segunda-feira, 9 de abril de 2012

Capítulo 114 - Parte III - The End

AVISO: Esta é uma obra de ficção, portanto, qualquer semelhança
com pessoas ou fatos da realidade é mera coincidência!
 

Capítulo 114 – DUELO DE TITÃS... Parte 03
Último capítulo da sua novela on-line “Menina Veneno”

“É melhor atirar-se à luta em busca de dias melhores, mesmo correndo o risco de perder tudo, do que permanecer estático, como os pobres de espírito, que não lutam, mas também não vencem que não conhecem a dor da derrota, nem a glória de ressurgir dos escombros. Esses pobres de espírito, ao final de sua jornada na Terra não agradecem a Deus por terem vivido, mas desculpam-se perante Ele, por terem apenas passado pela vida.” – Bob Marley
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1965 (DUAS TRIBOS)
Autor: Renato Russo
                                              
Quando querem transformar

Dignidade em doença

Quando querem transformar

Inteligência em traição

Quando querem transformar

Estupidez em recompensa

Quando querem transformar

Esperança em maldição:

É o bem contra o mal

E você de que lado está?





10 DE FEVEREIRO DE 2009


03h27min54seg – De volta à Praça da Bandeira com o intuito de clarear as idéias, Lucas Andrei foi surpreendido com o chamado do frentista do posto de gasolina. (ver 00h06min38seg do capítulo 113)

- Desculpa... O Senhor é o moço que esteve aqui ontem?
- Epoche... É a caneta, não é?
- Caneta?
- Epoche... Eu pedi uma caneta emprestada e esqueci de devolver, o pior é que perdi.
- Não tem problema moço... Só chamei porque o Senhor deixou isso cair ontem.

03h28min45seg – Ao perceber do que se tratava do pedaço de papel com a frase enigmática, no qual constava a inscrição oculta RXH7 que indicava o penúltimo lance da partida Lasker (ver 20h51min40seg do capítulo 112), Andrei agradeceu:


- Obrigado. O Senhor não tem noção do bem que fez. Muito, muito obrigado mesmo.

03h28min52seg – Andrei observou o código com muita atenção e pensou:

 

“Epoche... RXH7: Rei captura rainha... Último lance antes do xeque mate... Epoche... Caiu aqui, na Praça da Bandeira... Seguindo a mesma lógica, TH5++ o xeque-mate da Torre está localizado... Epoche... Basílio... Era um gênio!”

03h29min07seg – Pegou o telefone e fez uma ligação:

- Allan... Atenda... Atenda Allan.
- Que desespero é esse? Sabe que horas são?
- Allan, meu amigo... Meu irmãozinho... Sei que você está uma arara comigo... Mas acho que resolvi tudo, mas vou precisar da sua influência.
- O que quer?
- Tem como autorizar minha entrada no Instituto de Criminalística agora?
- Agora?
- Epoche... Tem que ser agora!
- Aguarde na linha... Vou ver o que posso fazer.

03h30min23seg – Enquanto aguardou a resposta Lucas Andrei prosseguiu com o raciocínio:

- TH5++... Epoche... Xeque-mate da Torre... Não poderia ser em local mais apropriado... Instituto de Criminalística... O sumiço da arcada dentária já era um sinal... (ver capítulo 19h21min32seg do capítulo 07)
- Andrei... Tá me ouvindo?
- Epoche!
- Ótimo... Você está onde?
- A cinco minutos do Instituto de Criminalística.
- Maravilha... Vá lá agora, procure o Sivirino... É novato, você não conhece... Já falei com ele... Tá lhe esperando... E não se preocupe, dei instruções pra lhe deixar à vontade.
- Epoche... Obrigado.

03h30min57seg – Lucas Andrei recebe uma ligação inesperada.

- Alô... Quem é?
- Soube que você queria falar comigo.
- Epoche... Maria Geeda Petrúcia Leal?
- Ela mesma.
- Também conhecida como “Menina Veneno”?
- Não sou “conhecida” por esse apelido... Somente uma pessoa me chamou assim. Uma pessoa que amei muito, infelizmente está morta.
- Epoche... Agora estou meio ocupado, mas poderíamos nos encontrar? Gostaria muito de falar com a senhora. É possível?
- Sim... Que tal no antigo Prédio da UFS em frente à Praça Camerindo, do lado da Rua Boquim?
- Quando?
- Pode ser daqui a quarenta minutos?
- Dona Geeda... Pode ser amanhã, não tenho pressa.
- Mas eu tenho pressa! Pode ser ou não?
- Epoche que sim. Como queira. Estarei lá.

03h35min13seg – Aborrecida Maria Geeda bateu o telefone.

03h36min44seg – O detetive Lucas Andrei chegou ao Instituto de Criminalística de Sergipe e começou um cansativo trabalho de observação e análise de pistas, pois sabia que em algum lugar daquele prédio fora escondido o lendário Livro dos Sumerianos.

03h36min48seg – “Dois” recebeu uma ligação que esperava com ansiedade.

- Dois?
- Sim... Sou eu.
- Sua proposta ainda está de pé? (ver 18h40min29seg do capítulo 114 parte 02)
- Claro.
- Meu lindo, pode avisar ao ”Senhor X” que marquei um encontro com o detetivezinho no antigo Prédio da UFS em frente à Praça Camerindo, do lado da Rua Boquim.
- Tem certeza que quer ele morto?
- Sim.
- Se é o que quer... Assim será. Mas... Não está esquecendo de nada não?

03h38min01seg – Tentando controlar a raiva, Maria Geeda Petrúcia Leal inspirou o ar profundamente, e cerrando os dentes de ódio e mágoas antigas começou a recitar um soneto cujos versos cortavam seu orgulho.


Ocultas peçonha num belo sorriso,
Diz pulsar amor em oca pedra,
Diz ser fiel, romântica, bom partido,
Pra casar... Que é “Santa” e não peca.

Finge amor, sinceridade, sentido.
Vê pessoas como objeto e as disseca.
Simula desejo, finge libido.
Não tem alma, fé, moral, nem ética.

Ocultas “seu eu”, mas não me engana:
Corrói paz, sonho, paixão e alegria.
Dura lição de que “Serpente não ama”,

Sempre dissimula, tortura, asfixia...
Mostra-se... E afunda na própria lama.
A verdade está nos fatos... Na poesia!

03h40min05seg – Após um breve silêncio de reflexão, “Dois” perguntou:

- Tem certeza que este é o tal soneto?
- Sim... Basílio me fez esta estúpida homenagem.
- É... O “Senhor X” nunca erra, mas dessa vez errou.
- Por que diz isso?
- O “Senhor X” acreditava que a pista que levou a essa poesia levaria o detetive até o Livro dos Sumerianos... Mas acho que Basílio só queria revelar que você não presta.
- Não... Não... Basílio era um tolo romântico e idealista. Talvez... Talvez... Um momento.

03h41min20seg – Maria Geeda repassou o soneto mentalmente, e ao identificar alguns versos com duplo significado perguntou:

- Dois... Você copiou o soneto?
- Sim por quê?
- Sublinhe e anote.
- Pode dizer.
- Ao lado do trecho “Diz pulsar amor em oca Pedra”, anote Maria Feliciana.
- Claro... Só pode ser... Basílio se suicidou lá.
- Isso. Onde tem “Pra casar... Que é Santa e não peca” escreva Igreja da Catedral.
- É possível. Tem mais?
- Sim. Em “Vê pessoas como objeto e as disseca” anote IML ou Instituto de Criminalística.
- Caramba!
- Tem mais: “Não tem alma, fé, moral, nem ética” escreva Assembléia Legislativa. Por último, em “A verdade está nos fatos... Na poesia” anote Biblioteca Epiphâneo Dórea. É isso. Basílio adorava mensagens subliminares, e conhecendo como o conheci, se eu fosse o “Senhor X” colocaria vigias em todos esses pontos. Pronto é isso. Fiz a minha parte. Vai fazer a sua?
- Claro, não se preocupe. O detetivezinho não passa de Hoje.

03h45min07seg – Geeda ligou para Adriano Kelsen.

- Oi meu amor lindo.
- O que você quer?
- Você conhece algum “Senhor X”?
- Conheço. O que tem ele?
- Ele me procurou... E tenho duas coisinhas pra te dizer. Mas só com uma condição.
- Qual?
- Você vai cumprir seu acordo e vai me deixar viver.
- Se sua informação for valiosa, tem minha palavra. Te deixarei viver.
- E nunca mais me forçará a fazer nada?
- Tem minha palavra. Agora... O que tens a dizer?
- O “Senhor X” me procurou. Ele roubou uma pista do detetivezinho que acabou ligando meu nome a Basílio.
- E daí?
- Através desta pista o detetivezinho descobriu meu nome e que o tal livro que você tanto quer pode estar no Edifício Maria Feliciana, na Igreja da Catedral, no IML ou Instituto de Criminalística, na Assembléia Legislativa ou na Biblioteca Epiphâneo Dórea.
- Um... Isso sim é interessante. Vale o preço da sua oferta.
- Tem mais meu lindo...
- O quê?
- Tem um traidor na sua organização.
- Quem é?
- Seu braço direito... O “Dois”.
- Ele trabalha para o “Senhor X”?
- Hum... Vejo que já desconfiava.
- Mais alguma coisa?
- Sim... Marquei um encontro com o detetivezinho na Rua Boquim, em frente à Praça Camerindo. Mais ou menos umas 4h e 15min.
- Se “Dois”, o detetive e o “Senhor X” estiverem por lá. Temos um acordo.
- Então temos um acordo. Eles estarão lá. Beijos.

03h53min120seg – Geeda desligou muito satisfeita, estava certa de que seu plano teria êxito e ela ficaria livre das garras daquelas sociedades secretas.

03h57min19seg – Lucas Andrei encontra no porão do velho prédio e piso de madeira com uma marca de pé muito familiar, a tábua de madeira com marca de pé... (ver 18h25min33seg do capítulo 105) Certo de ter encontrado o que procurava, deu uma leve batida e ao perceber que o piso estava solto, o destacou e extraiu de uma cavidade um velho livro todo envolvido em plástico.

03h57min51seg – O celular tocou:

- Andrei... Onde você está?
- No Instituto, não lembra?
- Saia daí agora... Interceptaram nossa ligação... Minha casa está cercada... E devem estar chegando pra te buscar... Fuja!

03h58min33seg – A ligação caiu.

03h59min22seg – Nervoso Lucas Andrei saiu do prédio. Apesar de ter estranhado que misteriosamente àquelas alturas estava absolutamente só, apressou os passos e seguiu em direção do centro da cidade, à procura de um ponto seguro em que pudesse se esconder até o raiar do dia, mas já era tarde demais.

04h12min01seg – O detetive anda muito apressado pelas ruas do Centro histórico de Aracaju, ao sentir uma estranha sensação de que estava sendo seguido.

 

A cada esquina que cruzava, teve a impressão de que era observado. Contudo, na Rua Boquim, próximo à Praça Camerindo, Lucas Andrei viu-se cercado de ambos os lados. Na ponta do Norte homens com capuzes lilás e tatuagens como as inscrições feita à sangue em Basílio. Ao Sul, os lendários Homens de Preto. Ao constatar que estava cercado por mais de trinta homens fortemente armados, o famoso detetive largou a pistola no chão e gritou:

- Epoche... Eu me entrego.

04h16min10seg – A maioria dos capangas, tanto de uma organização como da outra, ficaram nas extremidades. Apenas um grupo de três, de cada um, se aproximaram de Lucas Andrei. Porém, o maior susto veio quando o detetive conseguiu enxergar o rosto da pessoa que era reverenciada por todos. Abismado balbuciou:

- Não acredito... Você?!

04h16min49seg – A luz forte do Corolla preto que tantas vezes o perseguiu enquanto trabalhava na resolução daquele mistério, num determinado momento, iluminou o rosto do Homem que o rendera na casa de Allan (ver 20h45min09seg do capítulo 108) e ao lado deste... O Chefe daquela organização, que também gozava do respeito dos homens que o cercava na outra extremidade.

- Não pode ser... Você?!
- Pode e é.

04h17min01seg – O detetive Lucas Andrei esfregou os olhos para ver melhor. Não havia a menor dúvida. O chefe daquela organização poderosa que estava ao seu redor juntamente com Adriano Kelsen e os ‘Sumerianos’ era uma figura que conhecia há vários anos...

- Doutor Uziel?
- Você não se julga tão esperto? Por que está tão surpreso?
- Eu sabia que os poderes estavam corrompidos, mas não tanto.

04h17min08seg – Tentando manter a calma, Andrei perguntou:

- Salvo engano... O Senhor não é o filho do deputado que estava morto até outro dia? (ver 18h32min30seg do capítulo 34)
- Sim.
- Hum... Os dois são chefes dos Sumerianos?

04h17min25seg – Como se estivesse ofendido, doutor Uziel interrompeu:

- Não!... O Kelsen é líder dos Sumerianos.
- Epoche... Então... Como está ligado a alta cúpula do governo... Só pode ser da lendária organização dos “Homens de Preto”.

04h17min29seg – Kelsen e Doutor Uziel, acompanhados por todos os capangas começaram a rir.

04h18min30seg – O braço direito do Doutor Uziel, Thiago desceu do Corolla preto, abriu o porta malas, e com uma força peculiar puxou Allan pelo pescoço.
 

 

- Não me decepcione Andrei... Minha filha não gostaria de vê-lo falhar. (ver 9h10min45seg do capítulo 92)

04h18min35seg – Adriano Kelsen em tom irônico e provocador falou:

- Não acredito que Basílio, entre tantas e tantas pistas, não tenha lhe dado uma dica sobre a organização do Doutor Uziel.

04h18min35seg – De forma ritualista, os homens de pretos que estavam próximos do Doutor Uziel repetiram uma espécie de mantra:

- “LL 18:05 (Guardareis minhas leis e meus decretos, pois o homem que os cumprir, por meio deles viverá. Eu sou o Senhor.
- Epoche... O Senhor X... Epoche...

04h18min41seg – O detetive fez uma revisão mental e lembrou-se de uma citação bíblica que encontrou misteriosamente no carro numa das vezes em que visitou Dona Stéphanie. (ver 21h55min18seg do capítulo 75)

- Epoche!!! Agora faz sentido... “Guardareis minhas leis e meus decretos, pois o homem que os cumprir, por meio deles viverá” – Livro Levítico, capítulo 18, versículo cinco. Epoche... Vocês são os Levíticos!... Uma Sociedade Secreta que manipula o sistema governamental.
- Muito bom detetive.

04h19min03seg – Embora também tenha lembrado dos versículos ocultos na borda do jornal que apareceu misteriosamente no carro:

L.L. 19:35
L.L. 14:42

Lucas Andrei não quis mencioná-los, pois finalmente perceberá que se tratava de mais um recado de Basílio que via pela segunda vez, embora não tenha dado a devida importância. Assim, visando corrigir a falha, iniciou um exercício mental de dedução lógica a partir daquela vaga lembrança.

“Epoche... Como pude deixar uma pista tão importante passar? Quando li o Diário vi que Basílio escreveu por várias vezes LL 18:05... (Ver 22h25min11seg do Capítulo 106) Um trecho do Livro dos Levíticos... Um Livro que trata das Leis de Deus, sobretudo, da purificação à custa do auto-sacrifício... Epoche... Talvez o suposto suicídio já tivesse a intenção de expor a existência dessa Sociedade dos Levíticos... Epoche... Quem Diria... o destino de Sergipe à mercê da Sociedade dos Sumerianos e da Sociedade dos Levíticos.”

04h23min58seg – De forma inesperada, o céu fora invadido por um imenso clarão... Uma espécie de fogo de artifício que tinha a estranha propriedade de não fazer barulho e que simulava a exposição da estrela AGOL, das Perseídeas (ver 21h38min51seg do capítulo 43) e o símbolo adinkrahene.

 

04h24min06seg – Após o silencioso espetáculo de luz, todos os presentes ajoelharam-se perante um homem de capuz banco e lilás bordado com o símbolo das 12 maiores sociedades secretas do planeta e um enorme medalhão adinkrahene.
 
04h25min01seg – Adriano e os discípulos Sumerianos repetiram:

- Nibiru Kiengi... Sanggiga... Sanggiga... Adinkra.


04h25min17seg – O Senhor X (Dr. Uziel) murmuraram:

- Revelatus... Gloria... Domini... Adinkra.

04h26min30seg – Os Sumerianos e os Levíticos fizeram uma longa pausa, deram uma inspirada profunda e repetiram um “mantra” milenar numa única voz:

- Nisi iudex primus! Nisi iudex primus! Nisi iudex primus! Nisi iudex primus!

04h26min41seg – “Iudex Primus”, num tom fantasmagórico estendeu a mão, direcionando-a para todos os presentes, beijou o medalhão adinkrahene e bradou:

-NYAME NMWU NA MAWU.

04h26min44seg – De repente, um estranho símbolo se projetou no meio da testa do “Iudex Primus”, o símbolo NYAME.

04h26min50seg – Mentalmente, o famoso detetive traduziu o significado daquele símbolo perdido:

“Deus nunca morre, portanto, não posso morrer.”

04h27min12seg – Lucas Andei ficou abismado com a grande influência e respeito que aquela criatura de capuz exercia sobre todos aqueles homens perversos. Nenhum deles rompeu o silêncio... Era um direito exclusivo do que eles alcunharam de “Juiz Supremo”.

04h27min55seg – Ainda em silêncio, o “Iudex Primus” encarou Adriano Kelsen E Dr. Uziel que o saudaram beijando-lhe as mãos.

04h28min33seg – O home de capuz encarou Allan que ainda estava preso por Thiago e disse em tom autoritário:

 
- Allan... Ponha-se ao meu lado.

04h28min39seg – Thiago olhou aflito para o Dr. Uziel que balançou a cabeça autorizando.

04h29min01seg – O homem de capuz fez sinal para que apenas Adriano e Dr. Uziel permanecessem em pé e começou a falar.

- É inaceitável!

04h29min04seg – Percebendo que a primeira frase se dirigia a ele, Adriano Kelsen tentou se explicar:

- Mestre... “Iudex Primus”...
- Cale-se traidor! Tal pai... Tal filho (ver 5h27min 31seg do capítulo 60)... Se teu pai, quando descobriu a traição de Perseu (ver 8h46min11seg do capítulo 68) tivesse denunciado e submetido-o às Leis dos Sumerianos... Nada disso teria acontecido... E uma corrida desenfreada ao sagrado Livro dos Sumerianos não teria se iniciado... E o pacto de domínio e cooperação estivesse ameaçado de ser rompido... E os Levíticos não estariam aqui... EU NÃO ESTARIA AQUI! Se eu não tivesse enviado um espião sabe-se lá o que já poderia ter acontecido?

04h33min11seg – Surpresos Adriano e Dr. Uziel exclamaram:

- Espião?

04h33min15seg – Atento a tudo que era dito, Lucas Andrei logo concluiu:

- Espião... Investigando as duas Sociedades?... Quem? Não pode ser!

4h33min48seg – Allan ajoelhou-se diante do homem de capuz, beijou as mãos e iniciou uma espécie de relatório verbal dos últimos acontecimentos.

- Nisi iudex primus!
- Nisi. Nyame Nmwu Na Mawu.
- Basílio, o legítimo herdeiro do título de Patési Sumeriano, decodificou as pistas que seu avô, o velho Perseu, deixou para que encontrasse o sagrado livro dos Sumerianos... Ao pressentir que estava sendo vigiado e que a vida do irmão e da madrinha estava em perigo decidiu proteger a localização do livro de tal forma que o detetive Lucas Andrei, aqui presente, pudesse salva guardá-la... Particularmente, “Iudex Primus” acredito que o detetive já encontrou o livro... Ou está muito próximo.

4h35min20seg – “Iudex Primus”, aproximou-se do detetive e percebeu um certo volume sob a camisa do mesmo.

- O que temos aqui?

4h35min23seg – Os capangas das duas organizações apontaram pistolas e metralhadoras na direção da cabeça de Andrei.

- Baixem suas armas! Tenho certeza que mesmo se estiver armado o famoso Lucas Andrei não fará nenhuma investida.

4h35min39seg – Lucas Andrei entrega o velho livro que encontrou no porão do Instituto de Criminalística: O sagrado e milenar “Livro dos Sumerianos”.

4h35min39seg – “Iudex Primos” pegou o livro e ergueu apontando para AGOL, em resposta todos os capangas abaixaram as cabeças e fecharam os olhos.

- Adriano e Uziel... Aproximem-se.

4h35min42seg – Enquanto todos repetiam o mantra em reverência ao Livro dos Sumerianos:

Nibiru Kiengi... Sanggiga... Sanggiga...
Revelatus... Gloria... Domini...
NYAME NMWU NA MAWU.

O líder dos Levíticos e dos Sumerianos se aproximaram do homem misterioso, e ao mesmo tempo beijaram as mãos em sinal de respeito. Diante daquela espantosa imagem, Lucas Andrei teve um insight:

“Epoche... Basílio não tatuou SS na testa por acaso... Ele se referia a uma mente suprema, controladora de todos os seus atos... SS – Sumo Sacerdote... O Adinkrahene... Epoche... O que eles chamam de “Iudex Primos” é o poder supremo, o Juiz dos Juízes... O líder supremo. Uma espécie de Semi-Deus que está no topo das sociedades secretas.”

4h37min01seg – Assim que concluiu sem pensamento, o supremo sacerdote lançou um olhar para o detetive e sorriu, como se tivesse lido o pensamento. Aquilo deixou o detetive completamente arrepiado.

4h37min03seg – O sacerdote pegou o velho livro, partiu em três, e entregou uma parte para Adriano, outra para Uziel e ficou com a terceira.

- A fim de garantir a paz milenar e que o conhecimento de tudo existente no sagrado livro não caia em mãos erradas, nós três seremos os guardiões, e nos reuniremos no ritual das Perseídeas para efetuarmos a leitura e decidamos os passos do próximo milênio em nome da paz entre nossas organizações.

4h37min03seg – Adriano e Uziel pegaram suas partes e de forma solene juraram:

- Revelatus... Gloria... Domini... Prometo cumprir os termos desse acordo.

4h37min20seg – Cada líder sinalizou para que os capangas evacuassem a área. Em poucos minutos, só ficaram naquele beco sem saída: Lucas Andrei, Allan, Adriano e o Supremo Sacerdote que falou:

- Acabou detetive... Você está livre... Siga sua vida e nunca se esqueça que isso tudo nunca aconteceu.

4h37min55seg – Andrei deu uma instintiva gargalhada e disse:

- Seja você quem for... Certamente é bem informado, e se conhecer o mínimo da minha personalidade saberá que jamais permitirei que a morte de Basílio tenha sido em vão.
- Tudo bem... Mas aconselho que reconsidere.

4h38min12seg – “Iudex Primus” Bateu palmas e das sombras daquela rua deserta surgiram figuras importantíssima do cenário político-cultural brasileiro: Juízes, governadores, deputados, donos de jornais e TVS abertas ou a cabo, além de respeitados gestores da segurança de todos os Estados da nossa federação.

4h39min00seg – O detetive encarou o amigo Allan confuso e indagou:

- Epoche... Não há dúvida, vocês são muito poderosos... Mas tem uma coisa que não entendo.
- O quê.
- Com tanto poder... Por que você se deu ao trabalho de simular o seu seqüestro e por fim insistiu tanto para que eu abandonasse sua casa?
- Simples: Para que ela fosse incendiada e desviasse o foco da nossa reuniãozinha.
- Epoche.
- Temos um acordo?
- Allan... Você me conhece... Trabalho e vivo pela verdade.
- Sei... Mas não esqueça: Entre a sua, e a nossa verdade... A sua perde.

4h40min37seg – Num golpe rápido, Allan sacou uma arma e atirou em “Dois” que apontava uma arma para o amigo. Aproveitando a oportunidade, Adriano descarregou a pistola no traidor revelado por Maria Geeda.

 4h41min01seg – Dr. Uziel deu um sinal para seu capanga e sumiu na escuridão. Adriano fez o mesmo. Allan, aproveitando um instante de distração do detetive, injetou um tranqüilizante na coxa esquerda do detetive que em poucos segundos desmaiou.

 5h12min10seg – O famoso detetive Lucas Andrei foi acordado na Ponte do Imperador por um mendigo.

 
- O Senhor está bem?
- Epoche...

5h12min14seg – Ao sentir a dor no local em que fora atingido, recordou dos últimos acontecimentos e em tom de desabafo chorou:

- Você não imagina o quanto é privilegiado, meu amigo... Isso mesmo... Um privilegiado!... Epoche... Não confie em ninguém... Não confie no sistema... Está tudo dominado... Epoche... Tudo dominado... Dominado!

5h15min30seg – O mendigo sorriu, apertou a mão de Andrei, o ajudou a se levantar e em seguida foi partiu.

5h15min39seg – Desorientado, Lucas Andrei pôs a mão no bolso à procura da carteira, da lupa e seu bloco de anotações.

Nenhum daqueles itens estava com ele. Levaram tudo. Só havia uma coisa: O Soneto da Serpente escrito num papel de formato hexagonal e uma discreta anotação: LL 14: 42
 
5h16min01seg – Andrei tem um insight: Percebe que vira aquele misterioso mendigo em alguns momentos da sua investigação.

- Epoche...O mendigo, Sivirino, o religioso... Eram todos a mesma pessoa... “LL 14:42 - Outras Pedras serão tomadas e colocadas no lugar da primeira”... Eram todos Basílio... Epoche... Na noite do pulo... Basílio foi meticuloso na latitude, na noite de AGOL... Ele fez a milenar cerimônia Sumeriana de transferência de corpo... Epoche... Eu me enganei... Quando ele olhou pra baixo (Ver 18h10min do capítulo 07) não era para certificar-se que o taxista o tinha visto... Era pra ver se o mendigo que dormia sob a marquise do Feliciana estava ainda na mesma posição... No meio do pulo... Basílio tomou o corpo do mendigo e vice-versa... Epoche... Se ele não morreu... Talvez tenha me guiado para uma pista falsa enquanto protegia o livro verdadeiro... E onde será que ele guardou o verdadeiro livro?

5h16min20seg – Observa o papel em formato hexágonal.

- Epoche... Xeque-mate na torre... Correto... Porém, o referencial poderia ser um hexágono... Epoche... O livro ainda está são e salvo... Em algum ponto de Aracaju. Não se preocupe amigo... Teu segredo morrerá comigo.

22h30minn00seg – Residencial Vivendas de Aracaju. (ver capítulo 02)

Maria Geeda recebe a notícia de que o Caso foi encerrado... Que não há nada que a associe à morte de Basílio. Feliz da vida ela olha pra barriga e fala com bebê:

 

- Pena que papai Basílio não viveu a tempo de saber de você... Ah... Como eu queria ver a cara dele... Mamãe vai cuidar do seu futuro... Um futuro de riqueza e poder... Do nosso futuro... O mundo será nosso. Por isso, mais tarde, quando vovó e titio dormirem mamãe vai encontrar a próxima vítima. 

Bem... Como disse antes, Maria Geeda encarava a sua querida constelação e sorria feliz da vida... Um sorriso esperado há muito tempo... Ela estava muitíssimo feliz!

22h31minn55seg – Maria Geeda Petrúcia Leal deu o seu típico sorriso de “Menina Veneno”.

22h31minn55seg – Não muito longe dali, num bar do Bairro Industrial, às margens da Ponte Aracaju-Barra, Lucas Andrei engoliu o terceiro copo de Black Label quando tocou o celular.

- Alô... Quem fala?
- Andrei... É Allan... Onde você está? Precisamos de você!
- Precisam de mim? Vocês não dominaram todas as esferas do Poder? E vem dizer que precisam de mim?
- Precisamos... E muito!
- Eu sou uma barata... Uma barata quase bêbeda.
- Andrei... Ouça... Sei que está decepcionado... Mas ouça com atenção: Acabaram de matar o governador de Roraima, um deputado aqui em Sergipe e um Juiz de Brasília... E soube que estão em andamento mais sete atentados... Andrei... O que nós mais temíamos aconteceu: A notícia do Livro dos Sumerianos vazou.
- E o que eu tenho com isso?
- Andrei, meu amigo... Começou uma guerra... E eu, os Levíticos e Sumerianos não sabemos quem é o nosso inimigo.

22h37minn24seg – Houve uma breve pausa e outra pessoa tomou o lugar de Allan.

 
- Andrei... Aqui é o Senhor X... E Adriano também está aqui comigo. O Supremo Sacerdote já está a caminho... O caso é sério... Começou uma guerra... E não temos a mínima idéia de quem seja o nosso inimigo... Precisamos da sua ajuda... Não faça por nós... Pense nos milhões de pessoas inocentes que podem ser atingidas...

22h38min01seg – Lucas Andrei pensou...

- Epoche... Basílio sabia que essa guerra aconteceria... E usou sua “morte” para chamar minha atenção e ficar invisível para o grande combate... Epoche! Basílio é a pessoa invisível que tanto mencionou nas pistas...

22h38minn30seg – Os devaneios do famoso detetive foram interrompidos com a parada brusca do misterioso Corolla Preto. Dentro deste, uma voz grave e estridente de Thiago, segurança e braço direito do Dr. Uziel ecoou:

- Detetive... Senhor X, Adriano e Allan aguardam a resposta.
- Que resposta?
- O que diz? Vai nos ajudar?


FIM

 
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AUTOR: Anderson Sant’ Anna – teinassis@infonet.com.br
Não deixe de conferir o livro “Um Outro Hoje” de Anderson Sant’ Anna que está à venda na livraria Escariz por preço promocional e quantidade limitada!
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RECADO DO AUTOR:

Queridos internautas: Fabiana, Márcio, Ivi, Kay, Ana, Ciarlei,Brisabella, Bruno e tantos outros que acompanharam a novela Menina Veneno... Finalmente, chegamos ao fim da nossa jornada. Ufa! E foi graças ao incentivo de todos que chegamos até aqui, foi árduo, foi penoso, cansativo, mas valeu muito à pena.

Gostaria de pedir milhões de desculpas pelo atraso nas postagens nesses momentos finais, mas como já tinha informado antes, foi por motivo de força maior.

Quero dedicar este capítulo final a nosso Senhor Deus, minha família, amigos, e à querida Mônica Sampaio, administradora do Canal Encontros, que agora se encontra noutro plano... Tenho certeza que os Anjos de luz a iluminarão da mesma forma que ela iluminou a vida dos internautas com seus conselhos e exemplos.

Também não poderia deixar de agradecer ao amigo Lucas Andrei, o grande homenageado da obra, à Raquel Almeida, Kátia, Carla, Alberto e tantos amigos que fiz na InfoNet em tantos anos de parceria. Obrigado por tudo. Em especial, agradeço, do fundo do coração aos atores fotográficos deste capítulo: Nagib, amigo de todas as horas a mais de 20 anos, meu irmão que gentilmente cedeu o “misterioso Corolla Preto”.rsrsrsrs Aos queridos amigos e colegas operadores do Direito Thiago e Carlinhos, bem como a todos os amigos da turma 3001 que sempre me incentivou. Aos companheiros da PM-5 Carlíssima, Rose, Dulci, Luciano, Rômulo, Sivirino que dirigiu o ensaio fotográfico e também atuou, meu sincero agradecimento.

No mais, me despeço e digo que foi um imenso prazer contar compartilhar com vocês a saga da Menina Veneno. Entretanto, estou cansado e darei uma longa pausa, a próxima novela, a “Telepatia 3079”, que trata de uma trama investigativa, com mistérios, disputa jurídica  e romântica ambientada em Aracaju City no ano de 3079, só será lançada em janeiro de 2013.

No mais... Também agradeço a "Moça Bonita" que carinhosamente pegou no meu pé para eu encerrar logo esse projeto.rsrsrsrs 

Queridos internautas, até breve. E mais uma vez, obrigado!

Anderson Sant’ Anna