quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Capítulo 97

AVISO: Esta é uma obra de ficção, portanto, qualquer semelhança
com pessoas ou fatos da realidade é mera coincidência!

 

Capítulo 97 – Assim é, se lhe parece...  Parte 1 de 3
Última quinzena da novela on-line “Menina Veneno”

"O problema não é o que nós sabemos.
O que sabemos que é errado é que nos traz problemas
.” – Mark Twain 
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 29 de Janeiro de 2009 – Quinta – Residência Dona Stéphanie...


 
  
08h40min07seg – Ao perceber a distração da mãe de Hélio, Lucas Andrei argüiu: (ver capítulo 93)

- A Senhora está bem?
- Sim... Mas o que você disse mesmo? – sorriu – Sabe como é... Com a minha idade, me distraio facilmente.
- Epoche... – Sorriu – Não é privilégio da senhora não. Comigo acontece a mesma coisa.

 08h41min24seg – Ambos deram uma gostosa gargalhada.

 - Dona Stéphanie... Como ia dizendo, não é do meu feitio fazer visitas inesperadas... Mas não podia esperar.
- Em que posso ajudar meu filho?
- A Senhora já ouviu falar de “Árvore Sefirótica”?

08h42min10seg – Dona Stéphanie deu um abraço e permitiu-se chorar no ombro de Lucas Andrei que sem saber o que fazer indagou:

- A Senhora está chorando Dona Stéphanie... Que pergunta idiota... Claro que está... É culpa minha? Fiz alguma coisa de errado? Cheguei numa hora errada... Desculpa... Desculpa.

08h43min35seg – A simpática mãe de Hélio enxugou as lágrimas e com a voz embargada falou:

- Não é culpa sua... Vamos entrar... Entre... Logo você entenderá tudo.

SALA DE ESTAR DA RESIDÊNCIA DE D. SÉPHANIE


08h43min50seg – Andrei sentou-se no sofá e por alguns minutos ficou sozinho, pensando com seus botões:
 
“Epoche... É tudo tão fantástico... Tão fascinante... Aonde tudo isso vai parar?”

08h49min21seg – Dona Stéphanie voltou segurando um certo número de pinturas em tamanho de folha A3 e sentou-se na sua cadeira preferida, seu xodó, que fora única testemunha do “acidente” que vitimara seu único filho. (ver 20h20min00seg do capítulo 09)

- Basílio me pediu um favor... Há alguns meses... Disse que se alguém aparecesse aqui em casa perguntando-me se já tinha ouvido falar nessa tal de “Árvore Sefirótica” eu deveria mostrar isso.


08h49min32seg – Estendeu a mão e entregou Sete Pinturas em neon de paisagens de Aracaju.

- Basílio tinha várias paixões: Xadrez, filosofia, matemática... Mas a maior de todas era a pintura... Essas são as mais recentes, as chamou de “SS – Sete Séfiras” ou “Árvore Sefirótica”... Confesso que não entendi nada... Até hoje.

08h50min01seg – Sem esconder a emoção que estava sentindo, Andrei pegou uma das imagens e ao perceber que havia uma numeração escrita a carvão no fundo, pediu:

- Posso?
- O quê?
- A senhora se incomoda de eu espalhar as pinturas no encosto do sofá... Facilitaria meu trabalho.
- Que trabalho?
- De interpretação.

08h55min12seg – Lucas Andrei organizou em seqüência as sete pinturas arrumando-as no encosto do sofá da sala e ficou em silêncio, com olhos fixos na imagem durante longos minutos...

 
 

- Que gênio... Árvore Sefirótica!
- Meu filho... Que diacho é Árvore Sefirótica?

08h58min04seg – Sem tirar a atenção das imagens dispostas na sua frente,  Andrei improvisou uma explicação:

- Epoche... Árvore Sefirótica ou cabalística é nada mais nada menos que um desenho de conotação filosófica que representa as múltiplas dimensões da manifestação de Deus e seus desígnios... Veja... Essa pintura... A numerada como 2ª... A primeira figura da direita pra esquerda é um exemplo da representação da “árvore sefirótica”...

09h00min01seg – Num flash-basck mental, o detetive Lucas Andrei ouviu mais uma vez a frase do Dr. Uziel que provocou o insight “Árvore Sefirótica”

UM MICRO FLASH-BACK...

29 de Janeiro de 2009 – Quinta - Rodovia José Sarney... Sergipe.

- Andrei... Desista... É só mais um caso de suicídio.
- Não é!
- Tudo bem... O cidadão tatuou o dorso da mão direita, o coração e os dois pés com um “SS”... Mas é só isso. (ver 6h03min17seg do capítulo 91)

Ao rever em sua mente a imagem do morto no edifício Maria Feliciana (ver10h35min00seg do capítulo 01) com as marcas mencionadas pelo diretor da COGERP, o famoso detetive percebeu que a localização da tatuagem dos “SS” coincidia com as marcas da “Árvore Sefirótica” inspirada no Homem Vitruviano de Leonardo Da Vinci... Ou seja, uma técnica Samsara de comunicação já que cada número e imagem se referiam a uma frase ou conselho “metafísico”... Sem dúvida alguma, era um recado preciso do morto... Uma carta... Um diálogo pós-morte que o conduziria à solução de todo o mistério que cercava aquele caso...

 

Por isso... Eufórico diante da descoberta, ao invés de dizer “Eureca” como diria qualquer cientista... Lucas Andrei comemorou dizendo:

- Epoche! Como não pensei nisso antes?
- Pensado em quê? Que é uma perda de tempo?
- Epoche que não!
- Então?
- ARVORE SEFIRÓTICA! Estava na cara e eu não tinha percebido! ÁRVORE SEFIRÓTICA! (ver 6h05min21seg do capítulo 91)

FIM DO MICRO FLASH-BACK


29 de Janeiro de 2009 – Quinta – Residência Dona Stéphanie...


09h02min43seg – Lucas Andrei despertou da recordação que tivera e prosseguiu com seus esclarecimentos...
 
-  Há diversas... Essa é mais apurada. De acordo com o mito, a árvore sefirótica possui dez galhos que esquematizam as forças universais e todas as dimensões que estão por trás da emanações divinas... Também está ligada aos nossos atributos, poderes, espiritualidade e virtudes... Vê estas numerações?
- Sim.
- São as “Sete Séfiras”...
- Como?
- São os sete mundos ou planos... Sete seres de nossa constituição interna... Pluralidade do ser... Não é o que somos... Uma pessoa em cada ocasião? Entende? No ambiente de trabalho, em família, com o namorado, com amigos... Não temos um comportamento diferente pra cada situação?
- A idéia de que somos vários em um... Não é?
- Epoche! Isso... Intereção de sete seres internos constituindo a alma (Chesed-Yesod) e o corpo físico (Malkuth)

09h03min27seg – Virou-se pra D. Stéphanie e indagou:

- A senhora se incomodaria se eu tirasse fotos dessas pinturas?
- Não precisa... Essas são cópias... Os originais estão no atelier dele. Basílio disse que eu deveria entregar essas réplicas para quem viesse perguntando sobre essa tal árvore... Lógico... Se eu sentisse que essa pessoa fosse merecedora... E como sinto uma boa energia em você, e não costumo me enganar com isso... Está entregue... Só me responda uma coisa.
- Epoche!...  Qualquer coisa.
- O senhor é crítico de arte? Filósofo ou coisa parecida?
- Não... Sou detetive.

09h10min55seg – Ao ouvir aquela informação, Dona Stéphanie deixou-se cair em sua cadeira preferida e aos prantos falou.

 
- Basílio também me disse... Há uns três ou quatro meses... Que se alguém aparecesse fazendo perguntas sobre essa tal árvore... Que significaria que ele estaria muito longe, que se ausentaria por muito tempo... Que estaria resolvendo um sério problema e que pra minha segurança e do Guilherme iria se afastar... E... E...
- Calma Dona Stéphanie... Quer um pouco d‘água?
- Não... Não precisa... O que estou tentando dizer... É que... Que... Basílio disse que se você viesse... Eu deveria considerar a hipótese de que ele morreu... Diga-me detetive... Basílio... Morreu?



Continua...

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