quarta-feira, 6 de julho de 2011

Capítulo 46

AVISO: Esta é uma obra de ficção, portanto, qualquer semelhança
com pessoas ou fatos da realidade é mera coincidência!
 


Capítulo 46 – Boa noite meu amor...
Fim da segunda temporada – Parte 3 de 4

"Ninguém pode fugir ao amor e à morte." - Publílio Siro
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Sob Controle – CD Capital Inicial

Composição: Flávio Lemos, Loro Jones & Dinho

Você fala, você fala
Eu simulo interesse
Tenho mil estratégias de médio alcance

Só preciso de você quando eu me sinto indefeso
Eu sei bem que existe um limite
Mas você insiste, você persiste

Você acha que tem tudo
sob controle...

 

07 de Novembro de 1998 – Sábado


1h37min09seg – Adriano começou a se debater tentando resistir... Ele conhecia aquele cheiro... E sabia que por trás dele não havia boas intenções...

1h37min10seg – Maria Geeda deu uma olhada rápida no relógio que havia no pulso da mão direita de Adriano e viu que já passava da 1h30min da madrugada... E sorriu... Era hora de agir, pensou.

1h37min11seg – Num gesto rápido, Maria Geeda Petrúcia Leal esfregou o lenço no nariz de Adriano.

1h37min14seg - Por estar com a boca preenchida com a calcinha de Geeda, Adriano foi forçado a respirar exclusivamente pelo nariz...

1h37min45seg – O jovem enxadrista tentou resistir... Procurou em vão empurrar Geeda para que ela saísse de cima dele, mas ela tinha se apoiado muito bem... E o rolo de papel higiênico em suas pernas e mãos tinha diminuído a chance de se defender.

1h37min58seg – Adriano começou a sentir tontura...

1h38min09seg – Ao vê-lo oscilando freneticamente com o movimento dos olhos... Geeda disse aos prantos:

- Já vai acabar meu Anjo lindo... Mais um minuto e você vai parar de sentir a tontura e vertigem que está sentindo agora... Só mais um pouco...

1h41min15seg – Geeda percebeu que Adriano estava com a pupila dilatada, e tinha parado de se mover... Era um evidente sinal do início do efeito anestésico sobre o sistema nervoso central dele.

 


1h41min19seg – Encostou o ouvido no peito de Adriano para ouvir os batimentos cardíacos... Estavam lentos.

1h41min25seg – Olhou para o relógio do namorado e pensou:

“Tem mais de três minutos... É tempo suficiente pra fazer efeito...”
 

1h41min20seg – Geeda afrouxou o papel higiênico que havia sobre o maxilar de Adriano, retirou a calcinha que estava enfiada na boca dele e vestiu-a.



1h41min27seg – Encostou o ouvido direito nos lábios do namorado e percebeu que a respiração estava muito fraca... Em prantos, Geeda sussurrou:

- Eu não queria Adriano... Eu não queria... As circunstâncias me levaram a isso.

1h41min31seg – Geeda enrolou novamente o papel higiênico, só que de forma mais justa, na boca de Adriano.


1h42min11seg – Maria Geeda encarou a Lua que sempre estava em sintonia com ela e sorrindo pensou: “Vamos ao xeque-mate”.

1h42min13seg – Maria Geeda Petrúcia Leal tirou da bolsa um par de luvas e vestiu...

1h42min25seg – Pegou a seringa que continha Botulinum Toxin” e a outra cheia de colifórmios fecais que tinha escondido numa pequena cavidade de canoa...





1h43min01seg – Geeda enfiou a primeira seringa na ampola de “Botulinum Toxin” e fez a sucção...
 
1h43min29seg – Fez o mesmo com a água contaminada, utilizando a outra seringa...

1h44min35seg – Maria Geeda jogou os dois frascos no rio ao mesmo tempo em que disse para si mesma em pensamento: “Não posso deixar provas”

1h45min52seg – Geeda se aproximou de Adriano com as duas seringas presas, com cuidado, entre os dedos da mão direita...

1h45min55seg – Maria Geeda posicionou-se à frente do namorado.


1h46min01seg – Afastou o pescoço do enxadrista para acertar em cheio a jugular...

1h46min07seg – Geeda investiu contra Adriano para injetar as substâncias que tinha preparado para aquela ocasião...

1h46min09seg – Maria Geeda sentiu um forte solavanco na canoa que a fez cair sentada de lado e derrubar as duas seringas...

 


1h46min13seg – Assustada olhou para Adriano que se encontrava absolutamente estático... Olhou para o oeste só viu a Avenida Beira mar deserta, e ao norte e sul, apenas a extensão do rio que ser perdia com a escuridão da noite... Estava só.

Deve ter sido um espasmo... ou o vento...” - Pensou.

1h46min20seg – Maria Geeda procurou aonde havia derrubado as seringas...

1h47min33seg – A jovem baixinha de sardas desistiu da procura...

1h48min15seg – E deu uma nova conferida no estado de Adriano. Observou  pulsação, respiração, dilatação da pupila... Tudo.

1h48min49seg – Retirou três sacolas plásticas de dez litros que tinha escondido na bolsa...


 

1h48min55seg – Ao fundo, pegou uma chave de fenda de tamanho médio que sempre carregava pra onde quer que fosse... Mais uma flanela... Em seguida, os colocou no casco da canoa ao alcance das mãos.



1h50min27seg – Guardou as roupas e a própria bolsa dentro de uma sacola...

1h50min31seg – Retirou o cadarço dos tênis de Adriano...

1h51min40seg – Deu um nó na sacola que continha sua roupa e bolsa.

1h51min45seg – Pôs a sacola dentro de uma segunda e lacrou com um cadarço.

1h52min11seg – Geeda pegou a terceira sacola e enquanto enfiou na cabeça de Adriano pensou:

Só pra garantir...”

1h52min30seg – Com o segundo cadarço do tênis do enxadrista, Geeda fez um laço em torno do pescoço para vedar a sacola na cabeça dele...

1h52min35eg – Geeda pegou a chave de fenda e começou a perfurar o casco da canoa em três pontos adjacentes ao centro... O objetivo dela era que antes do amanhecer a pequena embarcação estivesse totalmente submersa.

 


1h53min20seg – Maria Geeda pegou a flanela e passou por toda a extensão da canoa... Em todas as pequenas frestas, com o máximo de afinco para limpar as impressões digitais...

1h58min44seg – Geeda percebeu que no interior da canoa havia água à altura do calcanhar...

1h58min50seg – Amarrou na perna direita a sacola que continha suas roupas e bolsa...

1h59min35seg – Pegou na chave de fenda, alargou os furos do casco da canoa e a jogou no rio.

2h00min03seg – Maria Geeda ficou em pé...


2h00min05seg – Deu uma última olhada em Adriano que estava desacordado com a sacola vedando a cabeça exatamente como tinha posto há alguns minutos atrás...

2h01min08seg – Geeda derramou uma lágrima ao pensar que era a última vez que viria Adriano...



2h01min12seg – Maria Geeda pulou no rio...

2h01min35seg – Afundou... E após alguns segundos ficou na superfície da água...

2h01min47seg – Geeda nadou até encostar-se na lateral da canoa...

2h01min59seg – Tentou com muito esforço emborcá-la...

2h02min23seg – Geeda virou a canoa...

2h02min35seg – Adriano afundou lentamente com a pequena embarcação...


2h02min41seg – Seminua, Maria Geeda nadou até a cabeceira da ponte da “Coroa do Meio”...

2h15min56seg – Maria Geeda Petrúcia Leal chegou à margem de onde tinha partido com Adriano...

2h16min01seg – Geeda desamarrou a sacola que estava presa na perna...

2h16min07seg – Recolheu-se à penumbra que havia sob a ponte... Não queria ser vista enquanto estivesse ali esperando secar...

2h28min13seg – Maria Geeda vestiu a roupa, tirou a luva e guardou a sacola para jogar num local que achasse seguro...

2h28min14seg - Segurou os sapatos com a mão esquerda para calçar quando estivesse no asfalto.

2h28min15seg – Geeda pegou um pedaço de galho com poucas folhas e passou no chão para apagar as pegadas dela e de Adriano que ainda estava ali... Se dependesse dela... O que aconteceu naquela noite se perderia no tempo.

2h34min32seg – Maria Geeda começou a andar na direção da cabeceira da ponte...



2h35min51seg – No último trecho antes de chegar ao asfalto, Maria Geeda olhou pra trás e viu que a canoa não estava mais visível.

2h35min55seg – A canoa e Adriano ficaram submersos.

2h36min40seg – Maria Geeda Petrúcia Leal, emocionada, e derramando algumas lágrimas, começou a sussurrar enquanto olhava na direção do ponto em que viu a canoa pela última vez...


“Talvez tenha sido um erro te escolher... Talvez eu pague muito caro... Mas foi necessário...”


2h38min01seg – Maria Geeda sorveu o ar frio daquela noite com certa dificuldade e em tom de desabafo falou consigo mesma enquanto caminhava para o asfalto:

“Eu erro... Mas aprendo...”

2h41min19seg – Maria Geeda Petrúcia Leal chegou à pista da ponte da “Coroa do meio”.

2h41min26seg – Calçou os sapatos...

2h41min32seg – Olhou para o Rio Sergipe que agora era a única testemunha de tudo que aconteceu nas últimas horas, e mais uma vez chorou ao lembrar da surpresa romântica que Adriano tinha preparado para aquele primeiro encontro...

2h42min11seg – Maria Geeda Petrúcia Leal, comovida, e dando um leve sorriso ao mesmo tempo, disse num suspiro:

- Meu amor lindo... Obrigado pelo jantar à luz de velas em nosso primeiro encontro... Nunca te esquecerei... Obrigado por tudo!

 

2h43min06seg – Maria Geeda assoprou um beijo na direção do Rio Sergipe do mesmo jeito carinhoso que tinha feito no terminal da Rodoviária Nova no dia em que conheceu Adriano... E permitindo-se derramar mais uma lágrima, falou em tom de despedida:

- Boa noite meu amor...



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Será que Maria Geeda Petrúcia Leal usou clorofórmio suficiente para deixar Adriano desacordado ao ponto de não poder se salvar? Será que ele morreu? Será que mais uma vez Maria Geeda ficará impune? Será que a segunda etapa do plano de vingança de Maria Geeda tinha sido comprometida? Que perigos e revelações estão reservados para Lucas Andrei e Allan? Qual será o recado que o morto deixou no 26º anda do edifício Maria Feliciana? Para saber estas e outras respostas não perca os próximos capítulos da sua novela on-line “MENINA VENENO”!

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