segunda-feira, 30 de maio de 2011

Capítulo 40

AVISO: Esta é uma obra de ficção, portanto, qualquer semelhança
com pessoas ou fatos da realidade é mera coincidência!
 

Capítulo 40 – VIDEO ET TACEO... Parte 05
"Todos os erros humanos são frutos da impaciência,
uma interrupção prematura de um trabalho metódico." – Franz Kafka
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27 de Janeiro de 2009 – Terça

18h52min23seg – Apavorado com a chegada de vários policiais e a figura raivosa do Dr. Uziel, o garçom, por instinto, largou a caixa.

18h52min24seg – Por sorte o detetive Lucas Andrei já tinha se aproximado o bastante para segurá-la. 
 


18h52min26seg – Em pânico, o garçom correu desesperado na direção da Catedral Metropolitana de Aracaju. Certamente queria proteção de Deus e de quebra das paredes grossas, caso houvesse alguma explosão.

18h52min28seg – Allan seguiu aquele homem que a horas tremia com o corpo e a alma por segurar uma bomba.

18h52min29seg – O detetive Lucas Andrei, que agarrava a caixa de papelão de maneira firme e cuidadosa, conseguiu ver algo escrito na parte externa daquele objeto e disse:

- Epoche...



18h52min30seg – O detetive Lucas Andrei encostou o ouvido na caixa de papelão e pensou em voz alta:

- Epoche... Que interessante!


18h52min30seg – Possesso de raiva o Dr. Uziel bradou:

- Seu boçal... Quer dar uma de herói agora?




18h52min31seg – Sócrates, assessor de comunicação da SSP puxou o Dr. Uziel para um canto e advertiu:


- Dr. Uziel... Não é melhor avisar o comandante do COE, agora?
- Não!
- Dr., consegui desvia-los dizendo que foi um alarme falso, que foi uma situação boba que já estava no controle, mas daqui a pouco a imprensa vai estar aqui e nós teremos que responder muitas perguntas.
- Não se preocupe com isso Sócrates... Há muito em jogo aqui... Não se preocupe que se eu precisar de ajuda serei o primeiro a pedir... Continue fazendo o seu trabalho!
- Dr...
- Faça o que eu disse!... Te garanto que os meus superiores sabem e aprovam o que estou fazendo.
- Certo... Doutor... Mas lembre-se: Pelo que soube já houve uma atropelamento por causa da notícia da bomba.
- Acidentes acontecem... Agora... Faça o que eu disse!
- Certo Dr. Uziel.

18h55min24seg – Dr. Uziel ficou a menos de um metro de distância de Lucas Andrei e bradou:

- Então seu boçal... Vai querer dar um de herói?... Ou vai passar por cima do trabalho dos outros como de costume?

18h55min27seg – Lucas Andrei sorriu e em tom debochado falou:

- O Senhor... Doutor Uziel... Quer que eu largue a bomba no chão?... Além do mais, Dr. Uziel... Não sei se o Senhor sabe, mas somente duas pessoas aqui em Sergipe fizeram o curso de Operações Químicas e ações anti-terroristas há dois anos atrás em Brasília: O técnico do COE... E... Advinha quem é o outro?
- Mentiroso!
- Não é não Dr. Uziel... É a mais pura verdade... O Senhor não tem essa informação porque ele foi com recursos próprios. – Ponderou Sócrates.

18h56min30seg – Allan que tinha deixado o garçom sob a proteção de um policial, voltou e falou dirigindo-se ao chefe e ao amigo:

- Muita calma! Muita calma.

18h56min34seg – O detetive Lucas Andrei deu um assovio e sinalizou para Allan se aproximar.
 
- Ô Andrei... Você quer morrer e quer me levar junto, é?
- Venha ver uma coisa Allan!
- Não vá Allan! – Gritou Dr. Uziel.
- Venha ver isso Allan... Rápido!
- Desculpa Dr. Uziel... De repente posso ajudar.

18h56min35seg – Allan se aproximou e ficou ao lado esquerdo do amigo.

- Veja isso! – Apontou Andrei.
- Vídeo Et Taceo... – Sussurrou Allan enquanto lia.
- Isso... Vídeo Et Taceo.
- Você tem razão Andrei... É um aviso.
- Epoche!... Um aviso...
- “Vejo, mas nada digo”. (ver 19h23min29seg capítulo 29)
- Epoche Allan...Se quisessem nos matar, já teriam feito!



18h57min22seg – Dr. Uziel, ainda mais irritado falou:

- Eu quero uma explicação!

18h57min25seg – O detetive Lucas Andrei jogou o caixote na direção do Dr. Uziel.

18h57min26seg – Tentando manter a calma, Allan explicou:

­- Nos deram um aviso, Dr. Uziel... Uma pequena amostra do que as pessoas que estão por trás do suposto suicídio no “Maria Feliciana” são capazes de fazer.

18h57min29seg – O caixote de papelão se abriu e uma cobra naja esculpida em madeira surgiu.

 

18h57min36seg – Andrei puxou Allan e cochichou:

- Allan... Estamos no caminho certo!
- Você é maluco Andrei?! Por que você jogou a caixa no chão? Que brincadeira foi essa? Você poderia ter se explodido... A mim... E a todo mundo! E qual o significado desta escultura? Por que em madeira? Por que uma cobra? Por que Naja?
- Vamos por partes... E não seja dramático Allan...
- Então você já sabia que não havia bomba?
- Eu já suspeitava... Mas só tive certeza quando vi a inscrição...
- O “Vídeo Et Taceo”.
- Epoche.
- E o que te fez suspeitar? O que te deu tanta certeza?
- Epoche... Se a caixa de papelão realmente tivesse uma bomba, muito provavelmente explodiria no instante em que o garçom a suspendeu e correu com ela na direção do rapaz do “Gurgel”...
- Entendo... Mas isso não é motivo suficiente.
- Epoche que não... Primeiro, se quisessem nos matar poderiam ter atirado em nós à distância... Ou próximo... Enfim... Quem mandou deixar a caixa sabia que nós estávamos aqui há algum tempo, pois nos seguiu e depois mandou que trouxessem a caixa... Com o único intuito de nos assustar...
- Hum...
- A intenção era nos dar um recado: “Vídeo Et Taceo”... E se houvesse uma explosão, a nossa morte chamaria a atenção da imprensa... Coisa que “eles” estão tentando evitar... Por isso que ainda não nos mataram...
- Tem lógica.
- Epoche! Outro ponto importante, é que se a caixa explodisse não poderíamos ler o que estava escrito.
- Compreendo... Mas isso ainda não poderia te dar certeza de que não havia uma bomba... O que te deu garantia suficiente a ponto de ousar tirar onda com a cara do Dr. Uziel?
- Primeiro... Se a houvesse uma bomba relógio, existiria um barulho de tic-tac... E quando pus o ouvido na caixa não ouvi nada.
- Mas ela não poderia ser acionada por um detonador?
- Epoche que não... Quando encostei não senti o cheiro de trinitrotolueno nem de nenhum alcalóide.
- Que substâncias são essas?
- São substâncias usadas em explosivos com detonadores... Como não percebi nenhum vestígio delas, deduzi que não era um explosivo por detonação. E se tivesse nitroglicerina a caixa teria explodido assim que o garçom a pegou... Compreendeu?
- Sim... Agora sim.
- Epoche! Allan... E eu vou precisar mais do que nunca da sua ajuda!
- Por que você diz isso?
- Esse recado foi de alguém que sabe que estamos no caminho certo. Concorda?
- Sim... Pra mim tem lógica.
- Epoche!
- Então por que você disse que vai precisar mais do que nunca da minha ajuda?
- Por causa da última pista que o morto deixou...
- Como assim?
- O “ss” no espelho do Expresso do mel...
- O vagão da praça? O que tem o “ss” no espelho?
- O “ss” no espelho significa que vou precisar fazer umas coisas... E muito provavelmente não poderei ir sozinho, pelo menos até um certo ponto.
- Por que vai precisar de ajuda? Por que até certo ponto? E qual o significado da cobra Naja, você sabe?
- Epoche que sei...

18h59min03seg – Lucas Andrei interrompeu a conversa quando percebeu a aproximação de Sócrates e Dr. Uziel que estava extremamente nervoso e repetia sem parar:

- Eu exijo uma explicação!

18h59min04seg – O detetive sussurrou para Allan:

- Depois responderei todas as suas perguntas... Mas quando estivermos a sós.

18h59min05seg – Percebendo que a investigação tinha atingido o clímax, pela primeira vez Andrei tentou uma conversa amistosa com o Dr. Uziel.
 
- Dr. Uziel... Estou disposto a dar toda explicação que o Senhor quiser, mas...
- Mas?!... Você provoca um atentado fajuto e ainda tem a cara de pau de falar em mas? – Berrou Dr. Uziel.
- Dr. Uziel... O Senhor me desculpe, mas apesar de Lucas Andrei às vezes se intrometer em nossos trabalhos, dessa vez ele veio ao meu pedido como já falei pro Senhor. E afirmo categoricamente que esse atentado não foi provocado... Não foi planejado por ele ou por mim... Todos viram o suspeito que deixou o caixote... – Argumentou Allan.
- O garçom pode confirmar isso. – Completou Andrei.
- O garçom está se urinando todo de medo... Vai confirmar qualquer coisa! – Respondeu Dr. Uziel.
- Então o Senhor conversa com ele e todos que estavam presentes quando a situação ficar mais calma.
- Ele tem razão Dr. Uziel. – Falou Sócrates para o chefe e em seguida virou para o detetive e perguntou – Andrei, você disse que nos daria toda a explicação, entretanto havia um mas...

19h01min43seg – Lucas Andrei sorriu e disse:
 
- Epoche! Explicarei tudo, mas...
- Que mas?! – Interrompeu Dr. Uziel.
- Calma Dr. Uziel... Vamos ouvi-lo. – Interrompeu Sócrates.
- Dr. Uziel, por um momento tente esquecer os eventos do passado. Estou disposto a desvendar todo este mistério que pra mim já está quase resolvido... E mais! Deixarei todos os créditos da solução do crime com o Senhor e a sua equipe...
- Mas?... – Perguntou Dr. Uziel em tom de desconfiança.

19h02min50seg – Lucas Andrei estendeu a mão e olhou nos olhos do Dr. Uziel.

- Quero uma viatura descaracterizada e que Allan continue me ajudando... Mas sem interferências. Em troca, como disse, terei uma reunião com o Senhor e explicarei tudo, darei todos os créditos... Dê-me 15 dias apenas que resolverei este caso por completo.

19h03min04seg – Sócrates puxou o Dr. Uziel pra frente do restaurante “Papa-léguas” e falou:

- É razoável Dr. Uziel... Pense: Esse caso já está começando a chamar a atenção... É uma arcada dentária que some... Fotos que somem... Um atropelamento e pânico por causa de um falso atentado à bomba... Pense: E se houver um próximo atentado?... E se o próximo for real?
- Talvez você tenha razão.
- Dr. Se realmente houver pessoas poderosas por trás da morte no “Maria Feliciana”... Temos que resolver logo, por que não sei até quando vou conseguir driblar a imprensa.
- É... Você está certo.
- O Senhor não tem opção... Andrei sabe de alguma coisa, e nós precisamos saber o que é.


19h07min25seg – Sócrates estendeu a mão e o Dr. Uziel entregou a chave. Enquanto o assessor caminhou para fazer a entrega, ouviu o chefe dizer:

- Vou querer um relatório completo!
- Epoche Dr. Uziel. Epoche! - Respondeu Lucas Andrei.

19h07min29seg – Sócrates entregou a chave para Allan e falou:



- Pegue a viatura que está bloqueando a Travessa José do Faro com Rua Pacatuba, é descaracterizada... Já pode ir se quiser... Avisarei pra eles.
- Obrigado Sócrates! – Agradeceu Allan.
 

19h07min32seg – O detetive Lucas Andrei tirou fotos da escultura de madeira e da inscrição na caixa.

19h07min35seg – Dr. Uziel entrou na viatura em que tinha vindo e advertiu:

- Quinze dias Lucas Andrei! Quinze dias!
- Em quinze dias resolverei o caso.

19h07min41seg – Allan, utilizando-se de uma flanela para não deixar impressões digitais, pegou a escultura e pela janela da viatura, entregou ao Dr. Uziel.

19h09min46seg – Sócrates, os dois policiais armados de fuzil e Dr. Uziel subiram a Rua Propriá em contramão com o intuito de dobrar à esquerda da Rua Capela.



19h09min48seg – Enquanto a viatura se movimentou com o giroflex ligado... Dr. Uziel gritou:

- Quinze dias Lucas Andrei! Quinze dias!


 



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Por que Dr. Uziel reuniu um pequeno grupo para resolver o problema do atentado à bomba? Por que ele tem tanto medo daqueles eventos misteriosos se tornarem públicos? Que eventos do passado ligam o detetive Lucas Andrei ao Dr. Uziel? Que coisas o detetive precisará fazer para descobrir o segredo do morto do “Maria Feliciana” E por que ele precisará da ajuda do amigo somente até um certo ponto? Qual o siginificado da cobra Naja esculpida em madeira? E qual o significado da última pista que o suposto suicida deixou na Praça Olímpio Campos? E Adriano, o que será que aconteceu com ele na aventura de canoa no Rio Sergipe? Para saber estas e outras respostas nos próximos capítulos da sua novela on-line “MENINA VENENO”!

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