uma, eram soltas a partir do vértice do hexágono... A missão do três era eliminar cada serpente com um único tiro... O objetivo era mostrar que a eficiência era o único meio de salvar a própria vida... Era o que o Chefe costumava dizer.

A primeira a ser morta foi uma Surucucu. Segundo, uma Cascavel seguida de um Urutu-cruzeiro. Mas a situação se complicou quando, depois de muito mirar na jararaca que era a menor de todas, cerca de um palmo e meio, o Três desperdiçou um tiro ao atingir a pequena cobra de raspão. Havia seis cobras, portanto, uma única munição para cada. Porém ele gastou duas com a Jaracaca, a última com a Coral. E, quando estava para receber o bote da Jaracuçu, deu um salto esgueirando-se por pouco, pegou uma das pedras que formavam o hexágono e a matou com pedradas.

Alguns que visualizaram a cena improvisaram umas palmas, mas ao constarem o semblante gélido do Chefe, compartilharam um silêncio mortal.


Adriano, seguido por uma linda ruiva que o protegia do sol com um guarda-chuva, estendeu a mão na direção do Três, que entendendo ser um cumprimento deu as mãos... Mas não era um parabéns.
 
- O que aconteceu?
- Eu caprichei a mira na vez da Jararaca por ela ser menor e... Por descuido... A arma disparou.
- Você desperdiçou uma munição.
- Mesmo assim matei todas elas.
- E desperdiçou uma munição...
- Desculpa Chefe... Isso não vai acontecer de novo.
- Sei disso...
- Estou dispensado?
- Ainda não... Deixe-me ver a sua arma.

O Três, receoso entregou.

Assim que recebeu, Adriano estendeu a mão, era o sinal de que queria munição para carregar o revólver, o que foi imediatamente providenciado.


Assim que municiou, Adriano apontou a arma na direção do rosto do Três e começou a falar de maneira mansa...

 Normalmente não era um bom sinal.

- Uma pessoa de “Status Três” não pode cometer esse erro. Afinal, na maioria das missões... O Três é a garantia de vida do Chefe... E uma munição desperdiçada pode ser a causa de um fracasso... Ou a morte do nº 1.
- Isso não vai acontecer Chefe...
- Sei que não.
- Eu garanto chefe!
- Bom... Eu não gostaria de perder a vida por causa de um pequeno erro desses... Adriano apontou a arma para o meio da testa do Três, e abaixou em seguida quando percebeu que o subordinado começou a chorar. – Mas tudo bem, somos humanos não é verdade? – Adriano abaixou a arma e fez menção de entregar. – E estamos sujeitos a cometer erros, não é?
 


Quando o revólver estava a poucos centímetros das mãos do Três que estava pronto para recebê-lo, houve um disparo que atingiu a palma da mão.

Adriano, de forma fria e cínica falou:

- Desculpa Três... A arma disparou.

Depois desse Dia, houve uma substituição no “status  Três”, ficando o atual.

Fim da viagem no tempo...
 
- Três... Vou fingir que não ouvi isso! Não se lembra do por que você está aqui hoje na equipe não?
- Jamais esqueceria Dois... Já-mais... Vou descer pro mangue... Já... Agora!

00h12min56seg – O Cinco que tinha cruzado a cerca do terreno baldio que margeava a ponte da Coroa do Meio, usando um binóculo de visão noturna, começou a dar um novo relatório ao Dois:
 
- Dois... Aqui é o Cinco.
- Prossiga.
- A mocinha puxou o Chefe na direção da cabeceira da ponte... Foram pra baixo.
 - Que ponto exatamente?
- Próximos a uma vara estancada no solo... Conseguem ver?

00h13min41seg – O Dois virou para o Sete e falou:

- Ligue para o Nove e o Dez... Pergunte se têm visão.

00h13min53seg – Após uma rápida consulta, O Sete informou:

- Já tomaram posição e conseguem vê-los.


00h14min01seg – Dois retomou diálogo com o Cinco.

- Cinco... Confirmado.
- Bom.
- Sete, posicione-se próximo ao Caju e fique de QAP para minhas ordens.
- Sim.


00h14min07seg – O Sete desceu do Corolla preto e seguiu pela penumbra até uma moita próxima à famosa escultura do Caju.


00h14min29seg – O Cinco prosseguiu:

- Dois... O Chefe olhou para Avenida Beira mar, acho que ele viu o Sete.


00h14min30seg – Dois fez uma ligação com outro aparelho.

- Sete... Você confirma informação de que o Chefe te viu?
- Acho que sim, Dois... Mas não tenho certeza.
- Ele deu algum sinal?
- Nenhum que significasse pedido de ajuda.
- Bom... Menos mal... Tudo ainda está sob controle.

00h15min49seg – Cinco continuou:
 
- Dois... A mocinha levantou a saia algumas vezes... Acho que vão “namorar” um pouco...
- Essa menina é louca... Cinco, sem ser visto, dê um sinal para o Sete e se aproximem os dois... Essa louca pode querer injetar o tal líquido da seringa agora.
- Se preocupa não Dois... Estou armado e meto um tiro na testa dela.
- Cinco... Lembre-se! Não devemos fazer nada contra ela enquanto o Chefe não sinalizar.
- Tô lembrado... O Chefe está se arriscando à-toa.
- Não é a primeira nem será a última vez que ele faz isso.

00h16min02seg – Outro aparelho do Dois tocou, era o Sniper.

- Dois... Aqui é o Dez. Consegui me infiltrar num prédio... Tenho total visualização. Agora o Chefe desamarrou uma canoa que estava presa num tronco enterrado na margem do rio... Tenho a tal moça na mira... Se ela tentar alguma coisa não viverá.
- Ótimo dez... Já sabe dos sinais do Chefe, não sabe?
- Sei sim.
- Ótimo... De qualquer forma você só agirá em último caso, e após a minha ordem, entendeu?
- Sim.
- Bom. Muito bom.

00h16min33seg – Deitado sobre a grama, o Cinco interrompeu a conversa do Dois com o Dez.

- Eles entraram na canoa e remaram até um ponto muito escuro.
- Você ainda consegue vê-lo?
- Sim... Oito, Nove e Sete também... Todos estão se movendo na direção da canoa.
- Ótimo.
- O Chefe está remando na direção do estacionamento do Augustu’s.

00h16min58seg – Usando mais aparelhos que dispunha, o Dois repassou o posicionamento de Todos.

 
- Sete?
- Nove?
- Ao lado da ponte... Vou mergulhar e ficarei submerso a 15 segundos do Chefe.
- Oito?
- Próximo à base... Acompanharei o Nove da margem. Estou com o cilindro do chefe.
- Dez?
- A mocinha está na mira.
- Três?
- Já no mirante... Indo pro mangue.
- Ótimo.

00h17min39seg – Nervoso, o Cinco avisou:

- Dois... Eles pararam.
- Ótimo. Fiquem atentos e aguardem minhas ordens.

00h17min41seg – Excitado, o Cinco informou:

- Dois... A mocinha está em pé na Canoa...

00h17min53seg – O Dois se comunicou com o Sniper.

- Dez... Você a tem na mira?
- Sim Dois.
- Aguarde minha ordem.
- Copiado... – responderam o Oito, Nove, Cinco e Sete.
- Ótimo.

00h18min19seg – O Dois continuou com o relatório:

- Dois... A mocinha está fazendo um strip-tease.
- Hum... Não se distraiam... Não percam o foco da missão.
 

00h18min21seg
– Mesmo com um pouco de dificuldade Maria Geeda conseguiu ficar em pé e iniciou um strip-tease.

- Meu Deus do céu!...
- Relaxe... Meu amor... Deixe acontecer...

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