segunda-feira, 18 de abril de 2011

Capítulo 24

AVISO: Esta é uma obra de ficção, portanto, qualquer semelhança
com pessoas ou fatos da realidade é mera coincidência!
 


Capítulo 24 – Começando o jogo: Aparência e Realidade... Parte 02

"Não devemos cessar de explorar... E o fim de toda a nossa exploração será chegar onde começamos... E conhecer o lugar pela primeira vez" – T.S.ELIOT
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27 de Janeiro de 2009 – Terça

5h03min38seg – O Dr. Uziel mandou a médica sair. E ao mesmo tempo sinalizou para dois policiais entrarem.

- Allan... Entregue sua arma... Você está preso.

5h03min40seg – Um policial alto e magro algemou Allan, tirou a pistola da cintura do mesmo e a colocou sobre a mesa de reuniões da COGERP.

- Preso?! O Senhor enlouqueceu? – Indagou Allan.
- Eu enlouqueci?... Eu te mandei para uma simples perícia... Um caso simples: Um doido aproveitou o clima do pré-caju pra pular do “Maria Feliciana” e pronto! E você que faz? Chama seu amiguinho xereta para se meter num caso em que não cabia nenhuma discussão... E claro, seu amigo, como sempre faz, complicou o que era simples... Veio com uma teoria de conspiração, como se não bastasse... Some a arcada dentária, há um black-out no hospital em que seu amigo se encontrava e... Pra completar, um paciente que nada tinha a ver com a história, recebeu um tiro na cabeça!... Eu enlouqueci Allan? Enlouqueci?
- Dr. Uziel... Com todo respeito... Esse nervosismo todo tem relação com aquele caso dos “Náufragos”?(ver próxima novela on-line – “O Mistério dos Náufragos”) O Senhor não superou aquilo? O Senhor culpa Lucas Andrei por ainda não ter sido nomeado secretário da SSP?
- Me respeite!... Quem disse isso?
- Ninguém... É só uma pergunta.
- Allan... Cuidado com suas amizades...
- O Senhor está me ameaçando?
- Seu amigo anda pondo caraminhola demais em sua cabeça.

5h12min17seg – Sócrates, assessor de comunicação, gestualmente pediu a chave da algema e ainda sem falar nada, pediu para os dois policiais saírem da sala.

5h12min19seg – Sócrates tirou a algema.

5h12min20seg – Dr. Uziel levantou-se nervoso.

- O que você pensa que está fazendo Sócrates?
- Evitando mais um “doce” pra imprensa...

5h12min22seg – Por compreender o que Sócrates quis dizer, Allan sorriu.

- Imagine Dr. Uziel! Em pouco mais de 24 horas uma pessoa apareceu morta no edifício Maria Feliciana, a arcada dentária sumiu, houve um black-out no HJF, houve um assassinato... E o senhor quer emendar com a prisão de um renomado perito como Allan?
- Mas ele foi visto no Hospital armado! – Gritou Dr. Uziel.
- Isso não prova nada. – Respondeu Sócrates.
- Pois é. – Allan de forma provocativa ergueu os pulsos diante da mesa, na direção do Dr. Uziel.
- Não há necessidade de prendê-lo.
- Como não? – Indagou Dr. Uziel contrariado.
- Claro que... E tenho certeza que Allan vai concordar... A arma dele será retida para o exame de balística.
- Pra mim não há problema nenhum.
- Dr. Uziel... Nós já temos coisas demais para explicar a imprensa... Não precisamos de mais um contratempo.
- Tudo bem... – Dr. Uziel se aproximou de Allan e a poucos centímetros do rosto do mesmo, começou a falar, tentando manter-se calmo. – Você não será preso... Pelo menos por enquanto Allan...
- Enquanto o resultado não sai, ele poderia ficar aqui...
- Não, Sócrates... Tenho uma idéia melhor: De agora em diante, Félix será a sombra de Allan...
- Mas que porcaria é essa?! – Reclamou Allan.
- É Allan... É razoável. – Ponderou Sócrates.
- Ou isso... Ou fica proibido de sair daqui até o resultado da balística... E se for negativo.
- Porcaria.
- E tem mais Allan!... Você agora só tem nove dias para me apresentar o laudo pericial. Não vou admitir prorrogação, entendeu?
- Isso não tem cabimento!
- Calma Allan... É razoável. – Acalmou Sócrates.

5h28min44seg – Sentado, Dr. Uziel pegou o telefone da sua mesa digitou algumas teclas e falou:

­- Félix?... Dr. Uziel falando... Venha a minha sala agora.
- Não tem cabimento – Repetiu Allan balançando a cabeça negativamente.

5h28min52seg – Dr. Uziel deu um giro de 360 graus e enquanto se dirigiu à sua mesa para sentar, falou:
               
- O que não tem cabimento Allan... É você ter piorado o que já estava péssimo.
- O Senhor está sabendo que atiraram na viatura? Que tentaram me matar?

Uma pequena viagem no tempo: Voltando 28 minutos. (ver capítulo 23,4h58min22seg)

5h00min01seg – Lady Dayana estendeu a mão dando a entender que só falaria se recebesse algum pagamento.

5h00min03seg – Lucas Andrei entregou uma nota de R$ 30,00.
 
- Fale.
- Foi um moreno magro, feio, que usava óculos “fundo de garrafa”... Tinha um sorriso fácil e uma cara de Mané... Ele chegou aqui como quem não queria nada e começou a fazer perguntas.
- Ele demorou?
- Não muito, logo depois um Corolla preto apareceu e o levou... Devia ser o bofe dele.
- Corolla preto?...
- Isso mesmo, Corolla Preto.
- E você viu mais alguma coisa? Conseguiu visualizar o interior do carro?
- Sim.

5h01min24seg – Lady Dayana mais uma vez indicou querer dinheiro.

5h01min26seg – O detetive Lucas Andrei deu mais R$ 40,00

- É suficiente?
- Dá pra lembrar de alguma coisa.
- Você conseguiu visualizar o interior do carro? Conseguiu ver o rosto do motorista.
- São muitas perguntas gatinho...
- Responda criatura!
- Não consegui ver o rosto do motorista... O tal Corolla tinha vidro fume pra tudo que é lado... Mas vi uma coisa muito estranha.
- O quê.
- Tanto o coisinho de “óculos de fundo de garrafa” quanto o motorista... Consegui ver pela luz que entrou no carro quando o "coisinho" entrou... Vi que os dois tinham o mesmo anel. Um anel com um o mesmo símbolo.
- Que símbolo?
- Uma letra ou duas...
- Não seria “SS”?
- Isso mesmo gatinho!
- Conseguiu ver mais alguma coisa?
- Não gatinho... Por enquanto só isso. Mas... Passa depois... De repente minhas colegas sabem de algo.

5h02min33seg – O detetive Lucas Andrei, apesar de estar muito curioso e afoito para procurar a pista que acreditava existir em algum lugar da Praça Olímpio Campos, começou a sentir o cansaço das horas ininterruptas de tensão, por isso resolveu caminhar até a Rodoviária Velha e pegar um táxi.


5h11min01seg – Por estar muito cansado Lucas Andrei não teve forças para fechar a porta do veículo de aluguel.

5h11min03seg – O taxista se esticou e fechou direito.

- Pra onde vamos moço?
- Residencial “Carpe Diem” na zona de expansão.
- Que trecho?
- Pouco depois da sede da RP.
- Já sei.

5h12min30seg - Andrei saiu rumo ao descanso. Enquanto era transportado, começou a cochilar, mas suas “pescadas” foram interrompidas com um relato surpreendente do taxista.

- Sabe moço... O senhor teve sorte... Eu já tava indo embora. Não era pra eu ficar até esta hora não. Principalmente depois do que me aconteceu semana passada... – sorriu – Pareceu coisa de filme – Deu um pequeno tapa no painel do veículo – Mas meu carrinho mostrou que é forte.
- Do que o senhor está falando? – Perguntou Andrei enquanto bocejou.
- Semana passada... Ou retrasada... Já não me lembro bem. Sabe como é... Idade... 62 anos... Lembro que era mais cedo... Eu tava lá no ponto.

5h19min02seg – Lucas Andrei sentou numa postura ereta para melhor ouvir o taxista.

5h19min03seg – O táxi que circulava pela Rua São Cristóvão teve a seta esquerda acionada e entrou na Avenida Pedro Calazans.

- O que aconteceu? – Perguntou Andrei tentando apressar o relato.
- Eu estava ouvindo o rádio... Desses programas românticos... Eu gosto sabe... Principalmente Roberto Carlos...
- Moço... O que aconteceu? – Interrompeu Andrei.
- Não é que de repente me apareceu um moço baixinho, molhado de suor, nervosíssimo... Pedindo para eu sair... Eu perguntei pra onde... Como sempre faço... Como fiz com o senhor... E o moço disse que era pra fugir de três homens que estavam atrás dele...
- E havia três homens mesmo?
- Não sei moço... Só sei que houve um barulho de tiro que atingiu de raspão a lanterna traseira direita... A renda de um dia inteiro foi só pra ajeitar... Por que eu sou assim sabe moço, gosto de tudo certinho...
- E aí?
- Ah!... Quando eu ouvi o tiro saí queimando pneu e desci a mil por hora na Avenida Mamede Paes Mendonça... E consegui fugir dos tiros.
- Só isso?
- Só isso?!... Que nada!... Quando cheguei à altura da Avenida Pedro Calazans entrei rapidamente à direita e segui até a Avenida Coelho e Campos, onde entrei à esquerda... Porém, do nada... Me apareceu um Corolla Preto que começou a atirar na minha direção...
- E ai?
- Por sorte, na esquina da Rua Japaratuba com a Av. Coelho e Campos havia uma viatura policial... Aí não conversei... Pedi socorro.
- E aí?

Fim da Viagem no tempo.
Prosseguindo com o detetive Lucas Andrei...

5h28min58seg – O taxista passou por baixo do viaduto do dia.

- Segundo eu soube... O Corolla cruzou a rotatória da Avenida Gentil Tavares, seguiu em direção à Praça dos Expedicionários... Os policiais foram atrás... Mas na Avenida São Paulo o Corolla pegou distância e sumiu. Também... Os “homens” estavam com um Fiat Uno...
- E o rapaz?
- O rapaz... Me pagou adiantado... E pediu para deixá-lo no terminal da Rodoviária nova... Lá ele sumiu... O engraçado é que ele não quis prestar queixa nem nada.
- Ele disse por que estava sendo seguido?
- Não. Apesar de eu ter perguntado.
- O que ele disse?
- Disse que era melhor eu não saber.

5h34min05seg – O taxista entrou na rotatória do Orlando Dantas e convergiu à esquerda.

5h35min11seg – O detetive Lucas Andrei começou a pensar sobre o relato do taxista.

“Hum... Então o tal Corolla também perseguiu o morto?... – Interessante. Sem dúvida, há algo de podre no reino da Dinamarca... O morto sabia de algo... Queima de arquivo... Ou... Caso tenha se matado... Usou a morte para chamar atenção a algo? Há um segredo... Mas que segredo?... Por isso o “Maria Feliciana”... Tinha que ser uma morte que chamasse a atenção... Por que em pleno pré-caju?... Por que àquela hora? Por que o dia 25de Janeiro?
 
5h43min52seg – O taxista parou em frente ao “Residencial Carpe Diem”

- Se quiser eu deixo o senhor lá dentro.
- Precisa não.

5h43min57seg – Lucas Andrei pagou a corrida.

5h44min03seg – Andrei se apresentou ao porteiro que já o tinha visto algumas vezes chegando com Allan.

5h48min29seg – Lucas Andrei abriu a porta da casa de Allan e disse, pensando em voz alta:

- O morto foi perseguido pelo Corolla... E por três homens... O “coisinho de óculos”, segundo o travesti, tinha um anel com um “SS”... Será um tipo de organização criminosa?... Uma máfia ou coisa parecida?... Onde fui me meter?
 


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Quer saber se Allan vai conseguir se livrar vigilância do seu colega Félix? Quer saber como foi a entrevista coletiva do Dr. Uziel sobre o suposto suicídio? Quer saber sobre os mistérios e acontecimentos relacionados ao símbolo “SS”? Quer saber se Lucas Andrei conseguirá mais alguma testemunha sobre eventos estranhos que antecederam o suposto ”pulo da morte”? Quer saber sobre os planos de Maria Geeda Petrúcia Leal para realizar o plano de vingança? Então confira estas e outras respostas nos próximos capítulos da sua novela on-line “MENINA VENENO”!

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