segunda-feira, 25 de julho de 2011

Capítulo 58

AVISO: Esta é uma obra de ficção, portanto, qualquer semelhança
com pessoas ou fatos da realidade é mera coincidência!



Capítulo 58 – Acerto de Contas... Parte 01

"Das grandes traições iniciam-se as grandes renovações.” – Vassilievitch ------------------------------------------------------------------------------------


07 de Novembro de 1998 – Sábado


20h27min03seg – Maria Geeda Petrúcia Leal que pela primeira vez na vida estava completamente apavorada exclamou:

- Adriano?!... Mas como?

20h27min14seg – Tirando do bolso do blazer uma pistola nove milímetros com silenciador, Adriano olhou profundamente nos olhos de Maria Geeda Petrúcia Leal e disse:

- Eu te dei um conhecimento... O meu nome... Mas não te autorizei a usar.


20h27min15seg – Enquanto Adriano municiava a pistola, o rapaz que estava ao lado do motorista encostou a arma no nariz empinado de Geeda e disse:

- A senhorita mexeu com quem não devia...

20h29min41seg – Adriano terminou de municiar a “9mm” e guardou.

20h29min45seg – O rapaz que apontava a arma para Maria Geeda tirou do porta-luvas uma seringa lacrada e entregou para Adriano que a mergulhou numa ampola contendo ácido fluorídrico.
  


20h29min53seg – Adriano, numa lentidão torturante, aproximou a ponta da agulha na direção do globo ocular de Maria Geeda Petrúcia Leal e disse:

- De hoje em diante... Pra você... Sou  “nº 1” ou  “chefe”.

20h30min01seg – Num gesto automático, Geeda começou a enrubescer e apresentar os sintomas de quando tinha crise alérgica. O principal era falta de ar.

20h31min39seg – Geeda começou a chorar... Estava nervosa e trêmula.

-  Mocinha... Se está tentando me comover desista. – ironizou Adriano.
- Eu estou passando mal.
- Geeda... Nada do que você fizer vai te poupar de responder pelos seus atos.

20h31min52seg – Percebendo que suas táticas costumeiras de manipulação não funcionariam com Adriano, Geeda, por alguns instante agiu mostrando que realmente era... Um evento tão raro quanto a passagem do Halley.

20h31min53seg – Maria Geeda Petrúcia Leal encarou a ponta da agulha se aproximando do seu globo ocular, em levantado a ponta do nariz falou com a arrogância que lhe era peculiar:

 - Isso pode me machucar sabia?
- A intenção é essa!
- Muito bom Chefe... – Comentou Cinco.

20h31min55seg – Ainda no Parque da Cidade, o Corolla estacionou num ponto escuro.

20h32min15seg – Adriano lançou um olhar de reprovação para Cinco que conduzia o veículo e Sete que apontava uma arma para Geeda e esbravejou:

- Ninguém fala se eu não mandar... Fui claro?
- Certo Chefe... – Responderam os dois.
- Que história é essa de Chefe? Hein... Meu amor?

20h32min48seg – Adriano desceu a mão, e com a seringa a poucos centímetros de Geeda, começou a fazer movimentos circulares em torno dos seios e descendo pela barriga.

- E então amozinho? Eu exijo uma explicação!
- Exige?
- Sim... Exijo!

20h32min56seg – Adriano continuou descendo a seringa, parando sobre o umbigo de Maria Geeda...

- Geeda... Não sei se você percebeu... Mas você não está em condições de exigir nada.
- Que foi que eu fiz? E que história é essa de “Chefe”?


20h33min11seg – Rindo de forma sarcástica, Adriano desceu a seringa até a virilha de Geeda.

- Mesmo com a vida em risco você não perde a mania de pousar de vítima, não é Geeda?
- Não sei do que você está falando...
- Tudo bem meu amor... Mas pouco seu latim... Você sabe muito bom o que fez... E o que vai acontecer contigo.



20h34min44seg – Muito nervosa, mas sem querer demonstrar, Geeda indagou:

- Você vai me matar?
- Sim.

20h35min01seg – Maria Geeda Petrúcia Leal fez menção de abraçar Adriano, mas percebendo que poderia ser espetada pela seringa recuou, e aos prantos tentou argumentar:

- Amor... Em alguns momentos da minha vida... Eu fico confusa... E cometo alguns erros... Minha mãe vive me dizendo que preciso me encontrar... Eu não lembro bem o que te fiz... Mas me perdoe... Você não imagina o quanto meu coração está apertado... Meu amor... Desculpa...

20h35min23seg – Adriano sorriu, parou a seringa sobre a coxa esquerda de Maria Geeda e disse:

- Está desculpada meu amor...
- Então... Você não vai me matar, vai?
- Te desculpar não tem relação com isso. – Sorriu. – Geeda, creio que você já teve argumentações melhores... Mas como te disse antes, poupe seu latim... Nada do que você fizer mudará seu destino.
- Que destino?

20h37min01seg – Adriano Kelsen deixou cair algumas gotas de ácido fluorídrico sobre a coxa esquerda de Geeda.

20h37min11seg – Chorando e possessa de raiva, Geeda falou:

 - Cachorro! Agora vou ficar com essa queimadura?
- Hoje queimadura... Amanhã cicatriz – Deixou cair mais uma gota que provocou mais um grito desesperado de Geeda – O pior está por vir mocinha, vou adicionar alguns itens infectantes... Nascerá um tumor... E ficará uma cicatriz... E sempre que você olhar seu coxão esquerdo... Lembrará dessa noite.

20h37min19seg – Caiu mais três gotas do ácido. Gritou o mais alto que pôde.

- Aaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhh

20h37min20seg – Adriano sinalizou para Cinco ligar o carro, e partirem. Sorrindo e com olhar ameaçador disse:
- Pode gritar o quanto quiser... Se sua intenção é conseguir socorro, desista... Ninguém vai te ouvir... E quem poderia te ouvir... Foi pago pra não fazê-lo.
- Meu Deus... Meu amor...
- Diga Geeda...

20h37min27eg – Mesmo sentindo ardência e calor, Geeda tentou lançar um olhar sedutor e de forma um pouco dengosa, perguntou:

- Amor...
- Diga Geeda.
- Você realmente vai me matar?
- Sim... Mas não hoje.
- Quando?
- Quando você não for mais útil.
- Vai demorar?
- Depende de você...
- De quê?
- Depende se você fizer um favor... E fizer um excelente trabalho.
- E se eu for a melhor das melhores?
- Mesmo assim... Quando você não for mais útil pra mim... Eu mesmo cuidarei da sua morte.

20h45min19seg – Adriano pingou mais dois gotas de ácido sobre a coxa de Geeda.

- Aaaaaaaaaaaaaaiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii... Me mate logo... Isso dói demais... – Berrou Geeda.
- Pra que a pressa?

20h45min23seg – Cinco, receoso por interromper o Chefe, quis saber:

- Chefe...
- Fala Cinco.
- O Senhor mandou ligar o carro, mas não indicou o destino...
- Sério?... Vejam só... A gente se empolga com a diversão...

20h45min27seg – O Chefe pingou-se mais uma gota de ácido e ordenou:

- Aaaaaaaaaaaaaaiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii... – Esperneou Geeda.
- Vamos à sala de reuniões...
- O C.A.?
- Sim... O C.A.

20h45min33seg – Adriano entregou a seringa ao Sete que ao visualizar um novo gesto, entregou um pano umedecido com Hidróxido de Sódio.

20h45min39seg – Adriano estendeu a mão para Geeda que se tremia de tanto chorar por causa da dor que sentia...

20h45min42seg – Geeda pegou o lenço ao perceber que Adriano segurava-o sem luvas, pois deduziu que não poderia ser mais um ácido.

20h45min51seg – Soluçando muito... Maria Geeda Petrúcia Leal visualizou que tinham acabado de passar pela portaria do Parque da cidade e gritou:
- Socorro! Socorro!

20h45min58seg – O enxadrista deu um sinal para Sete, que imediatamente encostou a ponta do cano da pistola 380 na testa de Maria Geeda que se calou.

20h46min11seg – Adriano vendou Geeda.

20h46min15seg – Intrigada, Maria Geeda quis saber:

- Pra que todo esse teatro? Por que você deixou ou ir tão longe? Se você é o “Chefe” desses homens porque eles deixaram acontecer tudo aquilo na canoa? Por quê?
- Mas você é curiosa... Hein Geeda? – Sorriu e deu um leve tapa na bochecha de Geeda.
- Eu preciso saber! – Gritou Geeda com sua arrogância costumeira.

20h46min22seg – Sete tirou do porta luvas uma pequena sacola contendo clorofórmio e lenço... Entregou ao Chefe.

20h46min27seg – Chorando muito, Geeda insistiu:

- Por quê Adriano? Preciso saber!
- Mocinha... Quando eu quiser... Você saberá... Por hora só vou te dar uma dica...
- Diga!
- Um tio meu... Uma vez suspeitou que a esposa o estava traindo com um novo amiguinho que a dita cuja tinha feito... Mas como ela pousava de moça de moral inquestionável, fidelíssima... Durante muito tempo ele ficou na dúvida... Dúvida... – Adriano sorri – E quando alguém perguntava se ele não suspeitava do adultério e do caráter dissimulado da esposa... Ele apenas respondia com um velho provérbio... “A dúvida é uma larva... Que num  belo dia entra em seu casulo... E se transforma em certeza.”

20h48min19seg – Noutra circunstância, Maria Geeda Petrúcia Leal daria língua com seu gesto familiar, daria um “piti” ou chamaria o namorado de idiota... Mas por estar a mercê, vendada, resolveu tentar uma nova estratégia:

- Meu amor lindo...
- Fala Geeda...

20h49min01seg – Adriano fez um novo gesto para Sete e recebeu uma algema.

20h49min10seg – O Chefe algemou Maria Geeda Petrúcia Leal.

20h49min35seg – Geeda sentiu um leve cheiro de clorofórmio que vinha da direção de Adriano, e um pouco trêmula prosseguiu:

- E se...
- Se? – Ironizou Adriano.
- E se eu me dedicar ao que você quer que eu faça...
- Sim... E?
- Terei alguma escolha?
- Lógico que sim.
- Qual será minha escolha?
- Simples: Morrer agora ou ganhar tempo.

21h03min07seg – Cinco cruzou o semáforo da Avenida Rio Branco, oposto ao Terminal Hidroviário, e entrou à direita.
 
21h03min09seg – O Corolla passou pelo beco dos cocos e parou em frente ao prédio da Secretaria da Saúde... Após dar um sinal luminoso, o portal foi aberto.

 


21h03min15seg – O veículo misterioso seguiu pela extremidade direita e após Cinco apertar um botão... A parede se moveu, e uma entrada secreta surgiu do nada.

21h03min19seg – Cinco avançou e depois de apertar novamente o botão, a parede se moveu, e num passe de mágica, todos sumiram.

21h03min21seg – Após cruzar a parede, o Corolla desceu uma rampa em espiral, de sentido horário, e parou num grande salão que ficava à Cinqüenta metros de profundidade do antigo prédio da Alfândega. À frente havia mais uma porta...

21h05min18seg – Cinco e Sete desceram do veículo, abriram a porta traseira,  e seguraram Geeda.

 

21h06min19seg – Adriano tirou as vendas de Maria Geeda.

21h07min21seg – Maria Geeda olhou ao redor e viu alguns desenhos estranhos. Em seguida foi arrastada até a porta que dava acesso a um complexo subterrâneo.

21h09min43seg – Ao lado esquerdo da porta do salão subterrâneo, Geeda percebeu um grande painel com um desenho estranho e não segurou a curiosidade.

 


- Isso é uma espécie de mapa? Aonde estamos?
- Menina esperta... – Adriano sorriu - É um mapa... E estamos há mais ou menos Cinqüenta metros de profundidade de algum ponto de Aracaju.
- Mapa de quê?
- De um sistema de túneis... Mas não adianta memorizar para tentar uma fuga... Se for o que a mocinha está pensando... Você precisaria saber o significado do mapa, fora isso, a posição correta pra leitura...
- Adriano...

21h10min01seg – Adriano, Cinco, Sete e Geeda pararam rente à porta.

21h10min13seg – Adriano posicionou-se de frente Maria Geeda.

- Fala Geeda.
- Por que estou aqui?

21h10min15seg – Adriano lançou um olhar malicioso para seus subordinados e enquanto mergulhou o lenço que segurava com clorofórmio começou a rir... Os outros o acompanharam dando gargalhadas.

- Sete... Responda por mim.

21h10min17seg – Sete, que estava à esquerda de Geeda disse:

- A mocinha está aqui para levar o troco...

21h10min29seg – Geeda, sentindo o cheiro de clorofórmio e vendo que Adriano já estava posicionado para aplicar, protestou:

- Meu amor lindo... Você disse que não iria me matar...

21h11min55seg – Adriano começou a esfregar o lenço com clorofórmio no nariz de Geeda.

21h12min04seg – Enquanto desfalecia, Maria Geeda conseguiu decodificar algumas palavras de Adriano.

- Amor... Eu disse que não iria te matar hoje... Mas isso não impede de você passar por um acerto de contas...

21h12min19seg – Maria Geeda Petrúcia Leal desmaiou.




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Que espécie de acerto de contas Adriano reservou para Geeda? E de que forma ela lhe será útil? Por que não a exterminou? De que maneira esses eventos têm relação com a misteriosa morte no Edifício Maria Feliciana? E o detetive Lucas Andrei, será que encontrou mais algum recado do morto no 26º andar do MF? Será que o plano de vingança de Maria Geeda Petrúcia Leal foi comprometido? Para saber estas e outras respostas não perca os próximos capítulos da sua novela on-line “MENINA VENENO”!

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