sábado, 3 de dezembro de 2011

Capítulo 84

AVISO: Esta é uma obra de ficção, portanto, qualquer semelhança
com pessoas ou fatos da realidade é mera coincidência!

 



Capítulo 84 – Seguindo o Plano...  Parte 04   
Últimos capítulos da novela on-line “Menina Veneno”

"Nunca ande pelo caminho traçado,
pois ele conduz somente aonde outros já foram.
" – Graham Bell 
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31 de Março de 2008 – Segunda

Aracaju - Residência Dona Stéphanie... Quarto de Guilherme.


12h59min09seg – Basílio ficou durante vários segundos absorto no enigma desenhado pelo avô.

 

13h04min12seg – Apoiou um pequeno caderno sobre a coxa direita...

13h04min18seg – Escreveu a palavra “cadeado” e mentalmente começou a fazer uma livre associação de idéias:

 
Vejamos... Cadeado... Que posso dizer? Bem... É um objeto... E por ser objeto é algo real, uma coisa, manipulável, é perceptível, está relacionado ao conhecimento... Certo... Mas pelo que me lembro... Papai sempre dizia que para meu avô o significado ia muito mais além... peraí..

13h05min25seg – Abaixo do vocábulo “cadeado” anotou:

CADEADO

CADEADO = OBJETO = COISA = CONHECIMENTO = PERSEPÇÃO.

Hum... Não é só isso... Preciso ir mais além... Mais... Pra que serve um cadeado? Bem... Serve para... Hum... Permitir que somente alguém que possua uma chave possa abri-lo... Ter contato com algo... Bloquear... Impedir o acesso a uma determinada área ou coisa...  Proteger algo valioso... Hum... É isso... Isso!



13h07min44seg – Seguindo a linha da anotação anterior, prosseguiu:


CADEADO

CADEADO = OBJETO = COISA = CONHECIMENTO = PERSEPÇÃO = BLOQUEIO = PROTEÇÃO...

“Peraí... O cadeado está fechado... Não é à-toa... O velho Perseu não fazia nenhuma anotação gratuita... Cadeado fechado... Algo protegido... Mas o que ele estaria protegendo?

13h08min59seg – Basílio reviu em sua mente uma frase que seu pai sempre atribuiu ao avô... Adora repetir:

“Meu filho: A maior riqueza que um ser humano pode ter é o conhecimento. Conhecimento é poder!”

13h10min31seg – Deu seqüência às cogitações...

“Isso... O Velho Perseu devia estar se referindo a um conhecimento que protegeu... Que somente ele tinha a chave... Acho que estou chegando perto... Peraí...

13h11min56seg – Basílio levantou-se, tirou da estante um velho livro de Interpretação dos sonhos, sentou-se, e enquanto folheou as páginas falou para si mesmo:

 
“O Velho Perseu sempre dizia: Nenhum conhecimento deve ser ignorado... Vejamos... Vejamos...”

Deu seqüência às cogitações...

13h12min20seg – Parou na página em que havia um desenho idêntico ao enigma, entretanto, não possuía os números.

13h12min20seg – Leu o verbete que havia logo abaixo da figura:

Segundo a interpretação freudiana e junguiana dos sonhos, de forma geral, um cadeado fechado está conectado a imprevistos que podem surgir e impedir a realização de projetos.

13h12min49seg – Refletiu...

“Hum... Vejamos: Cadeado fechado, igual a objeto trancado, protegido... Que é igual a conhecimento... Conhecimento protegido... Protegido de algo... Relacionado a algum projeto... Que por sua vez estava ligado a imprevistos e obstáculos... Acho que entendi a primeira parte da mensagem.”

13h15min06seg – Basílio tornou a fazer rabiscos:

CADEADO

CADEADO = OBJETO = COISA = CONHECIMENTO = PERSEPÇÃO = BLOQUEIO = PROTEÇÃO = PROJETO...

“Sou detentor de um conhecimento muito valioso e o protegi, bloqueando o acesso com toda a minha percepção.”


13h25min19seg – Basílio chorou ao lembrar-se do primeiro enigma que solucionou.


 
Foi uma combinação simples de anagramas e criptogramas, que representavam uma frase que dizia:

A CONSCIÊNCIA MORRE PARA DESPERTAR EM SEGUIDA EM MOMENTOS DE ATENÇÃO, COMPREENSÃO E LUCIDEZ.

BREVÍSSIMO FLASH-BACK...

Apesar de ser um garoto prodígio, Basílio Daciano de Vaz Lemos, encarou o pai com a curiosidade típica de criança e perguntou:

- O que significa?
- Roda de Samsara.
- Foi uma brincadeira que seu avô me ensinou... Uma tradição.
- Brincadeira?
- Sim... Uma brincadeira de passar uma mensagem ou guardar um segredo somente para os que fazem parte da nossa família.
- Sério? O Senhor me ensina?

Sem perceber, Theodoro lacrimejou sentindo ao mesmo tempo saudade do Velho Perseu, que tinha morrido há algumas décadas, e muito orgulho do  caçula.

- Por que o Senhor está chorando pai?
- De orgulho meu filho... Essa mensagem que você acabou de decodificar só consegui desvendar com o triplo da sua idade... – encheu os olhos de lágrimas - Se seu avô estivesse vivo... Sentiria muito orgulho de você!


FIM DO FLASH-BACK.

13h41min22seg – Basílio despertou dos pensamentos nostálgicos e leu em voz alta a decodificação da primeira parte do enigma:

“Sou detentor de um conhecimento muito valioso e o protegi, bloqueando o acesso com toda a minha percepção.”

13h41min37seg – O neto do velho Perseu respirou de forma profunda, conforme sempre fazia quando alcançava um resultado satisfatório.


 

13h41min39seg – Olhou novamente o desenho e anotou:


09... ZERO – NOVE ????


QUAIS OS SIGNIFICADOS DE ZERO E NOVE?

QUAL A PRÓXIMA MENSAGEM?


ENQUANTO ISSO...

31 de Março de 2008 – Segunda

Aracaju – Shopping Jardins... Interior do cinema.

13h41min39seg – Maria Geeda Petrúcia Leal sentou-se ao lado direito de Adriano Kelsen, que embora não tenha desviado o olhar do telão que hipnotizava com os incríveis efeitos especiais de “Jumper” do diretor Douq Liman, sabia exatamente o que estava passando ao seu redor.




- Mandou me chamar?
- Ainda não aprendeu como deve falar comigo?



13h41min45seg – Geeda inspirou de forma alongada e tornou a falar:


- Mandou me chamar... Chefe?
- Melhorou... Mandei sim.
- Por que o Senhor não me abordou assim que me viu?
- Lembra do que te falei a respeito de me questionar?
- Que muitos morreram por menos?





13h43min18seg – Adriano sorriu.



- Se o Chefe me matasse... Perderia dez anos de investimento.
- Geeda... Não é porque investi tempo e dinheiro em você... Que você se tornou insubstituível... Confesso que não gostaria de lhe substituir a essa altura, mas se necessário... Farei sem hesitar, entendeu?
- Sim... Chefe.
- Além do mais... Em virtude da hora e do local não havia como abordá-la com discrição... O seu amigo iria ouvir e eu teria que eliminá-lo.

13h45min09seg – Geeda deu um sorriso sedutor.

- É... Realmente seria uma pena... Afinal o bichinho estava tão animado com o primeiro aniversário que passava comigo.
- Como? Era aniversário do rapaz?
- Sim... O que tem demais?
- E você teve a coragem de puxá-lo e beijá-lo na minha frente... De usar o rapaz, de fazê-lo se iludir pensando que era uma demonstração de carinho?


13h46min12seg – Maria Geeda deu um sorriso sutilmente sarcástico.

13h46min35seg – Adriano se espreguiçou e pôs a mão sobre o nariz, sinalizando para “Dois” conforme combinara há alguns minutos... (ver 12h57min20seg do capítulo 83)

13h47min01seg – Geeda sentiu um metal frio encostar-se na pele das suas costas. Tratava-se do cano da pistola de “Dois” meticulosamente posicionada na base da sua coluna, na região toráxica, entre a 15ª e 17ª vértebra.

13h48min09seg – Adriano encarou Geeda de forma muito séria e falou:

 

 - Usar o coitado que te chamou com todo carinho para comemorar o aniversário pra tentar fazer uma cena idiota de ciúme é uma atitude vil... Baixa... Até pra uma mulher como você Geeda... Essa pistola apontada nas suas costas é só pra te lembrar duas coisinhas: Primeiro – Você não é insubstituível. – Segundo - Nunca faça qualquer gesto ou menção de que já tivemos algum tipo de relacionamento, entendeu?... Confesso que tive um sentimento na hora... Não só eu, mas também “Dois” e “Três” que testemunharam a cena... Todos ficamos com pena do cidadão. Ninguém merece uma mulher como você Geeda... Nem meu pior inimigo.

13h52min04seg – Numa atitude típica que lhe era peculiar, Maria Geeda Petrúcia Leal deu língua, como uma criança, e falou:

- Eu estava brincando chefinho.
- Que seja... Mas agora vamos falar sério!
- Como o Chefe quiser... O Senhor chamou... Estou aqui... Mas antes posso pedir uma coisa?
- Peça.
- Da pra o Chefe mandar o rapazinho aqui atrás parar de esfregar a arma nas minhas costas?

13h55min04seg – O jovem Patési balançou a cabeça e por gesto mandou “Dois” se afastar para ficar a sós com aquela diabólica baixinha de sardas.

- Está se sentindo melhor?
- Sim... Chefe.
- Geeda... Te chamei por uma boa razão. Como você é uma mulher muito inteligente, já deve saber do que se trata.
- Sim... Chegou o dia de cumprir o acordo. Correto?
- Corretíssimo.
- E se o Chefe conseguir o que quer vai me ajudar, não é?
- Tem a minha palavra.
- E depois de ficarmos quites... Ainda vai me matar?
- Muito provavelmente.
- Ainda não entendo porque eu ajudaria.
- Simples... Você passou dez anos da sua vida arquitetando um plano de vingança... Que seja lá o que for... Nunca deixaria de realizá-lo... Mesmo que custasse a sua vida.
- É chefinho... Realmente o senhor me conhece.
  
14h07min53seg – Maria Geeda sorriu excitada, pois pela primeira vez na vida mostrava-se como realmente era.

- O que devo fazer?... Chefe.
- Ouça com atenção... Só vou falar uma vez... E não vou admitir erros.
- Maria Geeda nunca erra... Chefinho.



Continua...



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Qual será o plano de Adriano para conseguir descobrir o paradeiro do “Livro dos Sumerianos”? De que forma Maria Geeda lhe será útil? Que favor a jovem psicopata simuladora de sensações pedirá em troca? Será que Adriano cumprirá a sua ameaça e dará fim a Maria Geeda? Será que o detetive Lucas Andrei aprenderá a decodificar a “mensagem samsara”? Para saber estas e muitas outras respostas... Não perca os últimos capítulos da sua novela on-line “MENINA VENENO”!

  

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AUTOR: Anderson Sant’ Anna – teinassis@infonet.com.br



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