terça-feira, 20 de março de 2012

Capítulo 114 - Parte I

AVISO: Esta é uma obra de ficção, portanto, qualquer semelhança
com pessoas ou fatos da realidade é mera coincidência!

 


Capítulo 114 – DUELO DE TITÃS... Parte 01
Último capítulo da sua novela on-line “Menina Veneno”

"Existem certas ocasiões em que um homem tem de revelar
 metade do seu segredo para manter oculto o resto
." – Philip Domer------------------------------------------------------------------------------



SONETO “NÃO É BOM”
Autor: Anderson Sant’ Anna



Não é bom conviver com reclamação,
Faz mal para seu corpo, seu espírito.
Não é bom sofrer por antecipação,
Tampouco criar pretexto pra conflito.

Não é bom judiar bicho de estimação,
Ou quem está sob sua guarda, com cinto.
Não é bom você cair numa perdição
Regada a luxúria, orgia... Vinho tinto.

Não é bom você viver fazendo o mal
E sorver todo sofrimento... Vida.
Só uma vez... Faça algo excepcional:


Plante amor, verdade comprometida!
Sinta alegria de forma natural,
Vida que vale à pena, não é fingida!




09 DE FEVEREIRO DE 2009


21h55min01seg – Eufórico com a descoberta, Lucas Andrei abriu o pequeno pedaço de papel e leu:

 
 


21h55min03seg – O celular tocou... Era Allan muito irritado.

- Cadê você?! Estou há mais de uma hora te esperando!!! (ver capítulo 112)

21h55min07seg – Antes que pudesse se justificar, o detetive recebeu uma forte pancada na cabeça e desmaiou, desabando sobre o chão frio da Praça da Bandeira.



2h45min15Seg – Em intenso frenesi lógico interpretativo, o detetive Lucas Andrei arriscou um palpite e digitou o verso decassílabo que tinha encontrado escondido na base do lastro da Praça da Bandeira. (Ver 21h54min35seg do capítulo 112)

2h59min40Seg – Depois de pesquisar em inúmeros sites, encontrou um soneto oculto num criptograma de símbolos fenomenológicos, dedicado à misteriosa “MV – Menina Veneno”. Um código que somente uma pessoa no mundo poderia traduzir: Ele, detetive Lucas Andrei.

- Epoche...

Enquanto isso, um pouco distante...
 

3h00min01Seg – Maria Geeda recebeu a visita de “Dois”. Sabendo que não era um bom sinal comentou:

- Basílio morreu... Guilherme morreu... E as únicas pessoas que sabem o que realmente aconteceu sou eu e Adriano... Acho que sei demais, não é?
- Correto.
- Então... Você veio me matar?

3h00min09Seg – “Dois” apontou uma lanterna diretamente para os olhos de Geeda, o que a deixou um pouco estressada, e informou:

- Não seja tola! Se eu viesse te matar, seria tão rápido que você sequer saberia o que lhe atingiu.
- Não entendo... Veio trazer algum recado de Adriano.
- Não. Venho em nome de outra pessoa... Uma pessoa muito, mas muito mais poderosa.
- E o que uma pessoa “tão” poderosa iria querer comigo?

3h00min55Seg – Após sentar aos pés da cama e ainda apontando o feixe de luz, “Dois” respondeu:

- Há pouco mais de quatro horas roubei do detetive uma pista... (ver 21h55min07seg do capítulo 113) Trata-se de uma misteriosa poesia... A pessoa que represento, o “Senhor X”, acredita você pode nos ajudar e promete interceder para libertá-la de Adriano se ajudar a encontrar a tal poesia...
- Que idéia mais absurda!
- Geeda... Se eu estivesse no seu lugar, evitaria me enganar, a ordem que recebi era te fazer a proposta e tomar imediatas providências, a depender da sua decisão. Olha, o “Senhor X” sabe sobre ligação com Basílio (ver 23h34min15seg do capítulo 113), sobre o acordo que você fez com Adriano (ver 23h17min49seg do capítulo 61 e 14h33min50seg do capítulo 88), sem falar dos seus crimes (ver 3h15min49seg e 4h05min14seg do capítulo 12; ver 5h31min29seg do capítulo 22; 0h01min03seg do capítulo 106 e 1h33min07seg do capítulo 45)... Porém, pra sua sorte, ele acredita que você sabe o paradeiro da tal poesia, que poderá dar a exata localização do Livro dos Sumerianos.

3h01min26Seg – Com sua arrogância costumeira, Geeda perguntou:
 
- Se eu soubesse... Eu teria motivos para colaborar?

3h02min32Seg – “Dois” se aproximou de Geeda, e ao ver que a mesma sentou-se na cama visivelmente nervosa, encostou a ponta do cano da pistola na barriga e questionou:

- O filho que você carrega em seu ventre, seria um bom motivo?


3h02min35Seg – Maria Geeda tentou disfarçar com um sorriso e disse:


- Não sei do que você está falando.

3h02min41Seg – “Dois” deu um golpe na pistola e dessa vez encostou a arma no meio da testa daquela ardilosa garota.

- Economize seu latim mocinha... A organização o qual represento te segue há anos... Sabemos de tudo... Coisas que nem Adriano, nem sua família sabem.
- Como?
- Sabemos o que você carrega em seu ventre.
- Não estou entendo.
- Geeda... Vou tentar ser o mais claro possível: Sabemos que você está com pouco mais de dois meses de gestação... E que, muito provavelmente, apesar da sua promiscuidade, o pai é Basílio... O legítimo herdeiro da liderança dos Sumerianos...
- E se estivesse? Qual seria o problema?
- Geeda... Você não é ingênua. Pense: O pai de Adriano e o avô de Guilherme fizeram um acordo (ver 5h27min31seg do capítulo 60) que será quebrado com o nascimento dessa criança... Adriano, quando souber, providenciará a sua morte.
- Posso dizer que o filho não é de Basílio... Posso dizer que é de Adriano.
- Ele é estéril.
- Posso dizer que é de outra pessoa.
- Não é assim que funciona Geeda... Você está lidando com forças milenares, além da sua compreensão.
- Geeda, se ele não te matar pode querer ser pai do filho de Basílio e garantir seu poder, mas você seria sua eterna escrava. É isso que você quer?



3h05min41Seg – Nervosa, Geeda desistiu dos argumentos e investiu no que mais sabia fazer: Sedução e dissimulação.

- Se o tal “Senhor X” souber dessa minha suposta gravidez, também vai querer a minha morte?
- Sim... 99% de chance. Mas não contarei nada.
- Por quê?
- Além da proposta do “Senhor X”, tenho uma contraproposta, de caráter pessoal.
- E qual seria?
- Case comigo. Você é bonita, inteligente, sexy... E gosto do seu jeito, me apaixonaria facilmente.
- Mas não é por isso que você casaria comigo, certo?
- Tá vendo mocinha? Por isso que gosto de você e sempre a observei quando estava com Adriano, acabei virando seu fã.

3h07min08Seg – “Dois” sorriu e continuou:

- Case comigo e me permita criar esta criança... A guarda do legítimo herdeiro Patési é peça fundamental em meu projeto de poder.

3h07min10Seg – Procurando transparecer que ficou ofendida, Maria Geeda Petrúcia Leal argumentou:

- Se algum dia eu casar com alguém, será por amor.

3h07min14Seg – “Dois” sorriu e provocou:

- Geeda não se esqueça que Adriano me considera como seu braço direito... E sei tudo sobre você... Sei que só se aproxima das pessoas por interesse. Se elas forem, de alguma forma, úteis ou interessantes para você.
- Nem vou dar resposta.
- Tanto faz... Eu só quero resposta pra uma pergunta: Vai colaborar ou não?

UM FLASHBACK INDISPENSÁVEL...

23 DE JANEIRO DE 1998 - SEXTA

21h45min08seg – Na academia “Olimpo Sergipano”, localizada na Avenida João Ribeiro, no Bairro Santo Antônio, Guilhermino Theodoro, carinhosamente chamado pelos amigos de Guilherme ou Gui, alternando momentos calorosos com alguns de calmaria falava algo há pelo menos 40 minutos. À sua frente, com o nariz mais empinado do que o de costume, parecendo uma espécie de Cleópatra, com a cabeça erguida... Como se estivesse olhando um súdito do alto do seu trono, Maria Geeda Petrúcia Leal ouvia atentamente. (ver 22h11min35seg do capítulo 21)

- Geeda... Sardinha... Você errou. Eu errei... – Eu não te culpo. Pelo contrário. Eu só tenho a te agradecer.
- Como assim?
- Graças a você cheguei à conclusão que apenas dez por cento das pessoas têm uma noção real de relacionamento. De que namorar é respeitar, é companheirismo, é ser realmente fiel... Namorar é sentir amor puro e pleno como o que está escrito em 1 Coríntios 13, versículo 4 a 8: “O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor verdadeiro nunca falha.
- O que você quer dizer com isso?
- Calma... Você terá o seu momento de falar...
- Como ia dizendo: Dez por cento das pessoas entendem que o verdadeiro relacionamento se constrói dia-a-dia, com respeito, sem caprichos, sem buscar pretextos para justificar seus erros, amam e fazem por onde serem amados...
- E os outros noventa por cento?
- Os outros noventa por cento querem apenas curtir, arranjar pretextos para enganarem suas namoradas, namorados, esposas e esposos e se jogarem sozinhos em “inferninhos”... Uns até dão “um tempo” para justificar o desejo de provar o novo.
- Novo? Como assim?
- Cerca de metade destes noventa por cento, até são bem intencionados... E por um curtíssimo tempo, uma semana ou um mês conseguem amar ou ter uma noção aproximada do que é o amor... Mas o que eles mais amam... Sabe o que é?
- O que sabichão?
- O novo. É o sabor da conquista. Por isso nunca ficam muito tempo com ninguém... Por que eles adoram conquistar, de se sentir bem quistos... De manipular o sentimento dos outros. Por isso, mesmo namorando ou casados se permitem ser paquerados com amizades coloridas... Mas não é culpa deles... É a natureza deles.
- E é sabichão?
- Destes noventa por cento, a outra metade... Um dia... Com o amadurecimento, entenderá o real significado do que é o amor.
- Quer dizer que eu não sei?
- Isso só você pode dizer... Mas não tenho dúvida que em menos de um mês você mostrará aonde se encaixa.
- Posso falar?
- Já estou terminando... Você terá o seu momento. Mas como disse, hoje estou muito feliz... E não vou terminar contigo por um motivo apenas, diria que tenho pelo menos sete ótimos motivos para isso... Coisinhas que você deixou escapar...
- O quê, por exemplo, sabichão?
- Você sabe.
- Não sei não... Dá pra ser mais claro!
- Sardinha...
- Não me chame mais assim!... Você não está terminando?... Então pra que expressões carinhosas?...
- Bom... – sorriu - A impaciência mostra a sua real natureza... Como deseja, serei formal.
- Melhor assim.
- Tudo bem. Maria Geeda Petrúcia Leal... Antes eu não percebi este seu lado perverso, de machucar as pessoas querendo... ou arranjar pretexto para fazer os outros se sentirem culpados... Mas não estou com raiva de você não... Pelo contrário... Só tenho a agradecer.
- Agradecer? Pelo quê?
- Sinceramente... Do fundo do meu coração. Obrigado por me libertar... Por me fazer enxergar quem você é... Não posso dizer que tenho prazer em te conhecer... Por isso, e pelo menos sete motivos, a partir de hoje sou seu ex-namorado... – Guilherme sorriu – Poxa... Só de me ouvir dizendo isso já me sinto aliviado... Tranqüilo... Em paz... Ufa! Pense numa coisa boa!

21h59min03seg – Guilherme prosseguiu com suas colocações. Ele não sabia, mas nos momentos finais daquela conversa nasceu na mente e no coração de Geeda o desejo de vingança. Também foi a partir daquela ocasião que “Du” seu espírito obssessor começou a ter poder de persuasão sobre ela.

22h11min – Diante de Maria Geeda, Guilherme finalizou:

- Pronto. – Com um choro entalado na garganta – É isso.


22h11min35seg – O telefone tocou. (ver 22h11min35seg do capítulo 02)

- Oi... Sou eu... Não está conseguindo dormir?... Faz o seguinte: pegue a bíblia, leia o salmo 91 com muita fé até eu chegar tá? Não vou demorar... Prometo.
- Quem era Guilherme?
- Como quem era? Você sabe quem era!
- Não... Não sei, não fui eu que atendi o telefone!.
- Olha Geeda, não adianta querer arranjar um pretexto para justificar os seus atos e pousar de vítima como você sempre faz... Estamos juntos há dois anos e meio, sem falar que você já foi minha funcionária... E convive comigo desde que meus pais estavam vivos. Você sabe que era meu irmão!... Que eu cuido dele... Que até hoje ele sente falta dos nossos pais... Que ele não se recuperou do acidente... Você sabe que ele sempre liga pra cá pra saber se estou bem... Se já estou indo pra casa... Que ele só tem a mim neste mundo... Não venha com seus artifícios... Não cola mais... Como disse... Acabou!


22h12min01seg – Silêncio

- Guilherme... Você tem certeza?
- Tenho.
- Você podia dizer tudo... Tudo... Mas não tinha o direito de dizer aquela frase!
 

22h12min09seg – Em prantos, e muito revoltado por ter sido enganado por uma mulher que tinha feito sinceras juras de amor, Guilherme prosseguiu:

- Geeda... Não fui àquele lugar por um único motivo: Jamais iria pra uma festa como aquela ou qualquer outra, naqueles trajes, sozinho ou com amigos estando comprometido com alguém... Jamais faria isso! E olha: Mesmo que você se ache a rainha da cocada preta... Lamento informar majestade, se você me vir ou me encontrar por aí... Não pense que estarei no local pra te ver... Nem eu nem as outras pessoas do universo. Embora não acredite, o mundo não gira em torno do seu umbigo.
- Gui...
- Geeda... Você foi covarde, me magoou, me traiu como nunca pensei ser traído... Foi dissimulada, fingida, e fez tudo ao contrário do que sempre disse: Romântica? Taí uma coisa que você não é! Você é uma pessoa que gosta de ser bajulada, não confunda com romantismo. Tampouco você é uma mulher pra casar...
- Mas Gui... Deixe-me explicar!
- Calma... Você terá sua hora... Geeda... Quem não respeita os sentimentos dos outros não é para casar, é pra ser ficante, ou como disse seu “amigo”: amantes...
- Posso falar? – Interrompeu Geeda, muito ansiosa para argumentar.
- Por favor, ainda não... Já estou terminando.
- Geeda... Maria Geeda... No fundo, no fundo, apesar de estar profundamente magoado pelo que você me fez... Não tenho raiva... Acho que nunca terei... Ao contrário, só tenho a agradecer...
- Agradecer?
- Sim... Isso mesmo... Agradecer... Nada acontece por acaso Geeda... Tudo tem uma boa razão... E, sinceramente, obrigado por me libertar... Por me fazer enxergar quem você realmente é... Mas não posso dizer que tenho prazer em te conhecer. Você é uma cobra peçonhenta! Uma psicopata simuladora de emoções. Uma patricinha mimada. Uma menina... Menina veneno!

01 de Abril de 2008 – Terça

Condomínio de casas – “Vivendas do Amanhecer V” – Quarto de Geeda


00h00min01seg – Como sempre gostava de fazer, ficou contemplando suas estrelas florescentes, coladas no teto do seu quarto, que ficavam iluminadas no escuro. Estrelas que a acompanhavam desde criança.

Enquanto esperou o sono chegar, Geeda amaldiçoou Guilherme mais uma vez:
 
“Você me paga Guilherme! Você não devia ter dito aquela frase!... Aquela frase... Psicopata simuladora de emoções? Você tinha o direito de dizer isso. Não tinha!  Você não perde por esperar... Finalmente consegui me aproximar do seu irmãozinho querido... E logo, logo estará na palma da minha mão... A vingança é um prato que se come gelado... Dure o tempo que durar... Você vai engolir tudo o que me disse!... Eu serei cruel... Descontar em você seria muito pouco... Pra lhe atingir, vou tirar o que mais ama!... Seu irmãozinho babaca... Vou destruir seu irmãozinho querido... E você não poderá me impedir!”

00h10min12seg – Maria Geeda pegou no sono... E dormiu com os anjos.

Fim do flashback...

09 DE FEVEREIRO DE 2009


3h10min58Seg – Maria Geeda Petrúcia Leal desperta da viagem no tempo e consegue ouvir quando “Dois” sorriu novamente e insistiu:

- Geeda... Eu só quero uma resposta: Vai colaborar ou não?

ALGUMAS HORAS DEPOIS... NÃO MUITO LONGE DALI.

10 DE FEVEREIRO DE 2009

04h12min01seg – O detetive anda muito apressado pelas ruas do Centro histórico de Aracaju, ao sentir uma estranha sensação de que estava sendo seguido.

A cada esquina que cruzava, teve a impressão de que era observado. Contudo, na Rua Boquim, próximo à Praça Camerindo, Lucas Andrei viu-se cercado de ambos os lados. Na ponta do Norte homens com capuzes lilás e tatuagens como as inscrições feita à sangue em Basílio. Ao Sul, os lendários Homens de Preto. Ao constatar que estava cercado por mais de trinta homens fortemente armados, o famoso detetive largou a pistola no chão e gritou:

- Epoche... Eu me entrego.

 

04h16min10seg – A maioria dos capangas, tanto de uma organização como da outra, ficaram nas extremidades. Apenas um grupo de três, de cada um, se aproximaram de Lucas Andrei. Porém, o maior susto veio quando o detetive conseguiu enxergar o rosto da pessoa que era reverenciada por todos. Abismado balbuciou:

- Não acredito... Você?!



 Continua...


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